As pessoas procuram, sempre que podem, satisfazer o
maior número possível das necessidades: fisiológicas, segurança, sociais,
estima ou afeto e realização. Pelo atendimento às necessidades, as pessoas procuram
conforto, manifestação dos seus anseios e sentimentos, progredir na vida,
prosperidade, poder, sabedoria, paz e felicidade.
O avanço da ciência, da tecnologia e da
globalização que em muitos sectores profissionais e no domínio da economia já
se verificam, impõe comportamentos de rigor, de produtividade, de concorrência,
de flexibilidade, de mobilidade, e, mais recentemente, de “flexisegurança”. Para vencer este surto desenvolvimentista,
pessoas, organizações e sistemas têm de ser competentes.
O que se pretende transmitir é a ideia de que, de ora em diante, ninguém
pode viver o resto da vida rodeado pela auréola de um diploma, de um qualquer
curso superior, sem se manter em permanente formação científica e técnica.
Cada pessoa será, pois, responsável: em primeiro
lugar, pela busca e esforço em conhecer-se, realmente, a si própria; depois,
pela elaboração das estratégias, métodos e recursos que lhe permitam elaborar o
seu projeto de vida, que esclarecerá, de forma mais objetiva, qual o sentido
que deseja dar à sua vida, aqui em duas vertentes: sentido material; sentido
metafísico.
Viver nestes novos tempos, repletos de
solicitações, de exigências, que vão para além daquelas necessidades, que
entram na vida quotidiana dos indivíduos, por força de poderosos meios
publicitários, constitui um desafio para cada pessoa e para a humanidade em
geral.
O sistema
que faz da sociedade humana a mais avançada, pelo menos no actual estádio do
conhecimento, envolve as diversas dimensões da pessoa humana: política, religiosa,
social, económica, educacional, cultural, laboral, técnica, científica,
comunicacional e axiológica, entre muitas outras possíveis e/ou existentes em
comunidades diferentes.
A comunidade humana está, portanto, obrigada a
desenvolver todo um sistema axiológico para que a comunhão de valores,
princípios e normas seja o mais abrangente possível e assim poder usufruir de
idênticos direitos e cumprir os inerentes deveres que cabem a cada pessoa.
Precisando melhor, pretende-se a igualdade entre as
pessoas e a aplicação da justiça social, considerando, naturalmente, o mérito e
o demérito de cada uma, por isso se deve evidenciar a igualdade face à lei, à
responsabilidade e ao esforço de cada pessoa.
O mundo moderno, que se pretende civilizado e
democrático, quaisquer que sejam os instrumentos constitucionais em que uma
determinada sociedade se fundamente, tolera cada vez menos as práticas
ditatoriais e, nesse sentido, implementará medidas educativas, formativas e
cívicas que, gradualmente, incutam um novo conceito de cidadania.
Construir um projeto educativo à medida de
determinadas vocações é um objetivo nobre que não só dignifica a instituição
escolar como enriquece todos os intervenientes na iniciativa, sejam
educadores-formadores, sejam educandos-formandos e qualquer outro pessoal fora
do contexto escolar, mas que sinta o chamamento vocacional para uma área da
intervenção educativa.
Criar e proporcionar condições socioprofissionais e
económico-culturais às famílias é um desígnio universal, que todos os responsáveis
políticos pelas áreas da educação e da economia talvez pretendam procurar
satisfazer. Investir na educação em ordem à construção de uma sociedade
instruída, culta e cívica, corresponde a terminar com a maior parte dos
conflitos mundiais, a médio prazo.
Considera-se essencial,
até para consolidação da democracia, na sua pureza original, contudo,
atualizada aos tempos deste novo século, aceitar, sem preconceitos, nem
processos de intenção, que qualquer cidadão possa, num dato momento da sua vida
e num contexto bem definido, optar por soluções de participação na vida
pública, à margem das organizações político-partidárias ou integrado em listas
de forças diferentes daquela em que até um determinado momento militou, quando
verificar que tem melhores condições para servir a comunidade, à qual pretende
apresentar o seu projeto político e, depois de sufragado, executá-lo.
Concorda-se e defende-se que a cidadania plena
envolve, não só a reivindicação e fruição de direitos, mas também, o
cumprimento cabal de deveres e, numa ou noutra situação, a assunção inequívoca
e pronta das respetivas responsabilidades. Os Direitos Humanos são
prerrogativas inalienáveis de todo o cidadão, da pessoa investida na sua
completa dignidade, como tal, respeitada por toda a comunidade em geral e,
particularmente, pelos detentores do poder, qualquer que este seja.
À mulher se deve, de forma substancial, tudo o que
um homem poderá ser ou vir a ser. À mulher se recorre para apaziguar conflitos,
para julgar com justiça, mas também com tolerância, compreensão e, porque não,
com brandura. Ama-se a mulher que está, incondicionalmente ao lado do seu ente
querido. Adora-se a mulher que, superiormente, junto da instância Divina,
intercede pela Paz no Mundo.
No núcleo fundante da solidariedade
incorporar-se-ia a amizade, a par de outras virtudes, igualmente necessárias
para um relacionamento saudável, entre pessoas de um mesmo mundo, embora
integradas em sociedades e pequenas comunidades diferentes nas suas culturas,
religiões, sistemas políticos e valores, porém, todas iguais na sua condição de
pessoas-humanas.
