Este primeiro quarto do século XXI, terminados que
foram, no último quarto do século XX, os conflitos, na grande parte dos países
lusófonos (à época excetuava-se, ainda, Timor), deverá revelar-se e ser aproveitado,
como um período de tempo exemplar e motivador, para a cooperação entre os povos
que se comunicam na língua de Camões, através não só dos respetivos Governos,
mas também das instituições de qualquer natureza e, no limite, entre os
próprios cidadãos, ainda que individualmente considerados.
São várias as portas que se vão abrindo à
globalização, que é inevitável e, se devidamente controlada, com justiça social
e respeito pelas diferenças, poderá, inclusivamente, constituir-se em imensas
oportunidades de trabalho, intercâmbio de culturas e melhoria nas relações
humanas entre as diversas etnias, povos e grupos organizados, não violentos.
Governantes e governados que, decidida e
sabiamente, enveredam por novos processos de relacionamento, com suporte legal
em ações e movimentos de cooperação, revelam, assim, uma atitude profundamente
generosa, humanista e responsável, porque se torna, cada vez mais, insuportável
viver-se isoladamente, fechados em preconceitos, copiando estereótipos
ultrapassados e protegendo-se em dogmas e paradigmas incompatíveis com um novo
humanismo da afetividade e do livre arbítrio. É na cooperação cultural,
linguística, história, técnica, científica e económica, entre outras áreas, que
será possível uma vida verdadeiramente digna da pessoa humana.
As nações só
têm a ganhar com os fluxos migratórios, naturalmente controlados, formados para
enfrentar novos valores, novos hábitos e novas culturas e preparados para
transmitirem, aos seus semelhantes de acolhimento, idênticos conhecimentos,
valores e tradições de origem.
Os povos lusófonos levam uma grande vantagem em
relação a outros povos, na medida em que já dominam e comungam dos instrumentos
essenciais: língua oficial comum; história parcialmente comum; valores éticos,
estéticos e religiosos idênticos, e instrumentos legais ao nível dos Tratados e
Regulamentos que, de certa forma, facilitam, embora não instituam,
definitivamente, a livre circulação dos respetivos cidadãos entre os países
constituintes da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Todo e qualquer projeto de cooperação entre os
“Nove da CPLP” (a República de Angola, a República Federativa do Brasil,
a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República da Guiné Equatorial, a República de Moçambique, a República Portuguesa, a República Democrática de São Tomé e
Príncipe e a República Democrática de Timor-Leste),
constituirá motivo bastante para o estabelecimento definitivo das condições que
ainda faltam para a livre circulação, fixação e cidadania comunitária lusófona.
Os Governos em geral, e as instituições em particular, devem cooperar entre si,
num contexto de intercâmbios leais, progressivos e consolidados
A cooperação, sem barreiras artificiais entre os
nove, será um projeto estimulante, desafiador das capacidades das instituições
e dos indivíduos e, mais do que isso, motivador para uma solução de irmanização
destes povos, os quais têm tudo para, rapidamente, chegarem ao sucesso material
e espiritual: recursos naturais, inteligência avançada, instrumentos de
comunicação e de cultura idênticos, cumplicidade por um passado comum, ainda
que em papéis diferentes (colonizador-colonizado), embora nem sempre assim tão
nítidos.
São, portanto, condições únicas para se
desbloquearem as barreiras que algumas pessoas teimam em manter edificadas,
porque o povo anónimo, humilde e trabalhador deseja essa irmanização humanista,
afetiva e duradoura. As instituições devem, portanto, avançar neste projeto,
com solidariedade, com objetivos definidos e sempre com o desiderato último de
servir bem as populações onde se inserem.
Os titulares dos cargos políticos de decisão têm de
compreender que é necessário apoiar, incondicionalmente, as organizações que
desejam desenvolver esta cooperação lusófona, que urge defender a língua
portuguesa, dinamizá-la e com ela divulgar as culturas ancestrais dos povos que
constituem a CPLP – Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351
936 400 689
Imprensa Escrita
Local:
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)
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