domingo, 26 de julho de 2015

Poder de Escolha. Autoconfiança. Amor-Próprio.


Afirmar-se que quase todos os seres humanos estão dotados de maiores ou menores capacidades é, praticamente, uma evidência, um lugar-comum e que, em algumas circunstâncias, e meios societários, é uma assertiva que, muitas vezes, cai na banalização, porque nem sempre se dá o devido valor ao que é simples, humilde e, “relativamente”, insignificante, para certas mentalidades, afetadas pelas megalomanias das vaidades mundanas e dos protagonismos balofos.
É consensual que nem todas as pessoas possuem total liberdade para exercerem determinadas faculdades, inatas e/ou adquiridas, como é aceitável desconhecer-se que, por limitações psíquico-intelectuais e físicas, também fiquem com a liberdade de decisão limitada, permanecendo na dependência do livre arbítrio, de um outro seu semelhante.
Na vida existem oportunidades: umas, procuradas pelas próprias pessoas, com objetivos estabelecidos; outras, que surgem, quase sem se estar à espera; ainda outras, para as quais há uma preparação prévia, específica, mais ou menos longa. E, mesmo aceitando que: “a oportunidade não bate à porta de ninguém”, sempre é possível lutar por ela, esperando o momento certo de a “agarrar”, decidindo nesse sentido ou não.
Há, porém, na maioria das pessoas, uma grande força, que permite vencer muitos obstáculos e alcançar o sucesso, mais ou menos relativo, obviamente, em função de um projeto, das habilidades para o implementar, dos recursos disponíveis, todavia, à partida, torna-se necessário optar por ele, ou conceber um outro que se afigure mais exequível e rentável, mas em qualquer dos casos, tem que se escolher, e nem sempre é fácil selecionar, até porque eleger, também é uma forma de rejeitar.
Sabe-se que em todo o mundo, as habilidades individuais, os recursos diversos para as pôr em prática, as próprias culturas tribais, comunitárias, regionais, nacionais e continentais, por vezes, constituem obstáculos, ou facilidades, para o desenvolvimento dos projetos, a que se acrescentam os condicionalismos individuais.
Tudo isto se confirma quando refletimos e chegamos à conclusão de que: «Milhões de pessoas continuarão levando vida simples, comuns e miseráveis porque essa grande GRANDE FORÇA lhes escapa e nunca foram capazes de alcança-la. NÃO SE PODE LUTAR CONTRA A VIDA. Já houve tentativas a esse respeito. Milhões tentaram e não conseguiram. Então qual é a respostas? A RESPOSTA É QUE DEVEMOS ENTENDER A VIDA … SE DESEJARMOS TIRAR O MELHOR PARTIDO DELA» (J. Martin Kohe, in MANDINO, 1982:140).
Existe, de facto, independentemente do relativismo que se lhe queira atribuir, uma força poderosa que, em diversos níveis, está ao alcance de qualquer pessoa. Essa força denomina-se por “Escolha”, opção, seleção, entre muitos outros sinónimos e alternativas porque, no limite, sempre se pode enveredar por uma determinada solução, inclusivamente, mesmo quando é desfavorável a quem decide.
É claro que se pretende, quando se aborda o “Poder de Escolher”, tomar uma deliberação que seja favorável à própria pessoa, que assim decide, tendo em vista o melhor resultado, seja qual for a sua natureza: espiritual, material, social, profissional, filantrópica, altruísta, ou qualquer outra. A responsabilidade da escolha tem de ser assumida por quem a faz, logo não será correto imputar culpas a outras pessoas e/ou entidades.
É possível que tenha algum cabimento a seguinte assertiva: «Provavelmente todos conhecem o velho ditado “Deus ajuda a quem se ajuda.” Independentemente do que acreditamos com referência a Deus, Deus dá a cada homem o direito de AJUDAR A SI MESMO … OU, EM OUTRAS PALAVRAS, O DIREITO DE ESCOLHER. Se não aprendemos como viver, a quem devemos culpar? A Deus? Oh! Não! DEUS NOS AMA. Não magoa ninguém. Nós nos magoamos com o mau uso desse GRANDE PODER que Deus nos deu … O PODER DE ESCOLHER.» (Ibid.:141).
Sempre que se utiliza este Poder de Escolha e dele resultam bons desfechos, seguramente que ficam criadas as melhores condições para que a autoconfiança se consolide, levando, por “arrasto” o aumento do amor-próprio, o orgulho e a dignidade, de resto: «O amor-próprio é uma questão de grau. Não se trata de ter. (…) A pessoa que sobressai, a pessoa de alto desempenho, na maior parte das vezes, tende a funcionar em direção à extremidade superior da escala – na maioria das vezes sente uma sensação muito real, honesta e positiva de riqueza e valor pessoal.» (James W. Newman, in MANDINO, 1982:143-44).
Por mais habilidades talentos, conhecimentos, experiências e oportunidades que se consigam congregar à volta de um projeto, este não se desenvolverá para o sucesso se à sua bondade/mérito, e/ou ao seu executor, lhe faltarem poder de escolha, por exemplo, das estratégias, metodologias e recursos e não tiver, simultaneamente, autoconfiança e amor-próprio.
