domingo, 12 de julho de 2015

Rentabilizar Habilidades


Qualquer pessoa, independentemente da sua origem, formação e estatuto, no seu estado físico, intelectual e psicológico normal, tem capacidades diversas, conhecimentos, experiências e sabedoria, que lhe permitem potencializar para percorrer o caminho do sucesso, e daí retirar os proveitos inerentes.
As faculdades inatas, e adquiridas ao longo da vida, permitem, a quem as possui, em seu estado normal, alcançar o êxito, sendo necessário aplicá-las bem, seguindo, inclusivamente, uma velha máxima, segundo a qual: «O sucesso na vida não vem de ter boas cartas, mas de jogar bem com cartas ruins» (MANDINO, 1982:107).
Certamente que para se obter os melhores resultados, das habilidades de cada pessoa, é fundamental saber quais são essas aptidões, que talentos é que se possuem, quando e como aplicá-los. Nesse sentido, e para esse efeito, será conveniente elencar todas as capacidades que se pensa possuir, e depois hierarquizá-las, em função do projeto que tem mais possibilidades de sucesso.
Com tal metodologia, relativamente à identificação dos talentos, pode-se aceitar que: «A primeira é inventariar as nossas habilidades. Quais talentos que possuímos? Quais os bens materiais que possuímos, nossos pontos fortes? Também deveríamos levar em conta nossas inclinações. Possivelmente, temos vários talentos, qualquer um podendo ser desenvolvido em alguma coisa útil e satisfatória se estivéssemos à sua procura (…). Ao inventariar nossas habilidades, devemos nos perguntar se a área em que temos talento é praticável.» (Kenneth Hildebrand, in MANDINO, 1982:109).
Evidentemente que não será de bom senso utilizar, aleatoriamente, as habilidades, porque neste caso, corre-se o risco de se caminhar para o fracasso, por isso: «Uma segunda sugestão é disciplinar nossas habilidades para a utilidade máxima. O sucesso exige previsão e esforço. Reage ao pensamento e ao cuidado. Torna-se imperativo numa preparação completa se vamos usar nossas habilidades ao máximo.» (Ibid.:110).
Enveredar por uma estratégia de esbanjamento de habilidades, transporta, a curto prazo, à falta de criatividade, ao vazio, ao descrédito e ao desastre. O envolvimento em projetos relativamente subjetivos, ou mesmo utópicos, só porque consideramos que alguma das nossas habilidades é suficiente para vencermos, é um erro que se pode pagar muito caro.
Na verdade é improcedente ignorar que: «Um senso de objetividade preciso também fortalece a motivação para tirarmos o melhor partido de nossas habilidades. (…). Todos nós sabemos que o objetivo faz diferença; um quadro nítido do que desejamos realizar e a determinação de alcançar nossas metas fortalece nosso poder de obtê-lo. Pode fazer a diferença entre sucesso e fracasso, frustração e prazer de viver, felicidade e infelicidade. Vidas intensas são motivadas por objetivos dinâmicos; as menos importantes vivem de desejos e inclinações. Os mais brilhantes sucessos são apenas os reflexos de um fogo interior.» (Ibid.:111).
Só com muita força de vontade, com firmeza e uma inequívoca objetividade é que se deve pôr em prática os talentos, seja num grande projeto, ou numa simples ação de intervenção pontual, numa determinada área para a qual existe habilidade, porque: «Ao atrelarmos nossas habilidades a um propósito firme e empreendermos um grande esforço para a sua realização, seremos ricamente recompensados. Um senso de objetividade simplifica a vida e, portanto, concentra nossas habilidades; e a concentração aumenta a energia.» (Ibid.:112).
Numa sociedade onde a competição em quase todos os setores de atividade, incluindo a própria religião, é cada vez mais “agressiva”, quem colocar ao serviço de uma instituição as suas habilidades, deverá verificar se nesses talentos existe algo de inovador, que possa surpreender o consumidor de bens e serviços, e/ou que lhe suscite a apetência pela aquisição dos produtos oriundos da aplicação de uma ou outra habilidade.
Ser-se objetivo, também implica ter-se conhecimento das reais possibilidades técnicas, financeiras e de viabilidade do empreendimento, suportado nos talentos, mas não se pode desconhecer que: «… devemos estar dispostos ao sacrifício para a expansão dos nossos talentos em qualquer área que desejemos aplicar nossas habilidades e encontrar a felicidade da realização pessoal.» (Ibid.:113).
