domingo, 14 de junho de 2015

A Responsabilidade da Vitória


Seria desejável que: tanto os vencedores; quanto os derrotados da vida, tivessem sempre atitudes compagináveis com as diversas situações, de tal forma que as vitórias de uns, não se transformassem em humilhação de outros, porque em ambas as posições: a dignidade deve estar presente, assim como o respeito, a compreensão, a tolerância e a abnegação, porquanto é inaceitável a ganância do triunfador, como é injustificável a vitimização do aniquilado, na medida em que, cada um só existe em função do outro, portanto, a consideração é devida reciprocamente.
O sucesso implica, portanto, grande responsabilidade, que deve ser manifestada e exercida, sempre, em quaisquer circunstâncias, através de um dos maiores valores – Humildade -, atendo a que: «A humildade não exige mediocridade. É por instinto que você é apenas isto ou aquilo, ou que jamais significará muito; em nome da humildade, você se deprecia até um estado de fracasso. Você se programa para a mediocridade. A humildade não exige esse sacrifício! Não exige esse desperdício de vida. A humildade exige apenas que não importa o que você faz, sempre reconheça que podia ter sido feito melhor. Que permaneça consciente de que a sua vida na terra é temporária e os outros ocupantes do planeta têm o mesmo direito de estar aqui como você.» (Keith DeGreen, in MANDINO, 1982:81).
A responsabilidade pelo sucesso postula que quem o alcança o merece, partindo-se dos pressupostos: da legalidade, da legitimidade, do esforço e do risco. Como em praticamente tudo na vida, o mérito só engrandece os êxitos obtidos na medida em que: «O sucesso é algo que deve ser merecido ou ganho. É mais um direito inerente – uma responsabilidade inerente. A única qualificação para o sucesso é que você seja você, que utilize o máximo possível a combinação de talento que possuir, seja qual for.» (Ibid.:82).
O pensamento vitorioso deve, portanto, existir: em cada pessoa, em cada instituição, em cada comunidade, em cada nação. É legítimo e justo que assim seja, porque, afinal, todos ganham, desde que os vencedores não subjuguem, humilhantemente, os derrotados. Individual ou empresarialmente, analisando as possibilidades de sucesso, chega-se à conclusão de que é possível conseguir resultados satisfatórios, nas intervenções que se vão sucedendo, desde que, naturalmente, se cumpram regras de concorrência leal.
O sucesso da empresa, por exemplo, será a vitória dos seus colaboradores e estes sentir-se-ão corresponsáveis, pelos êxitos da instituição. É claro que haverá um conjunto de instrumentos, como: legislação, apoios financeiros, formação e também toda uma infraestrutura constituída por: instalações, equipamentos, informatização e procedimentos eletrónicos que, bem operacionalizados, contribuem para o sucesso, sendo certo que no centro de toda esta panóplia de recursos, está, sempre, o ser humano.
A verdade não pode ser escamoteada e, nesse sentido: «A empresa tenderá a um aprimoramento ao nível da nobreza das relações humanas que a compõem: desconfiança, vaidade, inveja, fofoca cederão espaço para um ethos engrandecedor, no qual a prioridade deixará de ser a disputa com o outro e passará a ser o desenvolvimento dos fatores críticos de sucesso do próprio negócio. (a verdade, as energias dos seres humanos que inclui produtividade, qualidade, inovação, aprendizado, desenvolvimento, em substituição ao antigo conjunto que privilegiava de modo contundente os vícios das relações humanas)» (VIANA & VELASCO, 1998:80).
Quando alguém atinge um nível muito elevado de sucesso, é provável que tal situação não fique a dever-se, exclusivamente, à própria pessoa vencedora, mas também a um conjunto de circunstâncias favoráveis, nomeadamente, e sem dúvida, ao projeto idealizado, à coragem de o lançar, aos apoios externos que, entretanto, se conseguem, a toda uma rede de contactos sócio-profissionais, publicitários, económico-financeiros, aderentes e adquiridores do produto e, finalmente, à fidelização do público que conduz à consolidação do projeto e seus resultados.
Sabe-se que quanto maior for o sucesso, também a responsabilidade do vencedor aumenta proporcionalmente e, nestas circunstâncias, ele deve estar preparado para não ceder à tentação de se deixar ofuscar por uma “fama” que, muitas vezes, é efêmera, logo: «Precisamos resistir à nossa tendência para acreditar que o mundo virá a nós, que as coisas acontecerão para nós. Somos nós que devemos ir a ele. Precisamos acontecer para as coisas. Não há nada mais triste do que o homem que passa a vida inteira aguardando a chegada do seu navio quando jamais enviou algum. Não passe a vida aguardando por aquela “grande oportunidade”. Não conte com a sorte. Faça a sua. Seu talento pode ser enorme. Seu potencial pode ser excelente. Mas talento e potencial não apresentados ao resto do mundo ficam perdidos.» (Keith DeGreen, in MANDINO, 1982:82).
