A
relação da Arte com a Vida Social desempenhou sempre um papel muito importante,
em todas as literaturas de determinado grau de desenvolvimento. Há quem diga
que não existe o homem para as coisas, mas sim as coisas para o homem; não é a
sociedade que serve o artista, mas o artista que serve a sociedade.
A
arte deve contribuir para o desenvolvimento da consciência humana, para o
melhoramento da ordem social. Outros, porém, negam tais conceções e consideram
a arte um fim em si mesmo, e utilizá-la para alcançar outras finalidades
significa desvalorizar a dignidade da obra artística.
O
problema, porém, tem de ser analisado à luz do que foi e do que é a arte. Com
efeito, a obra de arte nem sempre foi interpretada da mesma forma, variando com
os tempos, com as culturas e com as religiões. De facto, desde a arte com
carácter utilitário até à arte com um sentido simbólico, é possível descrever
uma gama de interpretações que nos surpreende.
O
ideal de beleza predominante em determinado tempo, em certa sociedade ou em
designada classe de uma sociedade, tem a sua raiz já nas condições biológicas
do desenvolvimento do género humano, que criam particularidades de raças, já
nas condições históricas do nascimento da existência desta sociedade ou classe.
E,
precisamente por isto, acontece ser sempre o ideal de beleza muito rico em
determinado conteúdo, que não é inteiramente absoluto, isto é, incondicional.
Quem se torna adorador da Beleza Pura não se autonomiza por isso das condições
biológicas, históricas e sociais que determinam o seu gosto estético, mas fecha
os olhos, mais ou menos conscientemente, a tais condições. É impossível
dissociar a arte da vida social, porque aquela é condição para que esta se
desenrole em harmonia e equilíbrio.
Bibliografia
DUCASSÉ, P., (s.d.). As Grandes
Correntes da Filosofia. 5ª Ed. Lisboa: Publicações Europa-América
HADJINICOLAOO, N., (1978). História
das Artes e Movimentos Sociais. Lisboa: Edições 70
MARCUSE, H., (s.d.). A Dimensão
Estética. Lisboa: Edições 70
PLAZAOLA, Juan, (1973). Introdución a
la Estética. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos
SCHILLER,
Johann Christoph Friedrich von, (s.d.). Cartas Sobre a Educação Estética da
Humanidade. Buenos Aires: Ed. Aguilar.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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