domingo, 19 de junho de 2011

Filosofia: Árvore da Sabedoria?

Abordar a Filosofia como uma “ciência” estruturada, sistematizada, sincrónica ou diacronicamente considerada, nos dias de hoje, é uma tarefa praticamente impossível. Ao longo dos séculos e dos milénios, a “mãe de todas as ciências”, o “refúgio da sabedoria” ou quaisquer outros qualificativos que se lhe queira aplicar, têm vindo a ser atribuídos à Filosofia, para o bem e para o mal: analisada, estruturada, debatida, rejeitada, aplaudida.
Contudo, o seu estatuto, não pode deixar de ser altamente valorizado, num mundo que tende a globalizar-se, que resvala para as tecnocracias desumanas e para o materialismo insensível aos dramas da Humanidade e pelo respeito aos mais elementares Direitos Humanos.
Nesta fase da vida etária, cívica, académica e profissional, do autor deste trabalho, cumpre, como eternamente aprendiz de filósofo, lançar um grito de “revolta pacífica”. Tem sido preocupante a situação para a qual os detractores dos valores humanos quiseram levar a Filosofia.
Procuraram esvaziá-la dos seus conteúdos mais nobres e vitais para a sociedade humana e desviá-la dos seus objectivos primordiais que, afinal, fundamentam, categoricamente, os mais importantes e imprescindíveis valores humanos, plasmados nos documentos internacionais, sobre a problemática dos direitos do homem e do cidadão. Questões como:
a) Filosofia, enquanto “ciência do pensamento estratégico” sobre a situação do homem, nas suas mais profundas interrogações: Quem somos? O que queremos? Para onde vamos?
b) Educação, como caminho a percorrer, ao longo desta vida terrena, principal meio para o homem se perspectivar numa dimensão superior, enquanto ser dos seres naturais, concebido à imagem e semelhança do seu Criador?
 c) Direitos Humanos, como valores inquestionáveis, delimitadores de toda a praxis humana, na vertente relacional do homem para com o seu semelhante, mas também do homem para com a natureza animada, inanimada e divina?
 d) E a Ciência, o que nos pode dizer acerca da situação do homem, face aos inúmeros, complexos e velhos problemas que afligem a humanidade? A positividade científica, como deve ela colocar-se ao serviço do bem, da virtude, da paz?
A cumplicidade e solidariedade que devem existir entre a Filosofia, a Ciência e a Educação para os Direitos Humanos, serão, pois, nesta breve reflexão, o assunto que se tentará desenvolver de uma forma muito singela, recorrendo, naturalmente, a algumas ilustres personalidades da área filosófica e a uma outra obra, ou a uma outra teoria.
Confessadamente, e desde já, será difícil sustentar uma apologia incondicional do acumular de teorias, sem a passagem à prática das que possam, efectivamente, contribuir para a melhor formação do homem e da sua qualidade de vida.
Por isso, entende-se que o filósofo deve ser mais interventivo na vida concreta, real, quotidiana das pessoas, actuando no terreno, saindo um pouco mais das universidades e das bibliotecas. A partir de uma abertura descomplexada, o filósofo terá, certamente, uma nova importância e o estatuto da Filosofia será, seguramente, valorizado como é da mais elementar justiça.
Para alguém se atrever a uma tentativa de definição de Filosofia, terá, no mínimo, de reunir várias qualidades/condições: sabedoria, experiência, maturidade e humildade. Reconheçamos que não congregamos todas aquelas faculdades (ou qualidades), todavia, não deixaremos, como sempre temos feito ao longo da vida, de recorrer às personagens que julgamos poderem dar satisfação a tão antiga quanto profunda interrogação: O que é, afinal, a Filosofia?
Nós não sabemos, mas, defendemos que se trata de um saber prudente, cada vez mais necessário e insubstituível para a resolução dos problemas e dos conflitos que atormentam a humanidade. Sabe a pouco esta ideia, mas não somos capazes de outra mais esclarecedora e convincente.

Bibliografia

BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2002). “Silvestre Pinheiro Ferreira: Paladino dos Direitos Humanos no Espaço Luso-Brasileiro” Dissertação de Mestrado, Braga: Universidade do Minho, Lisboa: Biblioteca Nacional, CDU: 1Ferreira, Silvestre Pinheiro (043), 342.7 (043).
BARTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2009). Filosofia Social e Política, Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, Direitos Humanos e Relações Interpessoais, Tese de Doutoramento, Bahia/Brasil: FATECTA – Faculdade Teológica e Cultural da Bahia.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

1 comentário:

Cecília disse...

Definir o que é a filosofia, nos tempos de hoje, não é fácil porque englobo o passado, o presente e até o futuro. No entanto posso afirmar que a filosofia surgiu porque o homem começou a adquirir mais conhecimento e começou inevitavelmente a questionar-se…a pensar acerca de determinadas questões. É o que faz um filósofo, é precisamente reflectir e levar também os outros a reflectir. Se se levar as pessoas a reflectirem, chega-se à mudança.
A meu ver todos somos um pouco filósofos, porque todos fazemos questionamentos, principalmente as crianças, com a sua ânsia de conhecer a vida, são os maiores filósofos do mundo! Não há limite para o acto de conhecer. E só existe conhecimento se houver interrogação/questionamento.
Posso concluir que a filosofia busca uma unidade do conhecimento, ao contrário da especificidade da ciência. Daí a filosofia ser a mãe das ciências porque é a base de todas elas e está presente em todas elas.
Parabéns pelos seus artigos, pois consegue-nos por a reflectir...!