O homem valoriza-se porque a cultura é um
processo que se concretiza como um produto do espírito humano, numa como que
superformação do caráter, de resto, já há mais de dois mil anos que a cultura era
para os gregos a “aristocracia do
espírito”. É, por isso, bastante difícil definir a cultura, porque a sua
complexidade não permite uma delimitação, que qualquer definição impõe.
Numa perspetiva
filosófica e citando António Sérgio o problema da cultura «é uma questão de mentalidade e esta é algo que não se pode ensinar
porque constitui o resultado das convicções profundas de cada um»
Por sua vez, Protágoras,
afirma que: «O homem é a medida de todas
as coisas», enquanto que Platão dizia que «Deus é que deve ser a medida de todas as coisas» para, finalmente,
se admitir, com Jorge Dias, que «o
coração é que se torna a medida de todas as coisas, até porque o português
revela-se de particular singularidade, seja qual for a sua situação no mundo».
A psicologia portuguesa
transporta uma série de elementos étnicos, míticos e culturais, da mais
diversificada origem, o que, efetivamente, denota o caráter extremamente
complexo da cultura portuguesa.
A estrutura greco-latina,
as correntes islâmicas e hebraicas transmitidas para o pensamento e a
literatura, a profunda religiosidade que ao longo da Idade Média se fez sentir,
a epopeia dos descobrimentos, o espírito das Cruzadas e o ideal da dilatação da
Fé, pela qual se construiu o Império Colonial, os contactos com povos tão
díspares como o africano, o oriental e o americano, são fatores que não podem,
de forma alguma, ser ignorados na composição da Cultura Portuguesa, à qual deve
juntar-se, como elemento fundamental, o Mar.
O Atlântico Português, a
partir do qual se expandiu a Nação Lusitana, daí que a cultura Lusa seja mais
marítima que qualquer outra: trata-se de uma cultura expansiva, uma cultura da
aventura, do mistério, do risco e da saudade. Uma cultura cujo elemento
essencial permitiu escrever páginas históricas indeléveis, cujo expoente
literário se materializou em “Os Lusíadas”,
que bem se pode dizer ser a Bíblia da Pátria Lusitana, a orientação da aventura
de todo o Renascimento.
Logo nos primórdios da
sua história, os portugueses tornaram-se num povo de imenso manancial
psicológico porque, em boa verdade, eles adaptaram-se a todas as situações, sem
que dessa natureza resulte qualquer perda de caráter, qualquer quebra de
nacionalismo e, por isso, o português vive no estrangeiro, adaptando-se às
normas de trabalho, à língua e até a certos costumes.
Este povo festeja, periodicamente, de forma
bem portuguesa e, ainda mais intensamente, à boa maneira da sua terra natal,
alguns dos principais acontecimentos religiosos e profanos: a Ceia de Natal
que, em família, se realiza com observância de determinados hábitos
gastronómicos muito próprios, ou mesmo a “matança
do porco” (agora em desuso, até por motivos legais e de salubridade
pública), que muitos concretizam quando integrados em pequenas comunidades
estrangeiras, onde outros portugueses residem ou, ainda, a criação de
coletividades desportivas, culturais e recreativas, muito embora a saudade da
terra natal não o abandone mas, bem pelo contrário, o torna mais melancólico,
enigmático, distante, porém, sempre forte.
Bibliografia.
SÉRGIO,
António, (1974). Obras Completas: Ensaios, 1ª edição, Tomo VII, Lisboa: Sá da Costa.
SÉRGIO,
António, (1976). Obras Completas: Ensaios, 2ª edição, Tomo I, Lisboa: Sá da Costa.
Com o protesto da minha perene
GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
TÍTULO
NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM
INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro Álvares Cabral” pela
Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística
http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de
COMENDADOR
das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil
TÍTULO
HONORÍFICO DE EMBAIXADOR DA PAZ pelos «serviços prestados à Humanidade, na
Defesa dos Direitos as Mulheres. Argentina»
DOCTOR
HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura
Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.
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