A dicotomia é uma, entre outras, característica deste mundo, na medida
em que algo existe em relação ao seu negativo ou ao seu opositor, tal como uma
afirmação, a propósito de uma determinada situação, é tanto mais real quanto se
destaca a sua oponente, o que envolve uma complexidade de muito difícil gestão,
transferindo-se uma tal realidade para a sociedade humana.
A inferência que se tira é evidente: a organização da sociedade, com
todos os seus elementos constituintes, obedece a regras consuetudinárias, e
também a normas do corpo jurídico instituído. Conciliar todos os interesses em
presença, num universo de dicotomias, oposições e recursos vários, é uma tarefa
muito melindrosa e complicada.
Atualmente, a organização societária funciona com
base nos diversos recursos: energéticos, monetários, técnicos, científicos,
instrumentais, ambientais, humanos e outros. Obviamente que todos são
importantes, necessários e, eventualmente, cada vez mais escassos.
Em todo o caso, verifica-se que alguns recursos
começam a ser racionalizados, a sua utilização cada vez mais controlada, para
que a sua extinção não ocorra sem que primeiro o homem encontre alternativas.
Os recursos naturais, até mesmo aqueles que pareciam ilimitados: a água para
consumo humano, nas suas diversas aplicações, o ar não poluído, a floresta, o
ambiente, produtos naturais energéticos, animais, bens alimentares, hoje,
primeiro quarto do século XXI, verifica-se que é urgente controlar,
racionalizar e, portanto, gerir, sabiamente, tais riquezas naturais, sob pena
de as próximas gerações não viverem com um mínimo de qualidade de vida, o que a
acontecer, constitui gravíssima responsabilidade para os gestores e decisores atuais.
Há, porém, um recurso natural, valiosíssimo, o mais
importante, o mais complexo, também em extinção em muitos países do mundo. Um
recurso que, paradoxalmente, é consumidor de todos os outros recursos naturais,
destruidor de importantes meios e também proporcionador de novos recursos, na
busca de um equilíbrio natural que parece querer fugir-lhe.
Destaca-se, no contexto de todos os recursos,
naturais e/ou artificiais, o recurso humano – a pessoa. Esta, a pessoa humana,
profissional, social, política, religiosa, técnica, científica, enfim,
polivalente, constitui o recurso mais valioso que existe neste planeta, aliás,
sem este recurso, todos os outros não teriam qualquer utilidade para a
humanidade, embora alguns deles a tivessem para o restante reino animal. O
mundo jamais seria como é sem o recurso humano.
A complexidade avoluma-se quando se sabe que os
recursos naturais, existentes no planeta Terra são, na sua esmagadora maioria,
administrados por um outro recurso natural único, o humano. A dificuldade em
gerir um recurso natural humano, pelo próprio recurso natural humano, fica
assim em evidência, tanto mais que se o homem tem gerido mal os restantes
recursos naturais, como é que ele vai ser capaz de se gerir bem a si próprio e
à comunidade/sociedade em que se integra?
Uma primeira explicação, sobre a dificuldade em
gerir as pessoas, pode-se extrair da situação acima descrita, porque é do
conhecimento mundial, que o maior predador e perdulário de recursos naturais é
o homem, o que não abona a seu favor, quando tem que se gerir a si próprio.
Gerir pessoas por outras pessoas é um trabalho
extremamente difícil, que exige conhecimentos profundos sobre a constituição
geral da pessoa humana, porque em boa verdade: «As pessoas são muito mais do que um factor produtivo: são membros de
sistemas sociais de muitas organizações exteriores à empresa. São, portanto,
diferentes enquanto habitantes do mundo com os seus padrões de comportamento,
hábitos de vida, de compras, credo religioso e político, extracto social,
económico, nível cultural. (…) A pessoa tem de ser considerada como um todo, na
sua vertente cultural, social, económica, crenças políticas e religiosas, e não
só através das características que desenvolve no seu desempenho na organização.»
(AMARAL,1996:80).
Bibliografia
ALMEIDA, Fernando Neves de, (1999). O
Gestor. A arte de Liderar. 2ª Ed. Lisboa: Editorial Presença.
AMARAL, Maria do Céu. (1996). Gerir:
Ciência e Arte. Lisboa: IEFP – Instituto do Emprego e Formação
Profissional/Departamento de Formação Profissional
Venade/Caminha – Portugal, 2019
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras
e Artes de Portugal
TÍTULO
NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM
INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro Álvares Cabral” pela
Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística
http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de
COMENDADOR
das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil
DOCTOR
HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura
Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/ermezindabartolo
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