Naturalmente que nem tudo o que se diz, escreve e faz, conduz, concretamente, a resultados positivos, portanto, ao sucesso material, mas sem que haja uma ou mais tentativas, nunca se saberá até que ponto as habilidades utilizadas no projeto, eram, ou não, as mais adequadas e, por outro lado, também é verdade que a capacidade de resiliência, às diversas circunstâncias que vão envolvendo um desígnio, pode ajudar à tomada de novas decisões, se os resultados esperados não forem os melhores.
Na caminhada evolutiva para o sucesso, de facto, é essencial que as habilidades estejam atualizadas, face às exigências do mundo contemporâneo e, para que assim aconteça, não se pode deixar de parte uma boa dose de criatividade, na medida em que: «Ao colocar nossos talentos para funcionar, a imaginação acrescenta às nossas habilidades a capacidade assombrosa de se desdobrarem. Abre as portas do empreendimento e da felicidade que não prevíamos e as quais chegamos a acreditar estarem além de nossas esperanças mais absurdas. O poder da imaginação é uma das maiores possessões pessoais do homem, uma das qualidades que o tornam único.» (Ibid.:114).
Em todas as atividades da vida humana, a realidade sempre está presente, pelo menos para as pessoas e instituições mais cautelosas, porque por mais habilidades que se tenha, por mais criatividade que se aperfeiçoe, por mais inteligência que se utilize, vão ser necessários alguns recursos complementares, para que uma ideia, um projeto, um desígnio, possam ser implementados com alguma probabilidade de êxito
É evidente que: «Somos sábios em aplicarmos o mesmo princípio no uso de nossas habilidades. Marco Aurélio disse: “Como forem teus pensamentos assim será tua mente; pois a alma tira seu colorido do pensamento”. Quando deixamos de usar a imaginação, nossas vidas tornam-se rotinas. A rotina conduz à prática da complacência e a complacência é fatal para a expansão criativa de nossas habilidades.» (Ibid.:115).
Uma vida de rotina, muito certinha, pode não ser a melhor estratégia para quem deseja progredir, espiritual, psicológica e materialmente, porque se: por um lado, a rotina garante alguma infalibilidade, na execução das tarefas que, quotidianamente, é necessário assumir; por outro lado, ela não estimula eficazmente e, em muitas atividades, a imaginação, a competitividade, a atualização, levando, inclusivamente, a uma certa desvalorização dos talentos latentes que a pessoa tem.
É da natureza humana, é da vida, a vontade de crescer, de colocar em prática os conhecimentos, a experiência, a sabedoria, que ao longo da existência se acumula em cada pessoa. O objetivo maior está sempre relacionado com uma projeção e notoriedade que não só honre a pessoa, como a estimule cada vez mais e melhor, porque: «Onde quer que seja o nosso lugar (…) quando suprimos esse lugar com o melhor de nossas habilidades, o crescimento pessoal é inevitável. Pelo menos três coisas começam a acontecer. Fazemos um trabalho melhor do que estamos fazendo. Expandimos nossos talentos através de uso vigoroso. E nos preparamos para uma responsabilidade maior e uma oportunidade mais ampla.» (Ibid.:117).
Atualmente, em muitos países, Portugal incluído, nem sempre se valorizam e se aproveitam os conhecimentos, experiências e sabedoria dos mais velhos que, se fossem conjugados com a criatividade, competências científico-tecnológicas, voluntarismo e generosidade dos mais novos, poder-se-ia viver com um nível e qualidade de vida excelentes.
Sabe-se, por exemplo, que: «Os países mais prósperos e os povos mais adiantados são aqueles que sabem valorizar a velhice dando-lhe assistência, atenção e trabalho adequado ao idoso. E quem dá assistência e atenção ao velho, dá o trabalho de que ele tanto necessita. O trabalho afasta as reações negativas, trazidas pelas preocupações que são a fonte constante das emoções tão prejudiciais (…). Nenhum outro remédio parece ser tão eficaz.» (FARIA, 1973:117).

Bibliografia.

FARIA, Carlos Coelho de, (1973). A Vida não tem idade. Uma experiência a serviço da Gerontologia Social. 2ª Ed. São Paulo: Departamento de Geriatria D. Pedro II da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paula e Editora Bisordi. Ltdª.
MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad. Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689

Imprensa Escrita Local:  

Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “A Nossa Gente”
Jornal: “Terra e Mar”

Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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