A comunicação é uma inevitabilidade cultural e
antropológica, sempre acompanhada de atitudes e expressa por uma linguagem
verbal e/ou não verbal. O relacionamento interpessoal provoca, necessária e
inevitavelmente, determinados comportamentos comunicativos: uns, eventualmente,
premeditados, estudados e treinados; outros, espontaneamente.
É possível, a partir do exercício persistente e de
boas práticas a nível da comunicação educacional, preparar o uso da língua com
correção, elegância, naturalidade e eficácia.
A instituição de um paradigma comunicativo
impõe-se, hoje, à sociedade universal, sendo urgente implementar todos os
recursos possíveis para que o relacionamento humano intercultural,
interreligioso, intergrupos, interplanetário seja uma regra e não uma exceção.
Quaisquer que sejam as atividades profissionais,
com os apoios das disciplinas, técnicas, estratégias e metodologias que as
estruturam, bem como os recursos utilizados, o objetivo fundamental é
atingir-se um “resultado”, cientificamente expresso numa quantidade, revelando
qualidade e rigor, sempre em contextos de crescente competitividade, num espaço
cada vez mais globalizado.
Hoje, a par das preocupações académicas,
teorizações e muita ilustração, exige-se, também, uma valência que vem
assumindo uma qualidade que é avassaladoramente valorizada pelos empregadores,
porque indispensável ao sucesso das empresas, sejam públicas, privadas ou
cooperativas, sejam instituições da mais diversificada natureza e com os mais diferenciados
objetivos. A valência a que se alude, denomina-se por “Competência”.
A necessidade, determinação, imposição e/ou
urgência de se alcançarem objetivos materiais, morais, políticos, religiosos,
éticos e quaisquer outros previamente definidos, em todas as atividades
humanas, sugere e aconselha uma atitude cada vez mais pragmática no sentido de
uma intervenção prática, enquadramentos sócio-profissionais corretos e uma
abertura mental para a competitividade.
O avanço da ciência, da tecnologia e da globalização
impõe comportamentos de rigor, de produtividade, de concorrência. Para vencer
este surto desenvolvimentista e consumista, pessoas, organizações e sistemas
têm de ser competentes. Vários serão, certamente, os conceitos de competência,
destacando-se, entre outros:
«Capacidade
de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa.»;
«Atributos pessoais
que distinguem pessoas de altas performances de outras, num mesmo trabalho.»;
«Pessoas
competentes são aquelas que obtêm resultados no trabalho, nos empreendimentos,
utilizando conhecimentos e habilidades adequados.»;
«Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades,
interesse, vontade, etc., em resultados práticos. Ter conhecimentos e
experiência e não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma necessidade,
de um compromisso, significa não ser competente, no sentido aqui destacado.» (RESENDE, 2000:30-32).
Nunca como agora as organizações sociais e as
pessoas precisaram de ter e desenvolver competências, porque se trata de um
requisito essencial para o bom desempenho de uma atividade, mesmo que tal
atividade seja comunicar e manter relações interpessoais corretas, civilizadas
e produtivas no sentido de se alcançarem objetivos, ainda que circunscritos a
uma comunicação e relacionamento agradáveis.
Por isso se justifica a valorização da competência,
porque terá profunda influência nos destinos das organizações, nas carreiras
profissionais das pessoas e, neste contexto, o conceito paradigmático de competência
assume uma nova dimensão e significação, cujas consequências se evidenciam no
relacionamento humano permanente.
Atualmente, o paradigma que se insinua em diversos
meios e organizações aponta para noções objetivamente positivistas:
a) «A competência
será tanto mais prestigiada do que a erudição»;
b) «A
competência será o atributo mais importante das pessoas»;
c) «As
referências mais importantes para a remuneração ou promoção das pessoas nas
organizações não serão mais tempo de casa ou escolaridade, mas sim competências
e habilidades»;
d) «As
expressões competência emocional, competência espiritual e competência da
cidadania, por exemplo, são novas formas de ver e conceituar estas maneiras de
ser, manifestar e agir das pessoas.» (RESENDE, 2000: 7-8)
A inferência que parece adequada é começar a
interiorizar-se que a competência será cada vez mais um atributo que se impõe
às pessoas e organizações, num mundo complexo, competitivo e por vezes
conflituoso.
Logicamente, a primeira conclusão que se pode
extrair é que também na comunicação e no relacionamento interpessoal, as
pessoas e as organizações têm de ser competentes, aqui no conceito prático de
obtenção dos melhores resultados, isto é, fazer passar as mensagens verbais e não-verbais
que se vão transmitindo no exercício dos múltiplos papéis que diariamente são
desempenhados pelas pessoas e organizações, numa sociedade que se deseja,
competentemente, civilizada, tolerante, justa, solidária e fraterna. Exija-se,
pois, competência.
Bibliografia
RESENDE, Enio, (2000).
O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda
para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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