Independentemente dos diversos estudos científicos,
fórmulas, teorias e outras abordagens empíricas, aceitar-se que o ser humano
poderá ser uma composição bipartida, admitindo-se para o efeito, que ele será composto
por uma dimensão físico-orgânica e por uma outra espírito-psíquica, não será
uma posição fácil de se assumir. Igualmente, em muitas outras situações,
factos, constituições terrenas, universais e interplanetárias, também existirá
alguma dicotomia.
Muito dificilmente alguém conseguirá contrariar a
realidade, segundo a qual existem: o dia e a noite; o calor e o frio; a terra e
a água; o ar e o vácuo; o Bem e o Mal. Nesta lógica de raciocínio, e para quem
se considera um ser duplamente dimensionado, constituído por corpo e espírito,
para quem, portanto, é crente, aceitar que no universo e no próprio planeta
Terra, circulam “Anjos” e “Demónios”, não será assim tão difícil.
Se por um lado: partirmos da noção que “Anjos” são
seres bondosos, protetores da humanidade, que são incapazes de prejudicar quem
quer que seja, que apoiam quem deles precisa, e que, no limite, nos conduzem
para o Bem; por outro lado, o conceito de “Demónio”, pretende significar
pessoas Más, com caraterísticas maléficas, que sempre procuram uma forma de
prejudicar, de atentar contra os mais elementares valores ético-morais, então,
certamente, todos nós conhecemos, e já nos confrontamos com “Anjos” e “Demónios”,
isto é: já fomos beneficiados por uns; e prejudicados por outros,
respetivamente.
O mundo atual, primeiro quarto do século XXI, está
“recheado” destes dois tipos de seres, na circunstância: pessoas que se
comportam como “Anjos” (não como anjinhos), felizmente, muitas, mas sem
condições par agir; outras, desgraçadamente, que talvez sejam muitas, são
autênticos “Diabos” (Capetas), na sua pior conceção, resultando, em boa
verdade, a proliferação e manutenção de inúmeros conflitos, sejam eles a nível
individual, grupal, entre nações, ideologias, estratégias e interesses vários.
Tem sido nesta dualidade que algumas pessoas se
movimentam na sociedade, revelando-se autênticas malabaristas dos
relacionamentos humanos e, em geral, comportam-se de forma a passarem a imagem
de sinceras, irradiando uma permanente simpatia, um sorriso persistente para,
na opinião delas, conseguirem alcançar os seus objetivos interesseiros,
todavia, muitas não passam de criaturas impostoras, falsas, desleais que trocam
uma amizade autêntica e incondicional,
por, como se costuma dizer: “um
prato de lentilhas”
Tais seres, que na sua formação ético-moral, assim
como no seu caráter, não passam de desprezíveis “Demónios”, conseguem, com mil
e um artifícios, passar por “Anjos”, por pessoas que, forçada e hipocritamente,
são capazes de levar a pensar, quem com elas convive, que os valores da
honestidade intelectual, da gratidão, da lealdade, da amizade e da
solidariedade, são as suas características de maior impacto.
Este tipo de “Anjos”, “sem asas e com pelo menos dois
chifres”, é muito frequente surgirem em determinados contextos, principalmente,
quando pretendem relacionarem-se com “Gregos e Troianos”, para daí retirarem os
melhores benefícios, em proveito próprio, quantas vezes humilhando, ofendendo e
magoando quem, até, eventualmente, durante certos períodos da vida os apoiou,
sem reservas.
O processo de relacionamento de tais “Demónios”,
disfarçados de “Anjos” é, inequivocamente, astucioso, e quem tem a infelicidade
de ser “apanhado nas suas garras”, muito dificilmente conseguirá libertar-se. A
mesma pessoa consegue desempenhar o duplo papel de “Anjo” e “Demónio”, sem,
contudo, assumir, frontal e publicamente, esta sua manipulação satânica.
A sociedade, de certa maneira contribui para que cada
vez existam mais “Demónios” vestidos de “Anjos”, porque o princípio, defendido
por muitas pessoas, aponta no sentido de haver todo o interesse em se conviver
com “Deus e com o Diabo”, na medida em que assim será possível alcançarem-se objetivos
importantes na vida, alguns de seriedade ético-intelectual muito duvidosa.
Nas pequenas comunidades, (também na sociedade em
geral) onde proliferam os “Demónios” disfarçados de “Anjos”, a hipocrisia, o
cinismo, a traição, esta levada, inclusivamente, até ao seu limite, se dela
resultar um grande benefício, que será a infidelidade, poderão ser
comportamentos utilizados, por algumas pessoas.
