domingo, 30 de outubro de 2016

Evolução Técnico-Científica da Humanidade

A situação da pessoa humana, neste planeta Terra, ao que tudo indica, não está completamente desvendada, porque se há questões que em relação ao passado estão esclarecidas, pelo menos até que novas teses se apresentem a contrariar as teorias já elaboradas, outro tanto não se verifica quanto à sua verdadeira situação atual e, muito mais difícil se coloca no que respeita a ter-se uma informação credível quanto ao futuro.
A humanidade evolui através de vários “instrumentos”: Família, Educação, Formação, Ciência, Tecnologia, Cultura, entre outros. Ninguém ignora, todavia que: «Foi a descoberta da escola que completou ou talvez até tenha substituído a lenta evolução biológica por uma evolução cultural muito mais rápida. Foi também a escola que nos tornou senhores da Terra.» (KERSTIN e ALFVÉN, 1969:48).
Da escola que inicialmente existia na família, avançou-se para a instituição formal, oficial e pedagogicamente organizada. Com efeito: «De início a “escola” existia apenas em família. Os pais ensinavam aos filhos aquilo que eles próprios sabiam. De vez em quando, as crianças aprendiam também alguma coisa de outras pessoas, além dos seus pais. Quando a sociedade especializou-se, o ensino passou a ser realizado por peritos nos diferentes setores, por artesãos de diversos tipos, desde que se tratasse de treinamento manual.» (Ibid.).
A par da escola, do artesanato, da ciência e da tecnologia, também a cultura contribui muito, e tem vindo a reforçar, cada vez mais, o progresso da sociedade humanista, porque: «A evolução cultural já atravessou a primeira fase e começou a segunda. Na primeira fase vivemos em simbiose com a natureza. Tiramos dela todo o proveito, enclausuramos os animais e exploramos as terras com a lavoura, mas mesmo assim, apesar do nosso domínio, nos sentíamos dependentes da natureza. Éramos parte dela. Nos últimos cem anos, porém, entramos em uma nova fase, a fase tecnológica pu cibernética. Com ela escapamos da natureza com a qual cooperávamos e edificamos um ambiente que cada vez mais é um produto de nós próprios.» (Ibid.:48-49).
A importância do progresso cultural é cada vez, mais premente. Esta dimensão da sensibilidade e do conhecimento humanos, entre outras, naturalmente, diferencia-nos totalmente dos restantes seres, que connosco coabitam neste planeta, por isso: «Podemos dirigir o desenvolvimento cultural ou deixá-lo ir ao sabor do acaso. Podemos deixar, também, que o nosso meio ecológico se assemelhe ao do lago interior (…) quando ele de novo se enche e atinge a saturação populacional. Temos de escolher entre dirigir o nosso destino ou nos prepararmos todos para um destino “inevitável”.» (Ibid.:51).
Tentar fugir a certas realidades, que são específicas da pessoa humana, provavelmente será um erro que se pagará muito caro, designadamente: quando nos aproximarmos de um determinado final. É sabido que o ser humano, tal como a esmagadora maioria dos seres vivos, tem um princípio, e um fim, e este, implacavelmente, concretiza-se, por vezes, quando menos se espera.
Toda a pessoa é mortal (verdade de Monsieur de La Palice), por isso, independentemente de tudo o que fizer, para que tenha uma vida saudável, feliz e de sucesso, não pode perder de vista que: «Afinal, o destino da humanidade, mesmo a longo prazo, não nos deve ser de todo indiferente. Mesmo aqueles, entre nós, que não acreditam na imortalidade pessoal, religiosa ou metafísica, sentem a necessidade de uma consolação diante da morte inexorável e pensam naquilo que, apesar de tudo, deixarão para a posteridade.» (Ibid.:60).
Hoje, primeiro quarto do século XXI, a influência, positiva, também negativa, em situações de radicalismos diversos, da investigação científica e da tecnologia, é um dado adquirido, uma autêntica revolução “silenciosa” que: ou se acompanha e dela se extrai o maior proveito; ou se fica para trás e cada vez, mais longe da resolução dos problemas que a toda a humanidade afeta.
