O
século XXI não terá começado da melhor maneira, no que concerne: à dimensão
social da pessoa humana; ao respeito pela sua indeclinável dignidade; na
observância dos mais elementares Direitos Humanos, como o direito à
alimentação, à saúde, à educação, à habitação e ao emprego; pelo contrário, ao
que se vem assistindo nos últimos anos, é a uma degradação galopante da
qualidade de vida de multidões de pessoas; a uma ostentação vertiginosa e sem
limites de algumas elites que, no seu todo, representam cerca de dez por cento
da população mundial, embora controlem, aproximadamente, noventa por cento da
riqueza do globo. As assimetrias que se acentuam, permanentemente, podem
conduzir, mais cedo ou mais tarde, à deflagração de conflitos muito mais
violentos e devastadores do que aqueles que já se verificam em vários países.
Provavelmente
não existem estudos rigorosos, resultados objetivos, sobre a quantidade de
alimentos, de roupas, de medicamentos, que se inutilizam, que se deterioram,
diariamente, em certos círculos e vidas de organizações e pessoas,
respetivamente, afinal o quanto negligentemente se desperdiça.
Através
de um exemplo muito simples, possivelmente: as verbas que se gastam em viagens,
reuniões, receções e outros atos, ditos “protocolares” e “prestigiantes” para
quem os promove, seriam suficientes para matar a fome de milhões de pessoas;
para dar uma habitação condigna a milhares de famílias; para melhorar as
condições de vida dos mais idosos, justamente aqueles que trabalharam e
contribuiriam durante uma vida inteira, e hoje são pouco apoiados e,
eventualmente, numa ou noutra situação, até serão espoliados, ofendidos e
descartáveis, por quem julga já não precisarem mais deles.
Constata-se
que a ciência e a técnica não solucionam muitos problemas, enquanto os homens
não se manifestarem disponíveis para resolver as degradantes situações de
milhões de pessoas, famílias e grupos desfavorecidos. Ciência e técnica, sem um
espírito humanitário, e até misericordioso, continuam cegas ao sofrimento
humano.
Com efeito:
«O progresso técnico, grande amigo do
homem, sem o projecto espiritual e moral, pode tornar-se, por culpa do mesmo
homem, no seu maior inimigo. A investigação científica que sua e tressua para
prevenir e exterminar epidemias e doenças e que vai paulatinamente libertando
de pestes a humanidade, por ironia das coisas, parece empurrar desumanamente o
homem para a infelicidade e para a desgraça, falando-lhe dela e prometendo-lhe
a construção dum paraíso terrestre e a fruição nesta vida duma felicidade completa.
Não! O homem pode esquecer a sua condição de peregrino e este conceito é
gerador da paz e serenidade para o espírito.» (BROCHADO, 1973:75).
Independentemente
do conceito de felicidade poder, ou não, estar muito relativizado, desde
definições em concreto, às conceções mais abstratas, a verdade é que, qualquer
que seja a ideia que dela – a Felicidade - se tem, todos a desejam. Como termo
mediador, ponto de referência e de partida, para a alcançar, poderiam os
responsáveis pelos poderes, legal e legitimamente instituídos, à cabeça dos
quais, se colocaria o Estado Social, traçar as principais diretrizes
axiológicas, e conceptualizar a felicidade em termos qualitativos, que permitam
o acesso a este valor inestimável.
Nesta
perspetiva, haverá quem defenda que ser feliz é: «Ter sensações de bem-estar e prazer físicos; poder manifestar alegria
e ter tranquilidade de espírito; sentir emoções agradáveis; desfrutar de coisas
boas da vida; sentir-se valorizado, aceito e amado. Ter a sensação de utilidade
e conseguir realizações na vida; conviver agradavelmente com parentes e amigos;
entre outras situações.» (RESENDE, 2000:176-77).
Nos parâmetros enunciados, cabem, praticamente, todas as aspirações da pessoa humana. Nestas circunstâncias, apenas é necessário: implementar as estratégias; fornecer os recursos; controlar o processo e validar os resultados. Afinal, menos desperdício, mais racionalização, probidade e austeridade na utilização daqueles recursos que a toda a humanidade pertencem, porque foram colocados no Mundo pela Natureza, seja esta uma Divindade, ou um conceito.
BIBLIOGRAFIA
BROCHADO, Alexandrino, (1973). Sim e Não a Muita Coisa. Porto: Edição
do Autor
RESENDE, Enio, (2000).
O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda
para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark
“NÃO,
ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2025
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente Honorário
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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