Tal benefício, não tem de ser, necessariamente,
material, podendo assumir uma dimensão de prazer sexual, de exibição machista
ou feminista e, em algumas situações, de retaliação, de vingança, ou de simples
indiferença, humilhação, para com outra pessoa, acerca da qual se pensa já não
se precisar dela, apesar de, algumas vezes, num passado recente, se ter
recebido grande e incondicional apoio.
As nossas pequenas localidades, as grandes cidades, o
mundo em geral, na verdade, estão repletos de “Demónios” disfarçados de
“Anjos”, que agem à falsa-fé, que apunhalam pelas costas, quem outrora lhes fez
muito bem, que adotam estratégias evasivas, porque não têm a hombridade, nem o caráter,
nem sequer um pouco de coragem e de vergonha, para assumirem que se relacionam
sob a máscara covarde da falsidade: “Demónios”, profissionalmente, envernizados
de “Anjos”.
Mas, é claro, que também não se pode diabolizar todas
as criaturas, as comunidades, no seu conjunto, muito menos a sociedade
globalmente considerada, porque, em bom rigor, ainda existem: pessoas, grupos e
comunidades que pautam os seus procedimentos por valores de natureza
verdadeiramente ético-moral e, mais do que estes, espirituais.
É possível convivermos, no nosso dia-a-dia, com alguns
“Anjos” de verdade, com pessoas que se norteiam por sentimentos de
misericórdia, de benevolência, de compaixão, sem pedirem nada em troca, elas
são despidas de interesses materiais, nelas não existe qualquer intenção de
arrecadar proveitos próprios, prejuízo dos seus semelhantes, são pessoas cujo
caráter e dignidade estão acima da miséria humana, esta constituída pelos
“Demónios” camuflados de “Anjos.
A composição da humanidade tem, felizmente,
acredita-se que em grande parte, pessoas muito boas, autênticos “Anjos” que,
quais estrelas fulgentes, nos orientam na vida, pelos seus princípios, valores,
sentimentos e boas condutas permanentes. Estas pessoas, que deveriam ser
tomadas por referências, e excelentes exemplos, infelizmente, nem sempre são
assim consideradas, designadamente, pela outra parte, constituída pelos
“Demónios”.
Toda a pessoa, eventualmente: não nasce nem boa; nem
má. A sociedade no seu todo, a família, os amigos, as companhias, as
instituições, em particular, vão moldando a personalidade humana, naquilo que
ela tem de dinâmico, porque alguns traços do caráter até poderão ser
hereditários. Se assim é, então tornar-se-á necessário formar pessoas que
possam vir a ser verdadeiros “Anjos”, no conceito mais nobre do termo: pessoas
do e para o Bem, genuinamente dotadas de valores humanistas.
Deseja-se um mundo de “Anjos”, sempre disponíveis para
ajudar, para nos protegerem, defenderem, serem solidários, amigos e leais para
connosco, obviamente, com uma mente sã, um coração acolhedor, no qual exista um
“cantinho” onde nos possamos refugiar, quando somos perseguidos, humilhados,
ofendidos e magoados pelos “Demónios”.
O mundo será sempre constituído por dualidades, é
inevitável que assim seja, mas é necessário, urgente e importante que: o Bem
avance sobre o Mal; a Luz ofusque as Trevas; o Esclarecimento dissipe o
Obscurantismo; a Bondade vença a Maldade. Neste mundo dual, sempre haverá: a
Verdade e a Mentira; a Sinceridade e a Falsidade; a Probidade e a
Desonestidade; “Anjos e “Demónios”, afinal, o Bem e o Mal. A dualidade para a
complementaridade, será o caminho mais desejável? Talvez sim, todavia, não se
pode menosprezar os lados negativos.
Nesta dualidade que compõe o mundo, a principal, será, porventura, a mulher e o homem que, obviamente, se complementam: seja para o Bem; seja para o Mal e que, tanto ela quanto ele, também assumem, em determinadas fases das suas vidas, os papéis de “Anjos” e “Demónios”, com consequências, por vezes, catastróficas, para uma das partes, ou até mesmo para as duas. “Anjos” e “Demónios” sempre existiram e vão continuar a conviver com todos nós. Não há que temê-los; há, isso sim, que nos aliarmos aos primeiros e precavermo-nos contra os segundos.
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Venade/Caminha –
Portugal, 2022
Com o protesto da
minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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