Também é necessário distinguir muito bem o amor-próprio da autoconfiança porque: «Pode-se ter muita confiança em si mesmo numa determinada área, ou a respeito de uma atividade particular, embora o nível total de amor-próprio seja bem baixo. Por outro lado, pode-se ter um nível de amor-próprio muito elevado e, ainda assim faltar confiança em áreas específicas como falar em público ou pintar. Autoconfiança focaliza-se mais limitadamente numa habilidade particular ou tipo de situação. Amor-próprio é um sentimento mais profundo que tem de si mesmo, do seu valor como pessoa.» (Ibid.: 144-45).
Acreditar, firmemente, nas próprias capacidades, e não vacilar durante a execução do projeto, mesmo que numa ou noutra fase nem tudo esteja a produzir os melhores resultados, significa que a autoconfiança é elevada, até porque: «Quando fazemos um bom trabalho, devemos nos sentir bem! Isso não só faz aumentar a probabilidade de repetir o desempenho excelente, como também ajuda a sentir-se melhor como pessoa. Quando as coisas vão mal (e continuarão ainda), evite a tentação de ficar contemplando os erros e os fracassos. Há um mundo de diferença entre ter falhado e ser um fracasso – bastante diferença entre ter feito alguma coisa ruim e ser ruim!» (Ibid.:145.46).
Esta consonância entre autoconfiança e amor-próprio é essencial para se alcançar o sucesso, mas também para saber suportar o fracasso. Naturalmente que é no amor-próprio que melhor se compreenderá a essência humana, nas suas diferentes dimensões da intervenção pessoal e coletiva, porque:
Se por um lado: «É possível construir os próprios sentimentos de mérito, valor e importância, ao reforçar e fortalecer o amor-próprio dos organismos superiores dos quais fazemos parte» (Ibid.: 147);
Por outro lado: «… uma das maneiras com que pode construir seu próprio nível de estima pessoal é ajudando os outros a construir e a reforçar o deles. E há o benefício de um bónus extra para esse processo. Ao suprir outra pessoa com a oportunidade de revigorar seu sentimento positivo, estará enriquecendo o próprio ambiente.» (Ibid.:150).
Considera-se que na implementação, acompanhamento e avaliação final dos resultados, de um dado projeto, se houver a possibilidade de se estabelecer uma equipa de trabalho, verifica-se que quanto maior for o amor-próprio dos seus elementos, mais eficácia se consegue. Isto mesmo é defendido em estudos realizados, os quais apontam para a seguinte assertiva: «Acontecem coisas muito mais excitantes e positivas quando as pessoas com abundância de amor-próprio trabalham juntas.» (Ibid.).
O amor-próprio que cada pessoa tem por si mesma, deve ser alimentado, preservado em todas as circunstâncias da vida, até porque ninguém gosta de ser menosprezado, humilhado e ofendido em suas atitudes, sejam elas resultado do sucesso ou do fracasso.
A crítica, mesmo quando aponta comportamentos incorretos, deve ser analisada e recebida com humildade, porém, com firmeza, entendida no sentido pedagógico, embora não se ignorando que: «às vezes pode ser muito tentador criticar o comportamento ou as atitudes dos outros quando estão fazendo alguma coisa “errada” – o que significa que não estão fazendo do modo como você faria. Mas é muito mais produtivo reforçar o comportamento – ou qualidades – que você admira.» (Ibid.:152).
Entre outras alternativas, pode-se admitir que o edifício construído pelos três pilares do: “Poder de Escolha”, “Autoconfiança” e “Amor-Próprio”, constitui o instrumento poderoso para se alcançar o sucesso, e, se a par da crítica construtiva, mesmo que apontando falhas, for possível elogiar, então é muito provável que a pessoa visada ganhe novo alento, e se envolva em projetos mais audaciosos.
Quando a pessoa é alvo do reconhecimento público e/ou privado, aqui se incluindo a família e os amigos, verdadeiramente sinceros e incondicionais, naturalmente que a sua autoconfiança aumenta, as decisões são tomadas com mais ponderação e rigor, precisamente para não perder a reputação entretanto já conquistada e, finalmente, o elogio poderá reforçar e consolidar os méritos adquiridos, até porque: «O elogio é mais aceitável para a pessoa com um sólido senso de mérito pessoal, porque está compatível com o que sabe e sente a respeito de si mesma.» (Ibid.:154).

Bibliografia.

MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad. Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689

Imprensa Escrita Local:  

Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “A Nossa Gente”
Jornal: “Terra e Mar”

Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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