domingo, 9 de outubro de 2011

Apostolado do Professor/Formador

Construir o magnífico e transcendente edifício denominado Cidadão do Mundo, não é a mesma coisa que fabricar bombas atómicas, elaborar teorias que poucos entendem, muitos ignoram e a ninguém beneficia.
A formação que se impõe para o futuro, deve surgir como um projecto estruturante de uma cultura profissional, assente na atitude metodológica reflexiva, tendo por objectivos o rigor e o sentido dos valores humanísticos.
Formar o cidadão do mundo, para a mudança que se vem operando, exige professores/formadores/educadores, exclusivamente, ao serviço dos objectivos educacionais, em ordem à construção de um mundo mais civilizado, em todos os sectores das diversas actividades das pessoas humanas.
A educação, por meio dos seus currículos e procedimentos da vida escolar, tem um papel de grande importância e responsabilidade, no desenvolvimento das competências cívicas dos indivíduos, o que é decisivo para o estado de direito democrático.
O formador tem de se metamorfosear num orientador, num conselheiro, num organizador de aprendizagens, num colaborador e programador de saberes, em contextos de formação, também eles facilitadores de transformação.
A luta contra os valores irracionais que imperam um pouco por todo o mundo deve ser reforçada, não pela força das armas, sim pela coerência, verdade e justeza dos argumentos, através do diálogo sincero e frontal, pela harmonia das posições moderadas, pela compreensão das opiniões diferentes, quando razoáveis, lógicas e sensatas, pela tolerância com que devem ser interpretadas atitudes menos correctas e, finalmente, pela cooperação entre os povos.
 No processo de formação ao longo da vida, que a todos diz respeito, o professor/formador não é um aprendiz qualquer, na medida em que lhe cabe liderar, responsavelmente, os processos de aprendizagem e projectos concebidos por outros seres humanos, seus semelhantes. O estatuto ético-profissional justifica a disponibilidade e determinação para percorrer um caminho de formação, quantas vezes solitário e pessoal.
Discute-se, actualmente, um pouco por todo o mundo, o sistema educativo ideal ou, pelo menos, o mais perfeito possível. Alteram-se processos de avaliação, introduzem-se novos conteúdos programáticos, exigem-se professores competentes, dedicados, em regime de exclusividade na escola onde estão colocados e determina-se que executem tarefas que seriam melhor realizadas por outros profissionais., desde logo nos domínios burocrático-administrativos e financeiros.
A educação, através da Escola, deve reforçar algumas qualidades, sem as quais não sobreviverá no mundo contemporâneo. Valorizar a autonomia pessoal, a busca do verdadeiro conhecimento (até onde for possível chegar à verdade), a generosidade e a coragem.
Como formar este professor, é uma tarefa que se impõe aos governos e também aos próprios, e que passa por um novo conceito: formação ao longo da vida, com a vida e para a vida; formação contínua.
Considera-se essencial, para a sociedade, aprofundar o mais possível toda uma estratégia e metodologias adequadas, em ordem à valorização da educação para a cidadania, direitos humanos, enfim, axiologia em todas as suas dimensões,  tendo como objectivo a preparação da criança, do jovem e do adulto para a participação responsável dos cidadãos na vida pública do país, através de processos de representação política e do empenhamento das Instituições da sociedade civil, tendo como base os princípios e valores fundamentais da democracia.
Também a formação científica e técnico-profissional, como projeto de vida activa, de inserção no mundo do trabalho, da constituição da família, da prevenção da saúde, da segurança e da velhice. O saber-fazer é, indiscutivelmente, essencial para a dignificação da pessoa humana no sentido da exigência da melhor qualidade de vida a que tem, constitucional e legitimamente direito.
Como é óbvio, esta participação implica um conjunto de conhecimentos, competências, capacidades e atitudes, voltadas para a intervenção activa e que também cabe à escola transmitir aos cidadãos. No limite da construção deste novo cidadão, para o actual século XXI, os professores/formadores têm a inevitável responsabilidade de, cada um em sua área, transmitirem e darem o exemplo dos saberes: ser, estar, fazer e conviver em sociedade.



Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

1 comentário:

Cecília disse...

Adora ser cidadã do mundo no sentido literal da palavra, poder viajar por aí, conhecer outras culturas… Mas ser cidadão do mundo também é superar preconceitos/discriminação no seu país. Ser cidadão do mundo é aprender a ser com os outros! Parabéns pela actualidade do artigo!