domingo, 20 de agosto de 2017

Autoridade Docente

Na perspetiva da Filosofia Social é necessário considerar a existência legal do quadrinómio: sociedade, autoridade, norma e bem-comum. O exercício da autoridade funda-se na norma legal e, em algumas atividades, nomeadamente, a política, na legitimação proveniente da adesão popular. Em sentido lato, e para o enquadramento da autoridade, em geral, considerem-se as normas jurídicas, morais, cognitivas, profissionais ou quaisquer outras que reconhecem e legitimam aquele poder.
A autoridade docente, nas suas diferentes abordagens: específicas de cada disciplina; culturais, humanas, sociais, políticas e de cidadania, deve ser exercida, não só em contexto escolar da sala de aula, mas também noutros âmbitos da vida do professor, o qual deve ser o primeiro a manifestar um comportamento ético-deontológico compatível com a sua nobre função e estatuto exemplar, porque só por esta forma revelará competência e inspirará segurança. Ao longo da sua carreira, o professor é, também, um cogestor de interesses, recursos, expetativas e classificações.
O sucesso do sistema educativo inicia-se, portanto, a partir da maior harmonia, solidariedade e cumplicidade entre dois protagonistas: aluno/professor; formando/formador. Tudo o resto à sua volta desempenha um papel fundamental, ao nível da complementaridade e da compreensão das posições que os atores principais vão assumindo, de forma responsável e segura, sem prejuízo, relativamente aos menores, de os respetivos encarregados de educação poderem (e deverem) decidir para o bem dos seus educandos, escutando, embora, as opiniões especializadas dos correspondentes técnicos e dos docentes.
Para se compreender, e aceitar, a autoridade docente, uma boa estratégia poderá ser aquela que, no seio da família, desenvolve o exercício pleno da autoridade dos pais: não num sentido totalitário e autoritário; não com uma pressão esmagadora; não com o recurso à violência física e psicológica, mas adotando, precisamente, regras, princípios e valores que, mais tarde, serão aperfeiçoados na escola, o que desde logo tem a vantagem de a criança, o jovem, ou mesmo o aluno, não sofrer com a integração, entretanto em curso.
A urgência em se dotar as instituições intervenientes no processo educativo/formativo de um novo educador, impõe-se, nitidamente, à sociedade que, através das suas organizações: públicas, privadas, profissionais, culturais, sociais e outras, nas diversas áreas específicas, têm o dever de contribuir, ativamente, com todo o tipo de recursos, para que a figura de um novo educador se transforme, posteriormente, numa nova sociedade educativa, progredindo do educador individual, para as famílias, escolas, cidades e nações educadoras.


Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Jornal: “Terra e Mar”

Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

Sem comentários: