domingo, 15 de maio de 2016

Fé e Esperança em Maria


Respeitando as religiões que cada povo, cada instituição, cada pessoa professam, e desejando-se igual comportamento, a verdade é que os crentes numa Entidade Divina, têm necessidade de nela acreditar, e a ela recorrer sempre que se encontrem em situações-limite, principalmente quando tudo parece estar perdido, designadamente a saúde e, mesmo os não-crentes, de quando em vez, lá vão proferindo o nome de Deus, ou até de um Santo.
Em Portugal, o mês de Maio é muito especial para os católicos, fundamentalmente para aqueles que desde há muito tempo interiorizaram uma Fé e Esperança ilimitadas em Nossa senhora de Fátima, cujas celebração, homenagem e ação de graças têm o seu ponto alto, no dia treze de Maio, precisamente no Santuário de Fátima.
A religião faz parte da cultura de um povo e, já em tempos imemoriais, a ela se recorria para os mais diversos fins: recuperar a saúde perdida; receber uma proteção em cenários perigosos, e, por via disso, por exemplo, ainda hoje se assiste ao “cumprimentos de promessas” que, por ocasião das guerras, as pessoas imploravam auxílio e proteção, em “troca” da obrigação de um “voto”.
Tal como acontece um pouco por todo o mundo, também em Portugal, ao Santuário de Fátima, acorrem milhões de pessoas todos os anos, imbuídas de profunda Fé e imensa Devoção em Maria, à qual agradecem as Graças que, por sua intercessão, receberam de Deus, relativamente a pedidos que, entretanto, foram feitos para resolver situações que escapam à ciência, à técnica e à tecnologia.
Ousar criticar esta postura dos crentes, poderá revelar uma enorme falta de respeito, uma “pseudo-supremacia” e, provavelmente, um materialismo exacerbado. O contrário, sem dúvida, é, igualmente, inaceitável, ou seja: os crentes censurarem os não-crentes, até porque se deve partir do princípio, segundo o qual, a liberdade religiosa é um direito constitucional inalienável, em Portugal.
Quem conhece, e visita regularmente o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, não consegue ficar indiferente às comoventes manifestações de Fé, às emoções fortíssimas que os crentes, peregrinos de dezenas de países, revelam durante as cerimónias religiosas, em que alguns rituais levam muitas pessoas a entrar em situações incontroláveis: chorar profundamente, desmaios, nomeadamente enquanto decorre a procissão e depois o recolhimento da imagem à Capelinha das Aparições, sendo significativo o ritual do “Adeus” em que os crentes se despedem da Virgem Santa, acenando com lenços brancos.
Haverá fenómenos que a ciência e a técnica não conseguem explicar, muito menos provar, cabal e inequivocamente, como seja, por exemplo, o “aparecimento” de Nossa Senhora de Fátima, no dia treze de maio de mil novecentos e dezassete, na Cova da Iria, a três pastorinhos, dos quais, um deles, a irmã Lúcia, que faleceu há poucos anos e que terá confirmado aquele evento fantástico.
Quanto a este acontecimento extraordinário, que no corrente ano perfaz noventa e nove anos que se verificou, compreende-se e respeita-se que tanto a ciência como a técnica, e os não-crentes, desvalorizem ou até o neguem, com argumentos de “ilusão ótica” ou “fenómenos meteorológicos” mas também não teremos o direito de desmentir quem realmente sempre afirmou ter ocorrido, havendo, inclusivamente, prova testemunhal, os pastorinhos, e documentação escrita a este propósito.
Ninguém se deve sentir envergonhado, complexado ou ter qualquer preconceito em manifestar a sua devoção e crença em Nossa Senhora de Fátima, como também não assiste o direito, aos não-crentes e de outras religiões, de ridicularizarem e humilharem as pessoas que têm Fé e Esperança em Maria.
