sábado, 12 de julho de 2025

EDUCAÇÃO PARA UMA CULTURA DA CIDADANIA PLENA

 NOBRES CONFREIRAS/DES. ILUSTRES AUTORAS/RES. ESTIMADAS/OS LEITORAS/RES. PREZADAS/OS AMIGAS/OS.

Antes de mais, espero e desejo muito, que se encontrem de boa saúde, na companhia dos vossos familiares, colaboradores, leitores e amigos verdadeiros. Um excelente domingo. Igualmente, pretendo para todas as pessoas das vossas relações.

Analise-se a breve reflexão que se segue: «A formação do cidadão para uma sociedade democrática, referência básica para a inserção dos indivíduos singulares no mundo social» e «a ideia de que a educação deve servir para o desenvolvimento e felicidade pessoais ajudada pelo conhecimento e técnicas psicológicas» (SACRISTAN, 2003:16), constituem algumas das premissas, que são defendidas pelos diversos movimentos e instituições, que sustentam no processo educativo todo o desenvolvimento humano, incluindo a convivência interpessoal, num contexto cada vez mais amplo da globalização da cultura e dos diversos direitos cívicos

De facto, e independentemente de qual possa ser o sistema educativo ideal, se alguma vez tal for possível conceptualizar, e levar à prática, tem-se verificado, ao longo dos séculos, que a educação dos cidadãos é essencial à realização pessoal e coletiva das sociedades, minimamente organizadas.

Apostar numa filosofia da educação: para o conhecimento, para o trabalho, para a economia, para a vida e para a felicidade, poderia ser uma excelente promessa eleitoral, todavia, a educação não pode ficar prisioneira de promessas, e muito menos de compromissos, eventualmente, não cumpridos. A educação vai muito mais além do que a simples, e quantas vezes enganadora, propaganda demagógica, porque ela deve ser entendida como um desígnio nacional que todos, sem exceção, devem ajudar a concretizar-se.

O mundo moderno, que se pretende civilizado e democrático, quaisquer que sejam os instrumentos constitucionais, em que uma determinada sociedade se fundamente, tolera cada vez menos as práticas ditatoriais e, nesse sentido, implementará medidas educativas, formativas e cívicas que, gradualmente, incutam um novo conceito de cidadania. Na base de tais estratégias, e para lhes dar a credibilidade e eficácia consistentes, encontra-se a escola, no seu papel insubstituível de educar, formar e instruir.

Naturalmente que não se pode ignorar a força, legitimidade e competências do poder político, legal e democraticamente constituído, ao qual compete, em primeira instância, enquanto legislador e executor, traçar os objetivos, proporcionar os meios e acompanhar todo o processo educativo, porém, sem interferir na liberdade que, constitucionalmente, é concedida aos pais e encarregados de educação, para educarem os seus filhos e dependentes, respetivamente, isto é, o direito de escolherem uma educação pública ou privada

Neste quadro, a ideologia política dominante, procura, por consenso ou votação democrática maioritária, aprovar o projeto educativo que melhor se identifica com o seu programa político. Será pela educação, em contexto escolar, que se desenvolvem as metodologias que visam direcionar o cidadão para determinados valores, princípios e comportamentos.

Formar para a cidadania é, certamente, uma preocupação da sociedade atual que, independentemente dos contributos individuais, espera da escola, na qual confia, as respostas adequadas: «A preparação para a cidadania é um desígnio específico da educação geral, que requer a procura da adequada solidificação de uma determinada bagagem de ideias e conceitos, competências, atitudes e sentimentos que viabilizam o exercício da condição de cidadãos e que conduzam à aceitação de um modelo cultural comum.» (Ibid.:203). 

Num projeto de educação e formação para a cidadania plena, tão importantes como o conceito, o currículo, os objetivos e os resultados são o desenvolvimento pessoal, social e cultural, na perspetiva da construção e consolidação da personalidade do cidadão, respeitando, tanto quanto possível, a vocação própria do indivíduo, face ao que a sociedade democrática exige.

