domingo, 13 de novembro de 2011

Paradigmas Pedagógicos

A fragmentação do conhecimento científico, com especial aceleração no último século, tem provocado correspondente necessidade de especializações, de construção de equipamentos, cada vez mais sofisticados, de intervenções técnicas adequadas e soluções pertinentes, para os problemas entretanto surgidos, que se adicionam a outras situações, ainda não resolvidas, que transitaram para o novo século.
No emaranhado dos conhecimentos e na luta entre os respectivos paradigmas, surgem as fórmulas pedagógicas, didácticas e técnicas, para se transmitir o volumoso acervo de conhecimentos, que a ciência vem proporcionando.
Modernamente, recorre-se, intensamente, à transmissão dos conhecimentos através das tecnologias da informação e da comunicação, -TIC- com suporte informático. Planificam-se e ministram-se cursos à distância, com a mesma garantia de rigor e validação dos cursos presenciais: as engenharias e as tecnologias ao serviço da educação e formação profissional. A utilização de uma linguagem técnico-científica suportada num idioma a caminho da universalização. – Inglês -
Experimenta-se o ensino à distância, inventam-se as máquinas de ensinar, criam-se soluções informáticas para avaliar, rigorosamente, na perspectiva das ciências exactas, matérias e alunos/formandos. A capacidade humana aplicada à ciência, à tecnologia, à criatividade e ao progresso, parece não ter limites.
A qualidade e nível de vida têm vindo a melhorar e reflecte-se no desenvolvimento precoce das crianças, em diversos domínios, e no aumento da esperança de vida. Será correcto, então, afirmar-se que se vive num mundo maravilhoso? Habita-se num espaço terrestre onde predominam a saúde, a paz, a felicidade, a lealdade, a solidariedade, quaisquer que sejam os seus conceitos?
A força e influência paradigmáticas da ciência e da técnica, conseguem introduzir-se na pessoa, sob fórmulas de valores, princípios, sentimentos e emoções? Interpretam e resolvem questões estritamente do foro íntimo de cada pessoa? Podem as máquinas substituir o ser humano na sua consciência, no exercício da moral e da ética, nas manifestações de alegria e de tristeza, na relação, mais profunda e íntima, entre um homem e uma mulher? São muitas as interrogações para as quais ainda não existem respostas definitivas e solucionadoras das dúvidas que se colocam.
A humanidade aproxima-se de uma encruzilhada complexa: em cujo ponto central se interceptam, cruzam e partem cada vez mais caminhos; desconhecendo-se, em muitos deles, a natureza e objectivos a que conduzem; ignora-se o fim, embora se conheça o princípio; são como que uma caminhada sem destino concreto.
Ao nível das alegadas ciências exactas, objectivas e positivas, tais itinerários são incompatíveis com o rigor que as caracteriza, embora se saiba que aqueles itinerários existem. Recorrer a algumas disciplinas (ou ciências) humanas e sociais levanta, nalguns sectores científicos, dificuldades de aceitação de resultados, ditos não objectivos, devido ao grau de maior ou menor subjectividade, que caracteriza o conhecimento adquirido através destas disciplinas (ou ciências) sociais e humanas.
E nos domínios da metafísica e da espiritualidade: onde imperam a crença e a fé; o misterioso e o inefável, como aceitar estes conhecimentos e como transmiti-los? Serão as máquinas inventadas pelo homem competentes para o fazer?
Como atitude intelectualmente honesta e metódica, pode-se dar o benefício da dúvida, e aceitar que constituem mais um bom recurso, a utilizar no ensino à distância, este sim, cada vez mais interessante e que oferece imensas vantagens.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)
http://www.webartigos.com/meus-artigos/?cache=4830

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