O mundo, através dos povos, abre-se à humanidade: primeiramente, pelos
processos virtuais; numa fase posterior, pela cooperação institucional,
empresarial e individual. O intercâmbio de conhecimentos, de tecnologias, de
recursos, os mais diversos, de pessoas e bens é uma inevitabilidade salutar que
beneficiará as nações e as pessoas.
É impossível viver-se, desenvolver-se e alcançar padrões de vida mais
elevados, numa atitude de isolamento individual, institucional e técnico. A
livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais, dentro de regras bem
definidas e fiscalizadas, poderá constituir uma estratégia que conduza a um
melhor bem-estar geral.
Impõe-se, com grande acuidade, a implementação, desenvolvimento e
consolidação de uma política de Educação para uma Cultura da Cooperação que, na
circunstância, atendendo às perspetivas da lusofonia, se iniciaria na família,
na escola e prosseguiria ao longo da vida profissional e social dos indivíduos,
bem como no funcionamento das instituições.
Nenhum dos países constituintes da CPLP – Comunidade de Povos de Língua
Portuguesa, independentemente do seu maior ou menor potencial em recursos
naturais, científicos e tecnológicos, é totalmente autónomo, aliás, a autonomia
absoluta será difícil de se obter, até mesmo ao nível do pensamento individual,
na medida em que o Tribunal da Consciência Ético-Moral, sancionará quaisquer
desenvolvimentos intelectuais, contrários aos valores essenciais da vida
verdadeiramente humana e digna.
Interiorizar uma genuína cultura de cooperação
lusófona, sem prejuízo dos diversos acordos internacionais, já existentes ou a
celebrar, sem deslealdade para com as parecerias que se estabeleceram entre
países, e aproveitando, justamente, todas as experiências e sinergias já
adquiridas, poderá melhorar, enriquecer e consolidar os níveis de vida dos
povos envolvidos, reduzindo tensões, eliminando barreiras físicas e
artificialmente construídas, possibilitando, afinal, a irmanação no
desenvolvimento das causas nobres, como a paz, a justiça, a saúde, a educação,
o bem-comum, obviamente, no respeito por legítimos, legais e justos interesses
das instituições e das pessoas.
Não se trata de uma educação para a cultura da
cooperação miserabilista, pela qual toda a humanidade deveria ser pobre, bem
pelo contrário, deseja-se que os povos de todos os lugares do mundo vivam cada
vez melhor, cooperando entre si, precisamente em todos os aspetos que sirvam
para aprender, desenvolver e pacificar.
Um projeto lusófono de educação, para uma nova
cultura da cooperação, poderá iniciar-se a vários níveis da intervenção geral:
a) para resultados a curto prazo, os governos conseguem implementar medidas que
conduzam ao exercício real de práticas de cooperação; b) para resultados a
médio prazo, a escola é essencial; c) para resultados a longo prazo, as
gerações atuais mais novas devem ser mentalizadas, apoiadas e encaminhadas para
atividades de intercâmbios internacionais de investigação, contacto direto com
outras culturas e construção de novos e estimulantes paradigmas, para a
importância da cultura, do trabalho, contudo, sempre no respeito pelos valores
nacionais e universais, no cumprimento dos deveres, igualmente nacionais e
universais.
A cooperação cultural, científica e tecnológica
será um primeiro e grande passo no sentido da harmonização dos povos
cooperantes, de resto, e a título de bom exemplo, o Tratado de Amizade,
Cooperação e Consulta entre o Brasil e Portugal, assinado em 2000, é um
instrumento que deveria ser potencializado à exaustão.
Com efeito:
«Essa cooperação poderá assumir, nomeadamente, a forma de intercâmbio de
informações e de documentação científica, técnica e tecnológica; de intercâmbio
de professores, estudantes, cientistas, pesquisadores, peritos e técnicos; de
organização de visitas e viagens de estudo de delegações científicas e
tecnológicas; de estudo, preparação e realização conjunta ou coordenada de
programas ou projectos de pesquisa científica, no território de uma das partes
…» (Artº 28º).
Bibliografia
TRATADO AMIZADE E COOPERAÇÃO E CONSULTA ENTRE BRASIL E PORTUGAL, (2000),
Resolução da Assembleia da República Portuguesa, nº 83/2000, Aprova para
ratificação o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República
Portuguesa e a Republica Federativa do Brasil, assinado em Porto Seguro , em 22
de Abril de 2000, publicado no Diário da República, I Série-A, Nº 287 de 14 de
Dezembro de 2000 pp. 7172 a
7180.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351
936 400 689
Imprensa Escrita
Local:
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
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