Conseguir ter sucesso na vida, não significa ter êxito em todas as atividades em que uma pessoa se envolve, porque na verdade, entre as intervenções profissionais, sociais, culturais, políticas, religiosas e outras, haverá pelo menos uma em que é possível demonstrar e tirar proveito maior do talento e do potencial, sendo certo que: «Nunca será feito com perfeição, não importa o que, quem você é ou o que está fazendo. Tudo que podemos fazer é fazer o melhor mesmo que possa ser imperfeito. Mas é melhor tentar alcançar a meta e alcançar um resultado imperfeito do que não tentar de forma alguma. Como tem sido dito muitas vezes: Prefiro tentar o sucesso e fracassar do que tentar fazer nada e ter sucesso.» (Ibid.:83).
Seguramente que quem se envolve com projetos, mesmo no âmbito de uma carreira profissional, cujos degraus de uma hierarquia ascensional estão definidos, sendo suficiente cumprir determinados requisitos, deseja obter o sucesso, aqui no sentido, por exemplo, de chegar ao topo dessa carreira mas, também, entretanto, pode optar por outras alternativas, abandonando, inclusivamente, o percurso profissional, no qual, inicialmente, tinha enveredado.
Igualmente, se tem a noção de que quando alguém divulga os seus projetos, e depois não alcança os resultados positivos que era suposto atingir, essa pessoa será alvo de comentários depreciativos e/ou, no mínimo, nada favoráveis, todavia é necessário entender que: «São poucos os que têm o direito de criticar. Apenas os que ficam ao nosso lado na linha de fogo e que sofrem os mesmos desafios, possuem esse direito; apenas os que, como disse Theodore Roosevelt, estão connosco na arena, com as mãos sujas e as testas suadas e um senso de objetivo, coragem e dedicação, podem nos criticar.» (Ibid.).
Em boa verdade, quem está connosco só quando estamos na posição de vencedores e, nas situações de fracasso nos abandona, não tem moral nenhuma, nem quaisquer valores positivos, aqui considerados necessários e superiores como: a solidariedade, a amizade, a lealdade, a gratidão. Tais pessoas apenas buscam usufruir do nosso sucesso, para se autopromoverem e tentarem conseguir na vida alguma notoriedade, porém, sem mérito próprio.
O sucesso será sempre um triunfo na vida, relacionado com algum projeto, desejo, intervenção, que resultou favoravelmente para a pessoa, grupo, instituição ou sociedade, por isso, até poderá ser partilhado em geral mas, particularmente, com quem nos apoiou, nos compreendeu, esteve sempre do nosso lado, acreditando e confiando em nós, incondicionalmente.
E se com os fracassos, que vamos sofrendo na vida, aprendemos, permanentemente, algo de importante, com as vitórias também devemos retirar ilações, para que não caiamos num outro extremo, que é o da vaidade, da arrogância, da soberba e da humilhação dos derrotados. No sucesso, a humildade, a simplicidade e a partilha serão atitudes que valorizam, ainda mais, os nossos méritos.
Necessitamos de nos libertar de certos preconceitos porquanto: «A mentalidade aberta oferece-nos a paz duradoura, a certeza de um querer bem-sucedido, a alegria e a leveza de um poder que transcende os nossos maiores ideais. (…). A felicidade, o sucesso, a alegria, a abundância e a saúde são os atributos naturais da mente una e íntegra, que é o seu estado natural.» (FERREIRA, 2002:230-31).
Em quaisquer atividades é preciso saber ganhar e perder. Uma situação só se justifica pela outra, por isso: existe mérito por parte de quem vence com legalidade, legitimidade e competência, sem humilhações para com os adversários; como existe, identicamente, mérito por parte de quem perde, desde que não procure a desculpa do “bode expiatório”, nem minimize a dignidade e capacidade do adversário. A vida ensina-nos ininterruptamente: seja no fracasso; seja no sucesso.

Bibliografia.

FERREIRA, Maria Isabel, (2002). A Fonte do Sucesso. Cascais: Pergaminho.
MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad. Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.
VIANA, Marco Aurélio Ferreira, & VELASCO, Sérgio Duarte, (1998). Futuro: Prepara-se. Cenários e Tendências para um Mundo de Oportunidades. 3ª Edição. São Paulo: Editora Gente. 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689

Imprensa Escrita Local:  

Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “A Nossa Gente”
Jornal: “Terra e Mar” 

Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)

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