Cada pessoa tem características específicas, qualidades inatas, predisposição para certas tarefas, habilidades latentes que, através da aplicação do projeto educativo adequado, podem ser potenciadas e rentabilizadas a favor do próprio, enquanto satisfação individual e alimento da autoestima, como também em benefício da comunidade que, num dado domínio, pode assistir à resolução de problemas e situações mais difíceis.

Construir um projeto educativo, à medida de determinadas vocações, é um objetivo nobre: que não só dignifica a instituição escolar; como enriquece todos os intervenientes na iniciativa, sejam educadores, professores e formadores, sejam educandos, alunos e formandos e qualquer outro pessoal fora do contexto escolar, mas que sinta o chamamento vocacional para uma área da intervenção educativa.

Nesta linha de orientação, o perfil do cidadão, que se pretende para os novos tempos que se avizinham, será o de um interventor decisivo na: elaboração, desenvolvimento prático e validação do projeto vocacional, para o que, indiscutivelmente, carece de uma orientação credível, ao longo da vida, a qual será prestada por instituições escolares dos vários níveis do ensino, aprendizagem e formação, para o efeito dotadas dos recursos humanos, técnicos e financeiros, especificamente apropriados e compatíveis, da melhor qualidade, na medida em que nestes projetos, e no seu sucesso se joga, em grande parte, a felicidade, em todos os sentidos do humanamente possível, isto é, da sociedade do futuro.

Com efeito, caminha-se para uma sociedade cada vez mais: exigente, instruída, informada, interventora e com poderes decisórios, porque: «Os jovens se tornam cada vez mais exigentes na definição do seu percurso profissional, a orientação vocacional (aqui situada em termos de educação de projectos) desempenham papel fundamental na construção individual de um projecto de existência.» (FONSECA, 1994:67). 


Bibliografia

 

DIOGO, José M.L., (1998). Parceria Escola-Família. A Caminho de uma Educação Participada, Porto: Porto Editora.

FERREIRA, Manuela Malheiro, (2003). Educação Intercultural, Lisboa: Universidade Aberta.

FONSECA, António Manuel Fonseca, (1994). Personalidade, Projetos Vocacionais e Formação Pessoal e Social, Porto: Porto Editora

FONSECA, António Manuel, (2001). Educar para a Cidadania. Motivações, Princípios e Metodologias, Porto: Porto Editora.

PORFÍRIO, Manuel, (1992). Metodologia do Projecto Tecnológico, Lisboa: Universidade Aberta.

SACRISTÁN, José Gimeno, (2003). Educar e Conviver na Cultura Global, Porto:

Edições Asa.


ILUSTRES AUTORAS/RES. ESTIMADAS/OS LEITORAS/RES. PREZADAS/OS AMIGAS/OS

 

Antes de mais, espero e desejo muito, que se encontrem de boa saúde, na companhia dos vossos familiares, colaboradores, leitores e amigos verdadeiros. Bom fim-de- semana. Abraço

 

Um projeto de existência que dignifique este novo cidadão, não só enquanto tal, como ainda enquanto pessoa humana, portadora de valores, de princípios, de sonhos e de projetos de vida, certamente, em função da sua cultura. Que maior riqueza e benefício para um país que, sem preconceitos racistas, xenófobos, etnocêntricos, religiosos, ideológicos ou outros, proporciona a toda a população, autóctone ou imigrante, condições para cada indivíduo realizar o seu projeto de vida?

Portugal, o Brasil os Estados Unidos da América, a “velha” Europa Ocidental e outros países e regiões do globo, ainda que por razões diferentes, e em épocas distintas, são hoje exemplos vivos, onde se encontram comunidades tão diversas quanto culturalmente ricas e produtivas. Impor, obrigar ou exigir que tais grupos sejam uniformemente segregados por uma nova cultura, destruindo as culturas originais de cada etnia, grupo social e comunidades específicas, seria um crime de lesa-cultura universal, um verdadeiro genocídio cultural, incompatível com os valores da cultura no seu sentido antropológico.

