É ponto assente, entre os estudiosos da filosofia
da imprensa, que o direito à informação é fundamental, numa sociedade plural e,
com tal pressuposto, numa imprensa nacional é indispensável a existência de uma
rede de delegados, ou correspondentes, em todo o país e no estrangeiro, para
que se possa ampliar a informação, não devendo nunca o jornalista impor a sua
opinião, na medida em que: se por um lado, presumivelmente, poderá desagradar
ao leitor, quantas vezes tão bem ou melhor preparado que o jornalista; por
outro lado, é necessário salvaguardar o direito do leitor à boa qualidade e
rigor da informação.
Não é fácil para um jornalista obter informações,
tantas vezes ocultadas por razões de vária ordem, mas, é fundamental não
ignorar que a informação é, em determinadas circunstâncias, mais importante do
que as suas próprias opiniões.
A especificidade do jornalista não reside no facto
de escrever nos jornais; como não está, também, no facto de ter opiniões, nem
de as exprimir, nem de modificar a sociedade mas, bem pelo contrário, a sua
função social própria é transmitir comunicações úteis, é uma tarefa
universalista, porquanto ele deve, desde logo, captar os rumores da sociedade,
dar sentido a esses rumores, transformá-los objetiva e isentamente em
informação, em notícia, porque ele deixou de ser como que um “mago que sabe
tudo” para assumir o papel de especialista em comunicação, por isso, detentor
de uma competência técnica nesta matéria.
Naturalmente que hoje em dia, o jornalista deve ter acesso às fontes de
informação, todavia, devem ser sempre acautelados os factos que, pelo seu
melindre, venham a contribuir para desinformação. O jornalista tem o direito, e
a obrigação, de saber, contudo: saber é uma coisa; publicar é outra.
É correto pensar-se que o Poder necessita ao mesmo tempo: do segredo e
da propaganda, pelo que se torna legítimo que não só os jornalistas, mas também
o público, se esforcem pelo direito à informação e exijam do Órgão respetivo,
transparência, rigor, oportunidade, isenção e, acima de tudo, a salvaguarda da
identidade nacional.
Venade/Caminha – Portugal, 2020
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
E-mail: diamantino.bartolo@gmail.com
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