domingo, 14 de outubro de 2012

Docência com Espírito Apostólico


Exercer a docência com espírito apostólico começa a ser um imperativo intransponível na formação de uma sociedade de valores, que se torna indispensável num mundo em permanente evolução técnico-belicista, pese embora os esforços de alguns responsáveis mundiais e pessoas anónimas para contrariar este surto de violências físicas, psicológicas, egocêntricas, económicas e étnico-culturais, sobre pessoas, populações, nações e continentes.
A luta contra os valores irracionais que imperam um pouco por todo o mundo deve ser reforçada, não pela força das armas, sim pela coerência e justeza dos argumentos, através do diálogo sincero e frontal, pela harmonia das posições moderadas, pela compreensão das opiniões diferentes, quando razoáveis, lógicas e sensatas, pela tolerância com que devem ser interpretadas atitudes menos corretas e, finalmente, pela cooperação entre os povos.
É neste quadro que ganha realce o papel do professor-formador, quaisquer que sejam as origens, estatutos e escalões etários dos seus alunos-formandos que, num futuro próximo, serão os cidadãos do mundo moderno e complexo que se avizinha. Ser professor-formador, para preparar estes futuros cidadãos do mundo, não vai ser tarefa fácil, nem ao alcance de todos os atuais docentes.
 Neste século que se iniciou há mais de uma década, não serão suficientes os conhecimentos científicos e as mais avançadas tecnologias, porque: “Na perspectiva da função missionária da educação, salienta-se a urgência de um projecto educativo que implique princípios filosóficos, um sistema de valores a promover e a defender, objectivos gerais, um perfil de aluno e opções pedagógicas. Nesta lógica de ideias, ser professor, hoje, implica ter amor pelos alunos, agir com carinho e autoridade, ser competente e saber trabalhar em equipa.” (REIMÃO, 2005:230).
Construir este magnífico e transcendente edifício, denominado Cidadão do Mundo, não é a mesma coisa que fabricar bombas atómicas, elaborar teorias que poucos entendem, muitos ignoram e ninguém beneficia ou, ainda, desenvolver estratégias globais que apenas aproveitam a poderosos grupos favorecidos e, finalmente, muito menos, idealizar, aprovar e executar leis que privilegiam grupos minoritários, mesmo que, democraticamente eleitos pela maioria, em prejuízo dos mais necessitados.
As transformações sociais mais profundas e justas passam, inexoravelmente, pela construção de um novo cidadão do mundo. Este cidadão-paradigma deve ser formado em permanência, isto é, desde o dia em que nasce até ao dia em que morrer, enquanto pessoa e ser humano único, irrepetível e infalsificável. Vários são os técnicos e agentes chamados para darem o seu contributo nesta magnânima construção: família, Igreja/Religião, empresas, comunidade de vizinhos e sociedade, entre outros.

 
Bibliografia

 
REIMÃO, C. (2005). Ética da Profissão Docente, 10ªs Jornadas Psicopedagógicas de Gaia. Resumo das Intervenções sobre o tema: “Deontologia e Desempenho Profissional”, in Psicologia, Educação e Cultura. Carvalhos: Colégio Internato dos Carvalhos. Vol. X, (1), Maio-2006, pp. 229-236
 
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
 
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

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