O património cultural que diferentes grupos étnicos transportam consigo, e levam para os países de acolhimento, só pode ser bem recebido, divulgado e protegido, na medida em que será na troca de culturas, na diversidade de tradições e na importância dos valores, que a humanidade melhor se compreenderá e harmonizará.

Neste quadro, que hoje se vive um pouco em todo o mundo, onde a mobilidade social transnacional se desenvolve, sujeita a restrições e controlos mais ou menos rígidos, exige-se uma intervenção bem planeada, dirigida a estes públicos, na maior parte das vezes, completamente desprotegidos, concedendo-lhes as oportunidades: não só de se integrarem, como também para prosseguirem com as suas tradições e desvelamento da cultura que lhes é própria.

Chamar aqui a escola multicultural para coordenar, incentivar e consolidar uma educação intercultural, parece uma boa medida, quer para os nacionais, quer para os imigrantes. O sucesso na aposta da escola intercultural depende, em primeira análise, dos nacionais residentes, sejam técnicos docentes, sejam quaisquer outros cidadãos discentes, porque o objetivo será, como resultado final, todos interiorizarem as vantagens de uma educação que promova e facilite o relacionamento exemplar, entre indivíduos de culturas diversas, para o que se pressupõem competências, atitudes e abertura para conviver com situações diferentes das que eram habituais.

Na verdade: «A competência multicultural diz respeito à ausência de preconceitos raciais ou culturais e conhecimento de características de diferentes grupos raciais. Implicitamente, inclui também uma consciência cultural, que diz respeito a um indivíduo reconhecer que a forma como percepciona a realidade não é universal e que difere profundamente da percepção que dela têm indivíduos pertencentes a outras nações ou grupos étnicos.» (FERREIRA, (2003:140). 

A capacidade técnico-pedagógica da escola multicultural, posta ao serviço da sociedade pluricultural, é uma mais-valia na conjugação de sinergias, em ordem à integração plena da população residente, oriunda de outros países, todavia, outros intervenientes e parcerias são desejáveis, que se envolvam neste processo intelectual. Também aqui, uma vez mais, as autarquias têm uma intervenção meritória, apoiando as instituições que desenvolvam este tipo de projetos.

Certos hábitos, costumes e tradições que ocorrem no seio das famílias, nem sempre são levados para a escola, por razões diversas: falta de abertura por parte de alguns dos responsáveis pelo sistema educativo, docentes incluídos; ausência de currículos extraprogramáticos; preconceitos dos agentes educativos; receio de exposição por parte das minorias étnico-sociais; recursos humanos, financeiros e infraestruturas não previstos.

Em tais circunstâncias, e reconhecendo-se um vasto conjunto de condicionalismos, urge dinamizar a sociedade, desde logo estabelecendo parcerias, para se tirarem os maiores proveitos de um tão vasto e diversificado património cultural. Criar, rapidamente, as condições para a constituição e funcionamento de associações, poderá ser um primeiro passo para a idealização e aplicação de projetos educativos, que visem objetivos bem concretos, realizáveis no espaço e no tempo, com públicos-alvo bem determinados.

 

Bibliografia

 

DIOGO, José M.L., (1998). Parceria Escola-Família. A Caminho de uma Educação Participada, Porto: Porto Editora.

FERREIRA, Manuela Malheiro, (2003). Educação Intercultural, Lisboa: Universidade Aberta.

FONSECA, António Manuel Fonseca, (1994). Personalidade, Projetos Vocacionais e Formação Pessoal e Social, Porto: Porto Editora

FONSECA, António Manuel, (2001). Educar para a Cidadania. Motivações, Princípios e Metodologias, Porto: Porto Editora.

PORFÍRIO, Manuel, (1992). Metodologia do Projecto Tecnológico, Lisboa: Universidade Aberta.

SACRISTÁN, José Gimeno, (2003). Educar e Conviver na Cultura Global, Porto:

Edições Asa.

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

 

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