A pessoa, inequivocamente humana, dotada dos seus princípios, valores, sentimentos e emoções é, também ela, apetrechada, na maioria dos casos, com diversas dimensões, entre as quais, aquelas que a transcendem fisicamente, onde se podem incluir a fé na realização de factos concretos: a crença na existência de um Deus, a convicção de que no final da sua existência, haverá “Algo” mais para além da vida terrena.
Quando se medita no “Além”, independentemente da
crença no que poderá vir a acontecer, é bem provável que a preocupação surja,
mas também uma esperança no que de bom possa vir a suceder na vida extrafísica
de cada pessoa, porque não repugna aceitar a diferença que existe entre um ser
humano, e um outro animal qualquer. A pessoa humana em toda a sua dignidade e
glória.
Portanto: «Cedo
ou tarde, quando lidamos com caráter e espírito, damos de cara com a questão da
crença. Por quê? Porque a crença é o leito do rio, o seu elemento básico.
Crença é fé; crença é confiança. Crença não é somente o fundamento da
espiritualidade, é também a base do caráter, da administração e da empresa. Sem
crença básica essas estruturas balançam.» (HAWLEY, 1995:109).
A faculdade de pensar, que o ser humano tem, talvez
exclusiva da sua condição, leva-o a conceber as mais extraordinárias situações,
e a acreditar de que é capaz de atingir determinados objetivos, ele tem fé que
consegue, na medida em que: «A crença –
convicção, fé, confiança, chame como quiser – é a força que nos entrega nossa
essência. Chame-a de alguma coisa que lhe faça justiça: crença vigorosa, crença
de coração, crença ao nível do ser; crença vindo do âmago do Eu – do Eu
Superior.» (Ibid.:110).
Entretanto surge uma dúvida que se prende com uma
certa priorização: o que existe primeiro no ser humano: a Crença ou o
Pensamento? Ou as duas faculdades estão em simultâneo, na consciência da
pessoa? Esta questão até poderá parecer irrelevante, porque o importante é que
elas, tanto quanto se sabe, só existem na pessoa, o que eleva este ser superior,
acima da restante “população” animal
terrestre.
Pelos pensamentos a pessoa idealiza os seus
projetos, procura depois colocá-los em prática, acreditando, tendo fé, que
conseguirá atingir bons resultados e de facto: «Pensamentos tão fortes que atuam como crenças, e crenças
suficientemente fortes para fazer as coisas acontecerem.» (Ibid.:117).
Naturalmente que para além dos projetos meramente
materiais, existem aqueles de natureza axiológica, sentimental e emocional, que
é necessário concebe-los e exercitá-los, por forma a que se consiga uma vida
melhor. Com efeito: «Frequentemente
ouvimos a ideia de que “aquilo em que acreditamos, somos”. A princípio parece
absurdo, como se a frase não estivesse completa. Mas as implicações são
profundas. Ser uma pessoa acreditar que é de um determinado jeito, ela será
daquele jeito – e vice-versa: se não acreditar, não será daquele jeito. A mesma
coisa é verdadeira com relação às crenças sobre o mundo. “O homem que ama vive
num mundo amoroso, o homem hostil vive num mundo hostil” diz o ditado.» (Ibid.).
Em certa medida, conseguimos alcançar muitos dos
objetivos que traçamos na vida, muitos outros não. Mas será que aqueles que não
conseguimos atingir, foi porque não acreditamos o suficiente? Será porque nos
faltou a crença? Porque deixamos de pensar neles? Há situações de vida que
ninguém deseja, mas que acontecem, até sem que se pense nelas. O poder da
crença e do pensamento, consegue vencer determinados obstáculos?
Algumas opiniões são favoráveis no sentido de que: «Qualquer que seja o método que
utilizarmos, mais uma vez a mensagem é clara: se os pensamentos realmente são
uma força na ordenação de nossa vida mundana e de nosso Eu espiritual, é melhor
que sejamos eficientes em pensar. Se realmente somos aquilo em que pensamos, então
o objetivo é ter bons pensamentos e continuar trabalhando nisso até que em
nossa cabeça haja praticamente o bem. Pense na felicidade, pense na vitória,
pense na saúde, pense no Eu superior – e essas características irão aderir à
sua vida.» (Ibid.:118-119).