A Democracia Política não é um sistema perfeito,
inatacável, impoluto e totalmente transparente, pelo menos em alguns contextos
internacionais, onde vigora este sistema político, no entanto, apesar de todas
as imperfeições, ainda assim, é o que oferece melhores condições para, pelo
menos, garantir a alternância do Poder e dos representantes do povo, nos
respetivos Parlamentos Nacionais.
Dividir
a sociedade em classes, ordens, castas ou quaisquer outras designações e
unidades de medida, poderá ter a vantagem de se conhecer, eventualmente, com
algum rigor, quem é rico e quem é pobre, quem tem um estatuto social elevado ou
quem não tenha estatuto definido, seja por excesso, seja por defeito. A
estratificação hierárquica da sociedade não será, seguramente, o mais
importante, embora se reconheça que, em certos meios, ainda tem relevância
social e protocolar.
Antes de
se exigir uma ética para a fruição de direitos, será necessário que cada
pessoa, cada instituição, interiorize a cultura de uma ética dos deveres,
baseada em princípios: uns, universais; outros, específicos para cada sector de
atividade, que conduzam à prestação de melhores serviços e à produção de
artigos, com melhor qualidade, para que utentes e consumidores tenham o direito
à melhor oferta, diversidade e preço.
A sensibilidade política para as questões sociais,
não sendo uma qualidade genética, uma faculdade inata, que nasce com a pessoa,
é, todavia, possível de se conseguir pela análise de situações, pelo sentido de
responsabilidade, quando se exercem cargos, a partir dos quais se tem alguma
influência na sociedade e, naturalmente, por uma aprendizagem permanente,
assente em valores humanistas, como a justiça, a igualdade de oportunidades, a
solidariedade e a fraternidade, entre outros.
Quem
governa, administra, distribui e controla os diversos sectores, pessoas e
grupos da sociedade, não pode ignorar as realidades que nela coexistem, devendo
estar atento às situações, às mudanças, às exigências individuais, da família,
das organizações e aos respetivos contributos que cada uma daquelas entidades
dá à sociedade.
Impõe-se
aqui uma atitude ética, com justiça e equidade. Seria eticamente reprovável, e
moralmente condenável retirar, ilegitimamente, a quem possui e está bem na
vida, pela via do trabalho honesto e da poupança, para dar a quem nada faz,
nada produz e nada economiza, por vontade própria.
Quanto
mais se facilitar a mobilidade das pessoas, mercadorias e capitais, tanto
melhor para os cidadãos que, desta forma, sempre terão uma oportunidade para
melhorar as próprias condições de vida, aliás, o direito à mobilidade insere-se
num dos grandes valores universais que é a liberdade, na circunstância, a
liberdade de circulação, de fixação e de estabelecimento que, em finais do
século XVIII e primeira metade do século XIX já era defendida por muitos
pensadores, políticos e juristas.
Será necessária uma preparação bem consolidada no
que respeita ao cumprimento de deveres, à assunção de responsabilidades pelos
atos praticados e à interiorização de valores solidários, em relação àqueles
que, sendo, naturalmente, diferentes nas vertentes étnicas, culturais,
políticas, religiosas, estatutárias e biológicas, são, todavia, iguais, enquanto
pessoas humanas.
O mundo técnico-científico, tal como outros
universos característicos das inúmeras atividades humanas, é fundamental ao
desenvolvimento sustentável e harmonioso da humanidade, porém, não é o único,
nem totalmente autónomo. Cientistas, técnicos e outros interventores nos
domínios práticos, terão tanto mais êxitos quanto mais se interrelacionarem com
as demais disciplinas do Saber-ser, do Saber-estar e do Saber-conviver com os
outros.
Numa filosofia dinâmica e moderna, de melhor e mais
produtividade e rentabilidade da administração pública, seria interessante
estudar a viabilidade do Estado-empresa perante o Cidadão-acionista, e que, em
primeira análise, poderia revelar-se uma estratégia inovadora, com possíveis
resultados positivos para a comunidade.
O poder religioso, consubstanciado na fé, assume na
pessoa humana, a sua maior dimensão, pela qual, quando tudo falha na vida
material, o crente consegue ultrapassar e vencer situações que nem a ciência,
nem a técnica, nem a fortuna material conseguiram dominar. É este poder de auto
convicção, de autoestima e de autoconfiança que leva aos maiores sucessos
pessoais, independentemente da religião que se professa.
A pessoa de fé manifesta uma conduta perfeitamente
assumida, declarada, exibida perante os demais seus iguais e será este seu
comportamento que lhe garante um Poder legítimo, transcendente e que ninguém
lho pode usurpar. A sua conduta ética no exercício da sua fé ilimitada,
garantem-lhe um poder que, sem violência, sem armas, sem fundamentalismos, se
impõe e, de certa forma, subjuga todos aqueles que, no limite e na dúvida,
preferem manter-se, aparentemente, indiferentes, não hostilizando os detentores
deste poder ético da fé.
O imperativo categórico, o verdadeiro desígnio
universal, fundam-se, portanto, numa conduta ética, para com os homens, para
com o mundo, para com Deus. O Poder Ético da Fé, mas também de quaisquer
atividades humanas, poderá ser a chave para a elaboração de soluções de
problemas que atormentam e envergonham a humanidade.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351
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Imprensa Escrita
Local:
Jornal: “Terra e
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Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s
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