A política,
enquanto atividade voluntária, ao serviço do bem-comum, não pode sobrepor-se,
negativamente, aos mais nobres princípios, valores, sentimentos, emoções, usos,
costumes e tradições da sociedade e das pessoas.
A política é tanto
mais credível, quanto mais respeitáveis forem os seus agentes diretos, porque a
pessoa de caráter não utiliza recursos que colidem com a dignidade dos seus
semelhantes, pelo contrário, sabe conviver, observando, com tolerância e
compreensão e, se necessário, com solidariedade, as posições e conceitos dos
seus opositores ideológicos.
É muito provável
que determinados candidatos a um cargo público, no mundo do poder político, recorram
a esquemas traiçoeiros para angariação de votos, pela humilhação dos seus
adversários.
Uma campanha eleitoral deve pautar-se pelo respeito,
atenção, tolerância e, por que não, solidariedade entre os diferentes
candidatos, porque é no exercício daqueles valores, a que lhes correspondem
atitudes e comportamentos ético-morais e cívico-políticos. Uma campanha eleitoral
destina-se a esclarecer, divulgar ideias e projetos, a desenvolver durante o
exercício do cargo para que está a concorrer e na eventualidade de ser eleito.
Antes e durante a
campanha eleitoral existirá entre as pessoas em geral, e os candidatos em particular,
um determinado relacionamento interpessoal, possivelmente, de consideração, de
estima e até de amizade, portanto, não faz qualquer sentido e, pelo contrário,
poderá revelar que, ao serem desrespeitados aqueles valores e inerentes
atitudes, afinal tudo não passava de hipocrisia, de falsidade, de cinismo,
porque: princípios, valores, sentimentos, emoções e amigos, são inegociáveis
ou, quando verdadeiros, devem ser rigorosamente preservados, evitando tudo o
que possa feri-los e violá-los.
A amizade, quando
verdadeira e vivida afetivamente, não é compatível com outros interesses que a
prejudiquem, por mais legítimos e legais que possam parecer. A amizade entre
duas pessoas não pode, em circunstância alguma, ser traída e não há política
que justifique uma tal deslealdade (nem entre as pessoas que se querem bem),
até porque quase tudo na vida é efémero e muito pouco importante, se
compararmos com determinados valores, como, por exemplo: amizade/amor, saúde,
família, trabalho, felicidade e a Graça Divina, entre outros.
Quem busca o poder:
por processos transparentes; com respeito pelas pessoas em geral, e pelos
adversários em particular; com elevação cívica; com ideias e projetos
exequíveis; defendendo com convicção os valores essenciais da dignidade humana,
acredita-se que tais candidatos são merecedores da credibilidade, da confiança,
da consideração e respeito.
Estes candidatos
são os que mais e melhores perspectivas e esperanças criam para uma boa
governação e é neles que devemos depositar o nosso voto, porque quem hoje me
faz bem a mim, amanhã poderá fazer-te a ti. O contrário também poderá ser
verdadeiro.
O tempo da
violência verbal, física, psicológica, por quaisquer processos e instrumentos,
está ultrapassado, ou deveria ser “enterrado”, porque quem procede com
violência e desrespeito pelos mais legítimos e legais direitos dos outros, não
poderá ser considerado capaz, competente, credível e suficientemente educado
para gerir o que quer que seja, e muito menos para desenvolver e consolidar um
relacionamento interpessoal verdadeiramente compatível com o cargo e com a
dignidade dos governados.
De resto, até se
pode partir da vida não política de cada pessoa, e tentar confirmar como ela se
comporta: na família, com os amigos, colegas de trabalho, no associativismo, na
sociedade em geral, porque lá diz o ditado: “Quem não é na vida privada, também
não o vai ser na vida pública”, isto é: conforme uma pessoa se comporta, em
regra, numa determinada situação, poderá ter idênticas atitudes noutros
contextos, por isso é preciso distinguir muito bem: o “trigo do joio”; a
lealdade da traição; o trabalho do ócio; a boa educação/formação das
arrogâncias e fanfarronices populistas.
Igualmente é muito
importante que ao formar-se uma equipa, com o seu líder à cabeça, se analise
muito bem os perfis individuais, as capacidades de cada elemento, o seu
histórico ético-moral, sócio-profissional, cívico-axiológico, teórico-prático,
porque tais cuidados na seleção resultam, mais tarde, na credibilização da
atividade política, e dos respetivos integrantes dessa equipa, para além de uma
garantia prévia de que, independentemente dos resultados, dessa equipa ficar no
poder ou na oposição, seguramente, dela se pode esperar um trabalho profícuo,
competente e sério.
As campanhas
eleitorais servem não só para os candidatos apresentarem as suas ideias,
projetos, recursos e objetivos a atingir, para o bem-comum, como também para o
eleitorado ter tempo de analisar as propostas e os respetivos candidatos, não
sendo necessário que estes optem por “esquemas censuráveis” impróprios para uma
sociedade que se deseja pacífica e pacificada e, muito menos, que utilizem o
ataque pessoal com atitudes atentatórias da dignidade, honra e bom nome dos
adversários.
Independentemente
da generosidade do povo, da sua tolerância e eventuais simpatias particulares,
ou político-partidárias, os candidatos devem-se, reciprocamente, respeito,
lealdade, solidariedade perante injustiças e calúnias vindas de outras pessoas
e equipas.
Os candidatos têm a
obrigação de ser o exemplo de como se deve exercer o poder, isto é: com
educação, respeito firmeza, sentido social bem claro, tolerância e espírito de
missão porque, a política é nobre quando é superior às atitudes e
comportamentos mesquinhos e oportunistas. Em Política, tal como na vida, “Não Vale
Tudo”.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
E-mail: bartolo.profuniv@mail.pt
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: www.caminha2000.com
(Link Cidadania)
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