domingo, 12 de agosto de 2012

Ética e Homem

A Ética, como ciência da praxis humana, que visa dirigir a vida no respeito pelos direitos e deveres de todos e de cada um, tem de estar presente na consciência das pessoas. A Ética como a disciplina dos deveres, principalmente no que a cada pessoa tem a obrigação de fazer, de se comportar, enfim, de contribuir para um relacionamento humano mais saudável, em todos os contextos.
A importância da família não deve, portanto, ser menosprezada pelos seus próprios elementos, os quais devem, eles próprios, isso sim, procurar por todas as formas admissíveis, a melhor harmonia e progresso. Na verdade, muitos são os problemas que afetam a estabilidade familiar, podendo citar-se, entre os que mais contribuem para a discórdia, no seu seio e que, inexoravelmente, passam à sociedade e provocam nesta, desequilíbrios mais ou menos profundos.
Numa sociedade cada vez mais complexa, e tendo em conta uma determinada orientação filosófico-religiosa, ao nível do matrimónio legal e religiosamente celebrado, os atos sexuais naturais, praticados em comunhão recíproca dos cônjuges, com amor, afetividade e respeito, são aceitáveis pela Ética e pela Lei Divina, contribuindo, com a sua quota-parte, de forma eficaz, para a harmonia e felicidade conjugais, para a estabilidade e progresso da família, para o equilíbrio e tolerância da sociedade.
A Ética assume, na vida sexual, uma importância fundamental, tanto mais decisiva quanto mais vincula o indivíduo a uma praxis verdadeiramente humana, consentânea com os valores mais profundos que todos devem desejar reativar, agora que se iniciou um novo século, do qual se espera uma era de paz, de prosperidade, de amor e de progresso controlado, vocacionado para a supressão da fome, do ódio e da guerra.
A família, como é sobejamente conhecido, constitui a primeira e a mais significativa estrutura organizado, como construto de uma sociedade, de resto, a família é a célula a partir da qual se formaram os clãs, as tribos, as comunidades, as sociedade, as nações e o mundo humano, em que as gentes deste universo vivem, com as suas tradições, culturas e civilizações.
A Ética é, portanto, a base normativa da tarefa do homem-ser-homem, inviolável, intimamente pessoal, a que nenhuma autoridade terrena tem acesso. A Ética como disciplina normativa, do foro íntimo de cada ser humano, subordina a si todas as demais disciplinas práticas, e tanto mais quanto mais íntima e direta é a relação destas com o humano.
O homem é um “ser-com-os-outros”, numa atitude dialógica permanente e, como tal, palco de inúmeras atividades, especificamente humanas. A atividade política é, neste contexto heterogéneo, uma vertente ou dimensão do homem que não o globalizando ou substancializando, não deixa, porém, de ser um componente importante, na caraterização do seu todo.
Nos dias atuais, coloca-se, também, a questão de se saber se o progresso moral e espiritual acompanham o progresso técnico-material. Com efeito, a descoberta de técnicas que ainda há bem poucas décadas seriam uma utopia, e a consequente aplicação de práticas, revelam até que ponto pode a grandeza do homem chegar, todavia, tal dimensão será ela, por si só, dignificante do homem como pessoa humana, ou conduzirá, pelo contrário, à escravidão e humilhação do mesmo homem, que a desenvolveu?
Atualmente a Ética terá de ser a disciplina nuclear em todos os currículos escolares, sejam de natureza técnica, cultural ou científica. Há que ressuscitar a moral fundamental de há dois milénios. Urge dinamizar as Igrejas no mundo, no sentido da concretização da mais íntima união da Igreja com toda a família humana, porque ela é a vocação do homem, porque o homem é criado à imagem de Deus e Este é Supremo Bem, cúpula celestial de todas as cúpulas terrenas.
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
 
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

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