Partindo então desta “estratégia”, ou “condição”, é
importante ter pensamentos e crenças a que se deve seguir, é suposto, a ação.
Então e nesse sentido: «Podemos reunir
bons pensamentos e colocá-los para trabalhar. Em vez de deixar que nossos pensamentos
nos roubem o vigor, podemos escolher pensamentos que nos alimentem. Podemos até
mesmo montar uma história pessoal a partir de lembranças positivas – apagando
os erros passados cujas lembranças nos enfraquecem no presente – de modo que o
fato de olhar para trás nos traga força para o momento atual.» (Ibid.:121).
Pensamentos poderosos são importantes para, pelo
menos, tentar uma vida melhor, com mais sucesso, e se esses pensamentos forem
acompanhados por uma Crença elevada, com momentos de Fé bem profunda, então uma
parte do “caminho” está desvendada, contudo, não significa que o projeto esteja
concretizado com sucesso, haverá outras dimensões, outras ações, outras
direções que também é necessário explorar.
O que não se pode ignorar é que: «A própria fonte da crença está no Espírito,
bem no fundo. Entretanto as pessoas, nas garras de um mundo “mundano”,
orientado para a matéria, tratam impensadamente o poder da crença como qualquer
mercadoria que pode ser comprada, algo a ser explorado para o ganho mundano. Se
vemos a crença como espiritual, e não como fenómeno físico, não fazemos isso.»
(Ibid.:123).
Noutros aspetos da vida mundana, sem ser na dimensão
individual, como por exemplo, na administração empresarial, também aqui a
Crença nos bons resultados é fundamental, e esta fé deve ser extensiva a todos
os intervenientes, desde os gestores aos trabalhadores porque: «Também existe credulidade na administração
atual. Muita coisa que vem sob o rótulo de visão de liderança e imaginação
estratégica, por exemplo, não está baseado solidamente na crença real. Por mais
bem-intencionadas que sejam, essas coisas não passam de saltos na direção das
linhas onduladas, tentativas de explorar o poder da crença sem considerar a
rocha. Sem a crença verdadeira, os saltos não adiantam.» (Ibid.:125).
Segue-se que em tudo na vida, a crença, os
pensamentos positivos, os valores humanistas, as boas ações, são essenciais
para se levar uma existência o melhor possível. A preocupação excessiva, por
bens materiais, por vezes, também prejudica a felicidade e sabe-se que: «Todos nós acabamos presos pelas coisas
mundanas – bens, posses, relacionamentos, conforto pessoal – que pensamos serem
importantes, mas realmente não são. É um padrão de dependência das coisas
erradas. É um vício. Quem tem o controle é o hábito, e não nós.»
(Ibid.:149).
Muito importante, também, é conseguir manter o
espírito liberto de certo tipo de “amarras”, ele tem de estar emancipado, ser
dono das suas decisões, não influenciadas por questões meramente materialistas,
por muito mais legítimas que sejam, mas também é necessário saber-se que: «Seria impossível livrar-se de tudo na vida.
Estamos aqui para viver esta vida – de modo rico – e devemos fazer isso no
mundo. E isso significa que devemos lidar com questões mundanas.» (Ibid.:159).
Em todo o caso, procurar um equilíbrio entre crença, pensamento e vida mundana, é sempre difícil, todavia, o importante é conseguir-se uma vida com qualidade, uma vida com entendimentos positivos, suportados na convicção de que muitos dos objetivos traçados, poderão ser alcançados, obviamente com trabalho e perseverança, respeitando princípios, valores e sentimentos seja das outras pessoas, seja do próprio indivíduo.
Bibliografia.
HAWLEY,
Jack, (1995). O Redespertar Espiritual no Trabalho. O Poder do Gerenciamento
Dharmico. Tradução, Alves Calado. Rio de Janeiro: Record
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Venade/Caminha –
Portugal, 2022
Com o protesto da
minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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