A superior e inultrapassável diferença entre gerir
e liderar pessoas, e administrar outros recursos, como máquinas, capitais,
objetos, coisas, mercados e situações técnico-científicas, localiza-se,
imediatamente, na comunicação e relacionamento interpessoais: pura e simplesmente,
a relação pessoa-objeto situa-se a um nível inferior e instrumental ao da
relação pessoa-pesssoa, ou pelo menos, assim deveria ser.
Acredita-se que será impossível gerir e liderar
pessoas sem a comunicação com elas, e entre elas, suportada num genuíno
processo de relações humanas, seja no campo estritamente profissional, seja num
quadro mais abrangente, nos contextos da família, da escola, da Igreja, da
comunidade, inclusivamente no âmbito da ocupação dos tempos livres e de lazer.
Comunicação e relacionamento humanos, são
faculdades que toda a pessoa deverá cultivar, como se de uma competente
atividade profissional se tratasse, porque o indivíduo humano é portador de
capacidades inatas, mas também tem de aprender, no seio do grupo, e da
comunidade de que faz parte, todo um vasto conjunto de procedimentos, que o
tornam único num mundo onde muitos outros seres se movimentam.
Isto mesmo, embora utilizando uma terminologia
científica, se estuda em vários autores, porque em bom rigor: «Ao nascer, qualquer ser humano é
enquadrado num grupo ou numa comunidade de pessoas, que o precede e das quais
vai depender para poder crescer e desenvolver-se. Embora cada indivíduo seja
portador de um conjunto de características genéticas e orgânicas próprias, só o
meio social lhe permitirá moldar as suas funções psíquicas, de forma a
permitir-lhe ser um sujeito diferenciado.» (DIAS, 2004:76).
Estabelecer o equilíbrio, por vezes precário, entre os diferentes e até
contrários pontos de vista e conciliar os interesses, legítimos e legais, das partes
envolvidas num dado projeto, constitui uma tarefa que exige bom senso,
prudência, arte e criatividade.
É desejável que o gestor, e/ou líder, seja um autêntico camaleão, no
sentido positivo do termo, isto é, capacitado para se adaptar, eficazmente, às
diversas situações que lhe vão surgindo.
Como em muitos outros domínios da atividade humana, é essencial uma boa
preparação em relações humanas, assente numa comunicação, tanto quanto
possível, assertiva, e o exercício permanente de boas-práticas de convivência
com os seus semelhantes, enquanto pessoas com dignidade idêntica.
Nenhum gestor, líder ou colega, tem o direito de humilhar, desrespeitar,
desvalorizar e/ou desconsiderar a pessoa com quem tem de se relacionar,
enquanto integrados no mesmo grupo de trabalho, bem como em quaisquer outras
circunstâncias.
Cada pessoa é, por si só, um mundo interior de múltiplas dimensões, que
ela própria, algumas vezes, terá dificuldade em compatibilizar e, quando não o
consegue, cria situações que se exteriorizam, em comportamentos, mais ou menos
favoráveis, ou não se manifestando de forma evidente, tornam o relacionamento
interpessoal mais difícil.
Cabe ao líder proporcionar as condições para que as pessoas que lidera
se sintam à-vontade, comuniquem quaisquer dificuldades que surjam e possam
prejudicar, no todo ou em parte, o desempenho profissional.
Acontece que, enquanto o gestor aborda as situações de uma forma
analítica e sistemática, o líder desenvolve a sua apreciação numa perspectiva
de síntese, produz orientações para as mudanças que são necessárias
implementar.
Mas gestão e liderança, frequentemente, encontram-se numa só pessoa, o
que dificulta o seu trabalho. De fato: «É
fundamental que todos os gestores e líderes desenvolvam capacidades para se
deslocarem ao longo desse contínuo (nos dois sentidos) a fim de satisfazerem as
necessidades das situações com que se deparam. Há ocasiões em que o líder
necessita de boas capacidades de gestão e outras onde o gestor tem de ter
capacidade de inspirar as pessoas, transmitindo-lhes a sua visão.» (DIOGO,
2004:VI-14).
Infere-se do exposto, que é fundamental uma boa capacidade de
comunicação, entre todos os membros do grupo, conjugada com um bom
relacionamento humano, porque comunicar entre pessoas, que se relacionam sem
dificuldades, nem preconceitos, constitui uma boa plataforma para os possíveis
e desejáveis bons entendimentos e, correlativamente, para a busca e aplicação
de soluções para os problemas e situações surgidos.
Como estratégia possível, o exemplo de comunicação fluída deve partir de
quem detém a liderança, para que todas as demais pessoas, pertencentes a um
determinado grupo, fiquem desinibidas, comecem a confiar e exponham,
abertamente, os seus problemas, sem reservas nem receios de serem criticadas
negativamente.
O líder deve manter-se atento a todo e qualquer indicador que possa
denunciar uma situação anormal, o que implica a utilização de um bom método,
preferencialmente, o da proximidade, saindo do seu gabinete com frequência,
conversando com os seus colaboradores, expondo-lhes, inclusivamente, eventuais
situações que a ele, gestor e/ou líder, também o afetam, revelando, assim, que
em muitas circunstâncias da vida é igual a qualquer outro trabalhador.
Um processo de permanentes relações humanas, descomplexadas, prudentes e
num patamar de maior igualdade e proximidade, ajudará, certamente, ao êxito da
equipa.
Bibliografia
DIOGO, Rita (2004). Relações Humanas. Lisboa: IEFP – Instituto
do Emprego e Formação Profissional
Venade/Caminha – Portugal, 2019
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
TÍTULO
NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM
INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro Álvares Cabral” pela Sociedade
Brasileira de Heráldica e Humanística http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de
COMENDADOR
das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil
DOCTOR
HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura
Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.
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