Provavelmente, a partir
da sustentação na investigação científica, com alguns critérios de rigor,
nomeadamente a objetividade e a verificabilidade, pode-se afirmar que, com exceção
de situações extraordinárias, as cidades/localidades que mais investem na
educação e formação profissional dos seus cidadãos residentes, e outros que a
procuram para diversos fins são, eventualmente, as que mais possibilidades
apresentam de prosperar.
A prova paradigmática,
segundo a qual a educação/formação promove o desenvolvimento, pode reportar-se
às cidades/localidades que possuem estabelecimentos de ensino e de formação
profissional a todos os níveis, com destaque para as escolas profissionais do
ensino médio, superior universitário e politécnico e, seguramente, as entidades
formadoras devidamente certificadas.
Naturalmente que, por outras
razões, também se comprova o desenvolvimento de certas localidades, por estarem
dotadas de: atividades extrativas, infra-estruturas industriais, comerciais,
empresariais, portuárias, acessibilidades, centros de devoção e peregrinação,
entre outras, aparentemente, com menos impacto, embora, mais tarde ou mais
cedo, essas localidades sejam procuradas pelas unidades, centros, polos
universitários e equivalentes, nacionais e internacionais, de natureza pública
e/ou privada.
A planificação
estratégica, que qualquer dirigente responsável pelo desenvolvimento e progresso
da localidade onde exerce as respetivas funções, designadamente, autarcas e
membros do governo, passa, necessariamente, pela inclusão da construção e
funcionamento de equipamentos coletivos para a educação e formação
profissional, a todos os níveis.
E não se trata apenas de
educação e formação científica, técnica e prática, mas também, e com elevada
carga horária, das componentes sócio-culturais, com destaque, entre outras,
para: as línguas, com forte incidência e aprimoramento na língua materna, mais uma ou duas línguas estrangeiras, certamente o
inglês, o francês, o espanhol, matemática, filosofia, antropologia, ética,
deontologia, história, direitos humanos, mundo-actual, desenvolvimento pessoal
e social, relações humanas e interpessoais, direito, enfim, muitas outras da área das ciências sociais e
humanas.
Estabelecimentos de
ensino e formação profissional que tenham estas preocupações e estejam
preparados para ministrar aquelas e outras disciplinas humanísticas terão, à
partida, reforçada a sua credibilidade e correspondente sucesso e, de certa
forma, estão a contribuir para uma sociedade mais responsável, porque mais
esclarecida e participativa, sem se cair num “iluminismo de aparências duvidosas”
ou num intelectualismo ornamental, sem utilidade prática.
Exigir dos poderes
públicos para estimular e apoiar a iniciativa privada, na implementação
daquelas infra-estruturas é, já e por isso mesmo, um dever de cidadania, que
nenhum responsável deve deixar de cumprir, sob pena de estar a conduzir toda
uma população para o atraso, para o obscurantismo e para a exclusão social, nas
vertentes responsáveis por esta anomalia, como por exemplo, a exclusão no
acesso ao emprego, ao conhecimento, à progressão na carreira profissional e à
discriminação cultural.
Obviamente que não é
possível construir universidades, institutos politécnicos, centros de formação,
escolas superiores e secundárias em todas as vilas e pequenas cidades do país,
porque também se defende que deverá haver a perspectiva das realidades locais e
regionais, no sentido da boa aplicação dos recursos públicos e privados, os
primeiros dos quais, à custa da tributação, coercivamente aplicada aos
contribuintes e que, atualmente, constitui uma carga anormal para as famílias portuguesas.
Será sempre desejável que
nenhum serviço, incluindo a saúde, a educação e a formação profissional,
provoque elevados prejuízos, apesar dos seus objetivos eminentemente sociais,
para o que se defende a aplicação de taxas proporcionais aos rendimentos
verdadeiramente auferidos, declarados e sinais exteriores de riqueza que cada
cidadão apresenta.
Cidade que educa para o estudo,
para a formação, para trabalho, para a cidadania, com toda a envolvência que
esta implica, inclusivamente, participar na vida pública da cidade, vila ou aldeia,
certamente que será, a curto e/ou médio prazos, um local de procura e de
fixação de pessoas, serviços e empresas, que por sua vez vão contribuir para o
sucesso dos indivíduos, das famílias e da comunidade em geral, pela produção e
pelo consumo sempre em crescendo, até aos limites que forem tecnicamente
possíveis, sem deteriorar outros valores e interesses, desde logo, o ambiente,
a segurança, o trânsito fluido e seguro, o atendimento rápido, humano e eficaz
dos hospitais, escolas, repartições públicas e privadas.
A difusão do conhecimento, a partir dos polos
universitários de investigação científica e tecnológica, é motivo mais que
suficiente para que a prosperidade se instale e desenvolva nas localidades que
beneficiam ou venham a receber e apoiar tais infra-estruturas, verdadeiras
fontes de progresso bem-estar social, económico e cultural.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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