domingo, 1 de maio de 2016

Mãe: Símbolo do Amor

Apesar de ser considerado um lugar-comum, dizer-se que o “Dia da Mãe” deveria ser comemorado todos os dias, a verdade é que assim não acontece. E se há milhões de pessoas que todos os dias convivem, contactam e recordam as suas mães, provavelmente, outras, as tratam muito mal: seja afetiva; seja moral; seja fisicamente. Há de tudo um pouco, feliz ou infelizmente.
Também se costuma afirmar que: “Mãe há só uma” sendo esta assertiva muito dirigida à mãe biológica, contudo, nem sempre corresponde à verdade, no sentido de esta mãe ser a melhor do mundo, porque também nas mães adotivas se encontram exemplos de autêntico e abnegado amor profundo, para sempre.
Vamos, hoje, enaltecer a Mãe, aquela mãe extremosa, que: cuida dos seus filhos com inexcedível desvelo; que é capaz de cortar com toda e qualquer relação com outras pessoas, quando tais conexões possam vir a prejudicar o orgulho, o bom-nome, a honra e dignidade dos seus filhos; aquela mãe que se priva de quase tudo para que, na medida do possível, nada falta aos seus amados filhos; a mãe que, nos bastidores da vida, protege, apoia, ama e sofre; enfim, aquela mãe que por eles dá a vida, se necessário for.
Neste dia muito especial e extremamente significativo, não se desenvolverá muito a crítica às mães que, realmente, só o são de nome, que na verdade se limitaram a procriar e “parir” os filhos, para depois os abandonarem, sem acautelarem o futuro deles, muito embora e numa tentativa de compreensão e benevolência, se procure entender certas situações de manifesto e incontrolável desespero, por parte de algumas dessas mães que assim procederam.
Quaisquer tentativas para, de alguma forma, e/ou processo, elaborar, “á priori”, juízos de valor, condenações na praça pública e outros instrumentos de humilhação das mães que, por alguma circunstância de força maior, por incapacidades diversas, por vicissitudes da vida, não foram capazes de cuidar dos seus filhos, acabam por resultar, num ainda maior afastamento entre a mãe e os filhos, não sendo bom para o futuro deles.
O “Dia da Mãe”, para além de uma comemoração simbólica, também deve ser preenchido com profundas reflexões sobre a relação existente entre a mãe e os filhos, bem como, se for o caso, uma atitude de maior aproximação, de perdão por eventuais erros cometidos por qualquer das partes. É um dia para ser celebrado com alegria, em harmonia e felicidade.
Ser mãe, nos tempos modernos, não é uma missão nada fácil, na medida em que a sociedade está em permanente evolução, que tem vindo a implementar um conjunto de exigências, difíceis de satisfazer na maior parte das famílias, técnicas sofisticadamente agressivas, direcionadas para o consumo em geral e para as crianças em particular.
Também o sistema educativo constitui uma outra preocupação, com grande impacto no presente e no futuro das crianças e dos jovens. Habitualmente, a mãe é a encarregada de educação., que ajuda nos trabalhos de casa. Atualmente, e não obstante o acesso gratuito ao ensino, educação e formação, até ao nível secundário, estar ao alcance das famílias, ainda assim, nem todas conseguem colocar os seus filhos na escola, durante os ciclos obrigatórios, precisamente por falta de recursos financeiros, na medida em que há despesas que não são suportadas, integralmente, pelo sistema educativo.
Por outro lado, no que se refere à saúde, também aqui a mãe desempenha um papel fundamental porque, normalmente, ela é a primeira a detetar algum mal-estar: físico, psicológico e mental, nos seus filhos, muito embora o pai, aquele que se assume autenticamente como tal, de igual forma, partilhe destas situações e preocupações. Invoca-se mais a mãe, justamente porque, em regra, é ela que passa grande parte do tempo com os filhos, não que se preocupe mais do que o pai, até pode acontecer, pontualmente, o contrário.
É muito antigo o provérbio popular segundo o qual: “Quem tem uma mãe, tem tudo; quem não tem uma mãe, não tem nada”. Em bom rigor, os filhos, em geral, amam a sua mãe, também são capazes de dar a vida por ela, abdicar de muitas oportunidades, bens e regalias, para poderem estar com elas, de resto, o amor filial é muito forte, obviamente, quando verdadeiro e incondicional.
Convém não desconhecer que neste “Dia da Mãe” também há muitos filhos que, ignobilmente, esquecem aquela que lhes deu tudo na vida e, se razões de mágoa houver, ao menos, um dia no ano, tenham uma atitude de carinho, de respeito, com um pouco de amor pela mãe.
A exemplo da comemoração de muitos outros dias simbólicos, ao longo do ano, este, em especial, deveria ser vivido intensamente, todos os dias, principalmente por aquelas pessoas que ainda têm a felicidade de ter a sua mãe, também o pai, vivos, porque não há maior riqueza neste mundo, e nesta vida, do que termos junto de nós os nossos pais.
Pensando bem na dignidade e insubstituabilidade da mãe, seja ela biológica ou adotiva, e verificando-se que ao longo do ano existem diversos feriados, tolerâncias de ponto, dispensas e outras formas de assinalar um dado evento, não estará na altura de os nossos decisores darem maior relevo ao “Dia da Mãe”, não só através da comunicação social e outras iniciativas particulares e semioficiais?
Ser Mãe é uma condição única, sublime e exclusiva da mulher que, em condições normais de procriação natural, mais ninguém consegue. Acompanhar os seus filhos, ao longo de muito tempo: primeiro, no interior do seu próprio organismo; depois, na vida extra-uterina dos filhos, prepará-los para enfrentar a vida e o mundo, também é uma tarefa que, em muitos casos, ela assume e desempenha sozinha porque, entretanto, o pai, irresponsavelmente, abandona o lar, sem assumir a sua quota-parte na saúde, educação e formação dos filhos.
Estatisticamente sabe-se que são muito mais as mães que ficam com os filhos nos braços, do que os pais. Na verdade, o pai, em muitos casos bem conhecidos, infelizmente, cada vez em maior número, e depois de várias desavenças, violências domésticas, maus tratos físicos e psicológicos, ofensas e humilhações à esposa, mãe dos seus filhos, fogem, covardemente, do lar e a esposa e mãe, muitas vezes com os avós maternos, acabam por ficar, amorosamente a criar os filhos e netos.
A condição de mãe tem, por tudo isso, que ser valorizada, não só moral, como também materialmente, pelo Estado, porque no fundo estas crianças: primeiro, não pediram para nascer; segundo, são o futuro da sociedade; terceiro, é necessário prepará-las para que não cometam os mesmos erros que as gerações anteriores praticaram.
Nesta sociedade do século XXI, onde proliferam os mais diversos perigos, como também ocorrem as melhores oportunidades de sempre, pese embora a difícil situação de empregabilidade, de fome e miséria, só com um amor imenso, uma dedicação quase exclusiva é que uma Mãe consegue preparar os seus filhos para uma vida digna.
Neste “Dia da Mãe” festejemos e glorifiquemos a sua dimensão amorosa, o seu papel insubstituível no mundo e, tenhamos respeito pela sua superior condição, porque será ela a luz das nossas vidas, o exemplo da doação sem limites, o porto seguro, quando estamos perdidos no mundo. Amemos as nossas Mães.
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689
 
Imprensa Escrita Local:
 
Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “Terra e Mar”
 
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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