Muitas áreas do conhecimento, e da técnica, desenvolvem-se a um ritmo alucinante: «A revolução técnico-industrial, nos últimos cem anos, alterou drasticamente a vida do homem e, ainda mais, a nossa imagem do mundo. Os novos métodos de produção trocaram a insuficiência pela abastança. Criaram a superprodução. Modificaram as formas de trabalho, os hábitos de morar e de conviver.» (Ibid.:70).
É evidente que: com a produção técnico-científica, cada vez a pessoa humana é mais dependente, menos conhecedora, porque o conhecimento se vem fragmentando, num aumento imparável de especializações; hoje, ninguém pode garantir “para onde vamos”, no que se refere à alma/espírito/consciência, ou qualquer outra designação que se lhe queira dar, obviamente, para os crentes na existência de uma outra dimensão, talvez metafísica, da pessoa humana.
Por outro lado, também se ignora para onde caminhamos em termos científicos e tecnológicos, e à volta destes dois poderosos meios de desenvolvimento humano, criam-se vários cenários, para o bem e para o mal, por isso: «Talvez a reação mais importante, a mais significativa para o futuro de todos nós, esteja contida na frase “explosão de expectativas”, explosão de esperanças – talvez de esperanças frustradas.» (Ibid.:71).
Precisamente, é através do aprofundamento científico da genética, da medicina, da biologia e de outras ciências afins que a qualidade e longevidade de vida das pessoas, não de todas, se vem consolidando, o que provoca um aumento demográfico, para o qual a sociedade, através dos seus governantes e outros responsáveis, deve estar preparada.
O aumento demográfico da população, também transporta, em si mesmo, alguns problemas, um deles prende-se com a insuficiência de alimentos para tantos milhões de seres humanos e assim, por exemplo: «A diminuição da mortalidade infantil mostra que são muitas as crianças salvas para a vida, mas para viver na miséria. Salva-se o povo de morrer de peste apenas para que pereça de fome» (Ibid.:78).
Podemos interrogarmo-nos sobre: até que ponto não se torna premente que a ciência e a tecnologia, juntamente com os decisores políticos e outras entidades beneméritas, não devam promover o conforto das populações? Desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, sem acompanhamento dos meios para o bem-estar geral das populações, não será uma autêntica frustração?
Com efeito: «Aquele país em que vivemos ou o grupo a que pertencemos representam a bondade e o bom senso perante o resto da horrível humanidade. É necessário, por isso, acompanhar os nossos líderes, fortalecer a nossa posição ideológica e, eventualmente, também, as nossas defesas, e desvendar os planos insidiosos dos nossos inimigos.» (Ibid.:82).
Ninguém ignora que há setores, e individualidades, da sociedade que muito podem contribuir para que as populações dos diferentes países tenham uma vida mais digna, verdadeiramente humana, no seu sentido mais nobre e sublime. Trata-se de instituições como a Escola, a Igreja, a Empresa, a Comunidade, com os respetivos líderes.
Cometer-se-ia um erro tremendo, se se ignorassem os diversos poderes que contribuem para o equilíbrio das comunidades e das nações, destacando-se, talvez pela forte penetração e influência, os poderes: Político, Económico e Comunicação Social que, modernamente, estão envolvidos em, praticamente, todas as atividades que dizem respeito às pessoas singulares e/ou coletivas.

Bibliografia:

(KERSTIN e ALFVÉN, Hannes, (1969). Aonde Vamos? Realidade e destinos da humanidade. Trad. Jaime Bernardes da Silva. S. Paulo: Círculo do Livro S.A.


Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689

Imprensa Escrita Local:

Jornal: “Terra e Mar”

Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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