domingo, 25 de setembro de 2011

Cidadão Lusófono do séc. XXI: Educação e Formação

Neste trabalho, cumpre caracterizar a estatura deste novo cidadão, com base em tudo o que ficou investigado, exposto, defendido e, presumivelmente, desejado por uma sociedade que busca um mundo melhor: mais tolerância, cooperação e solidariedade; num ambiente de liberdade, de igualdade e de segurança.
Não havendo uma receita infalível, pensa-se que o caminho a seguir deve balizar-se pelos “carris” da educação e da formação, porque é a partir do desenvolvimento destes dois valores que se realizarão todos os demais, na complexidade relacional de cada um com todos e na comunhão de interesses colectivos, obviamente, no respeito pelas legítimas aspirações e direitos de cada qual.
A vida e obra de Silvestre Ferreira (1769-1846), figura base para diversas reflexões, que se irão seguir, constituiu, no presente trabalho, como que o paradigma para uma primeira tentativa de formação de um cidadão que, na perspectiva da cidadania luso-brasileira e, depois, para um trabalho futuro, no contexto de cidadania lusófona, se pretende modelar o cidadão que, nos começos do século XXI, venha a contribuir para uma sociedade diferente, para melhor, daquela em que actualmente se vive.
Sem que isso fosse premeditado, criaram-se expectativas quanto à caracterização de tal cidadão. Que qualidades, que virtudes, que competências, que requisitos se exigem a este cidadão que se pretende ser modelo?
A conclusão, a que subjectivamente se poderia ter chegado, não daria o direito de traçar um perfil acabado deste novo cidadão, até pela simples circunstância de que nem a sociedade, nem o homem são construções perfeitas e definitivamente concluídas.
O processo de formação da sociedade e do homem é dinâmico, incompleto e sempre em aberto. A pretensão que, eventualmente, se possa ter para apresentar a receita milagrosa do cidadão perfeito, não deve tirar a lucidez e a humildade para se rejeitar tal veleidade.
Ficou-se, porém, com a satisfação do trabalho desenvolvido, inegavelmente, com muito esforço, limitações, imperfeições, insuficiências e dificuldades de vária ordem.
O dever como cidadãos de plenos direitos e, de ora em diante, cidadãos lusófonos, fica minimamente cumprido com esta participação desinteressada, entusiástica e convicta nos valores, princípios e projectos em que se acredita.
Nesse sentido, arrisca-se dar a conhecer, publicamente, o que se considera como sendo importante para a formação do cidadão lusófono do século actual.
 Respeitam-se e aceitam-se outras opiniões, outros projectos, certamente, melhor elaborados, por pessoas mais habilitadas científica e tecnicamente, com as quais muito se tem a aprender.
Mas também é verdade que, modernamente, a formação ao longo da vida é um dado adquirido, logo todos estão obrigados a aprender até ao fim da vida física e intelectual.
O cidadão que ao longo deste trabalho se tentou preparar, também está consciente para essa longa e inacabada tarefa que é aprender e aprender a aprender, porque na formação da personalidade, da profissão e da sociedade, a aquisição de conhecimentos e a construção de um mundo melhor, não permitem qualquer período de férias e muito menos a reforma: “Estudo e Trabalho”, será o lema a seguir.
O cidadão lusófono do século XXI tem, desde que nasce, o indeclinável dever de se formar para a democracia, para a cidadania, enfim, para a comunhão total e aplicação plena dos valores que estão subjacentes à sua dignidade de pessoa humana.
Portanto, uma primeira grande responsabilidade que sobre ele impende é o dever de em cada momento da sua vida se esforçar por estar preparado, com formação adequada a cada papel que desempenha, em privado e em sociedade.
A formação permanente constituirá então uma primeira característica deste novo cidadão que, num futuro, o mais próximo possível, será reconhecido além- fronteiras geográficas da sua nacionalidade.
A formação pelo estudo, pelo trabalho, pela atitude leal, coerente, tolerante, firme e solidária, de entre outros valores universais é o ponto de partida, o fio condutor da sua vida, e jamais será a meta de chegada.
A formação permanente vai vencendo sucessivas etapas, e deixará para os vindouros, redobrada obrigação de se aperfeiçoarem em todas as actividades em que se envolverem.
A formação aqui preconizada não é, de forma alguma ou sob qualquer perspectiva, uma utopia. Depende de cada um querer melhorar a sua formação e, nesse sentido, é necessário reivindicar às entidades e organismos competentes que cumpram a lei fundamental, nesta como noutras matérias.
Todos têm direito à educação, ao ensino e à formação, adaptados às respectivas situações sociais, físicas, intelectuais, económicas, religiosas e outras. A formação é uma exigência modelar para este novo cidadão.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

1 comentário:

Cecília disse...

Penso que de facto, como professores/formadores, temos um papel importante na formação do cidadão do mundo!Mas não só nós, todos os membros da sociedade, inclusive a própria pessoa, todos temos o nosso papel. Mais un excelente artigo caro colega!