Refere o provérbio popular que: “A Fé é que nos salva”, não só a fé enquanto acreditar num desfecho favorável para uma situação incómoda, ou no êxito de um projeto, mas também a Fé religiosa, que no espírito dos crentes prevalece como uma oportunidade de solução, eventualmente para o mesmo problema que o não-crente está a viver e, então, dir-se-ia que tudo não passa de uma questão de perspetiva.
Tanto quanto se julga saber e, relativamente ao que a ciência e a técnica têm evoluído, a verdade é que o ser humano tem caraterísticas inefáveis que, provavelmente, nenhum outro animal possui. A dimensão espiritual, por exemplo, sempre esteve presente na pessoa humana, que por sua vez, e na maior parte dos indivíduos, remete para a crença e prática religiosa.
Realmente, somos diferentes, somos seres superiores, pelo menos em relação aos restantes animais conhecidos. Construímos, praticamente, tudo o que necessitamos para o nosso bem-estar, naturalmente com as limitações que a Força da Natureza nos impõe e também porque, é bom reconhecer, ainda não somos perfeitos, nem sequer totalmente autossuficientes, mas caminhamos para alcançar os objetivos que nenhum outro ser terrestre conseguirá.
A religião é uma prerrogativa do ser humano crente, embora os não-crentes, reconheçam esta dimensão, contudo, sem a praticar. Ser moderadamente religioso, crente, ter Fé e Esperança, num Ente Divino, não fará mal a ninguém, pelo contrário, talvez possibilite viver-se com alguma serenidade.
Nenhuma outra atividade, nem mesmo as desportivas, move tantas pessoas como a Religião em geral e, a Fé e a Esperança em Nossa Senhora de Fátima, a cujo Santuário, em Fátima, num só dia podem acorrer mais de meio milhão de fiéis, o que, de alguma forma, revela que quanto tudo falha, nomeadamente a ciência, a técnica e a tecnologia e outros meios menos claros, as pessoas se voltam para Maria e lhe “imploram”, ajuda e proteção.
Como seria bom que, entre os limites da ciência e da religião, a humanidade se entendesse para o desenvolvimento, o trabalho, a justiça social, o amor, a felicidade e a paz. Acredita-se que entre a ciência e a religião, não haverá incompatibilidades, talvez, ainda, alguns “complexos”, algumas reticências em aceitar a religião como mais um “veículo” para a humanidade viver melhor.
Naturalmente que nenhuma destas dimensões, eminentemente humanas, pode ser radicalizada, fanatizada, pretendendo uma ser superior à outra, porque quando se envereda por posições extremadas, normalmente, o resultado é mau para as pessoas, gerando-se e alimentando-se conflitos, guerras e outras situações que atingem vítimas humanas inocentes, que nunca tiveram nenhum envolvimento nas causas que deram origem às contendas bélicas.
A intercessão de Maria é, portanto, tão necessária e compreensível como outros “expedientes” a que muitas pessoas “recorrem”. Com Ela, com Maria, porém, existe sempre a possibilidade de “conversarmos”, orarmos e pedirmos apoio, resguardo, com Fé e Esperança, de que poderemos ser “atendidos”, embora nem sempre assim se verifique.
Neste treze de Maio, saudemos, oremos e agradeçamos a Nossa Senhora de Fátima, para que haja paz no mundo, para que proteja os milhões de migrantes, refugiados, expatriados e toda a sorte de pessoas fragilizadas, marginalizadas e perdidas no rumo da existência errática, devido às vicissitudes da vida, do desequilíbrio de milhares de indivíduos, alienados pelos fanatismos: políticos, religiosos, económicos, financeiros, estratégicos.
É essencial que tenhamos Fé e Esperança em Nossa Senhora de Fátima, Maria, Mãe de Jesus, para que possamos ajudar a encontrar as melhores soluções para acabar com as injustiças, com as perseguições, com a dor e sofrimento e, todos juntos, consigamos ter uma vida, verdadeiramente digna da pessoa humana.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689
 
Imprensa Escrita Local:
 
Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “Terra e Mar”
 
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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