Quando se fala em meios de Comunicação Social, a
expressão não é entre nós inédita, porque ela corresponde aos termos ingleses
de “mass media” (meios de massa),
querendo apontar os sistemas mecanizados e eletrónicos que possibilitam a
difusão da mensagem por inúmeros públicos, dispersos e heterogéneos.
O avanço tecnológico e científico, no campo das
telecomunicações, é hoje um dado adquirido e considera-se imprescindível o
domínio mínimo destas tecnologias, como fundamental para a correta manipulação
dos cada vez mais aprimorados equipamentos de comunicações.
Nesse sentido, a Comunicação Social deixa de ser
unilateral, de ter, inclusivamente, uma conotação pejorativa de meios de
massas, para poder ser entendida como uma intercomunicação entre o emissor e o
recetor, entre a fonte e o destinatário, isto porque já é possível
participar-se em direto ou através de videoconferências em debates, responder
prontamente à estação emissora, intervir nos temas que melhor se domina, ou se
tem interesse.
Considerando que a língua é um instrumento de
comunicação social, ela não pode ser integrada nos atuais meios, entendidos
numa perspectiva englobante, havendo, por isso, quem defenda que se deveria
utilizar a designação de “Meios de Difusão Coletiva”, porque estes termos
identificam-se com as técnicas propriamente ditas e as instituições que as
exploram.
Estes meios dependem, no seu conjunto, ou
individualmente considerados, das características próprias da sociedade, e do contexto
geral em que elas se inserem, nomeadamente, a situação política, a estrutura
social e os aspetos culturais, com tudo o que nelas há de toda uma
caracterização nacional: valores, religião, costumes e tradições, sendo certo
que os Meios de Difusão Coletiva amplificam mais do que modificam, ou
transformam, e os seus efeitos podem reconhecer-se no comportamento individual
ou de grupo, assumindo especial relevo os programas de informação e distração
que,, afinal, constituem dimensões importantes na participação sociocultural,
integrada numa política coletiva.
A comunicação de ideias, de projetos e de valores,
pode veicular-se pelos Órgãos de Comunicação Social, genérica e inocuamente
entendidos, daí a importância que para o cidadão comum tem o acesso aos atuais
meios de comunicação, embora a preparação científica e técnica não seja a
realidade constante e uniformemente considerada.
a) Imprensa Escrita – Na sua acepção mais
lata, o vocábulo “imprensa” designa o conjunto dos meios impressos, falados e
televisivos, que permitem a difusão periódica da informação, modernamente
intitulados Órgãos de Comunicação Social, todavia, em linguagem técnica o termo
designa, somente, as publicações gráficas emitidas com periodicidade regular:
jornais, revistas panfletos, entre outros.
Alguns historiadores defendem que a imprensa
periódica portuguesa se teria iniciado em 1625 com a “Relação Universal do que
Sucedeu a Portugal e mais Províncias do Ocidente e do Oriente”, de Manuel
Severim Faria.
Por outro lado, divulga-se, com mais insistência,
que o começo da imprensa nacional periódica teria ocorrido em 1641 com a
publicação, em Lisboa, da “Gazeta” em que se “Relatam as Novas Todas que houve
Nesta Corte e que Vieram de Várias Partes”.
Nos princípios do século XVII, começaram a circular
em Portugal as primeiras “Folhas Volantes”, umas sem qualquer recato, outras
mais ocultamente, que tinham por objetivo atacar o governo dos chamados “Reis
Intrusos”, ou seja, durante o domínio filipino, sendo umas folhas impressas e
outras, apenas, manuscritas, cópias das primeiras, havendo, inclusivamente,
quem admita que a partir desta origem tão remota, quanto artesanal da imprensa,
tenha nascido, também, a censura.
Os autores da publicação da “Gazeta” de 1641,
procuravam, por este meio, levar ao conhecimento nacional, o que de facto se
tinha passado com o movimento do “Primeiro de Dezembro de 1640” e assim
incentivar os portugueses a prosseguirem a luta de libertação do domínio
espanhol.
Segundo José Tengarrinha, no Dicionário da História
de Portugal, «a imprensa teria nascido da
conjugação de 3 fatores: 1) Os progressos da tipografia desde a sua invenção em
1440; 2) A melhoria das comunicações e das relações postais; 3) O interesse
crescente do público pela notícia»
A história da imprensa periódica portuguesa pode
dividir-se em três épocas, cada qual com as suas características próprias: 1) A
da Gazeta, de 1641 à Revolução de 1820; 2) A da imprensa romântica ou de
opinião, de 1820 aos fins do século XIX; 3) A da organização industrial da
imprensa, dos fins do século XIX aos nossos dias.
b) Rádio – O princípio das
radiocomunicações, descoberto em 1896 por Marconi, não é, atualmente, mais o
mesmo, porquanto o desenvolvimento e expansão da radiodifusão têm sido muito
rápidos, principalmente a partir da primeira Guerra Mundial, datando de 1914 a
primeira tentativa, em Portugal, da instalação e funcionamento de um posto
emissor.
A Rádio começou por ser designada TSF – Telegrafia
sem fios – e os primeiros inventos foram da autoria de Galvani em 1780, Faraday
e Hertz em 1887, embora as primeiras radiocomunicações à distância se tivessem
iniciado com Marconi. Em Portugal, as primeiras emissões radiofónicas tiveram
lugar em 1925, mas só em 1935 é que foi criada a primeira empresa de rádio,
então denominada por Emissora Nacional.
A evolução da rádio está intimamente ligada ao
desenvolvimento dos últimos conflitos mundiais, sendo a rádio utilizada como
uma poderosa arma de persuasão, quer por parte dos nazis, quer pelo lado dos
aliados. O poder de penetração, a rapidez da informação, praticamente em cima
do acontecimento, em algumas situações, mesmo em direto, acompanhando os factos
que vão sendo noticiados, tornam a rádio um instrumento precioso.
A própria linguagem radiofónica tem vindo a
evoluir, acompanhando as mudanças ambientais e técnicas. Atualmente, utiliza-se
muito o estilo coloquial, intimista e espontâneo, os programas adaptam-se à
natureza e afazeres do auditório, e ao longo do dia eles são difundidos de
acordo com objetivos de captar maior audiência, verificando-se, por isso, uma
diversidade imensa de temas, tratados, normalmente, por especialistas, com
realce para os programas informativos, música clássica ou ligeira, culturais e
desportivos, recreativos e políticos.
Assim, todos os temas podem ser tratados na rádio.
Na Bélgica, por exemplo, é muito frequente que assuntos relacionados com a
libertação da mulher, moral sexual, homossexualidade, entre outros, tenham o
seu espaço radiofónico.
É compreensível que cada vez mais se fale numa
escrita especializada radiofónica, na medida em que ao ser divulgada a notícia
se deve evitar frases muito grandes, formas gramaticais complicadas, emprego de
negativas, abuso de números e palavras longas sendo, por isso, conveniente,
repetir-se o sujeito e o tema, daí que era um lugar-comum afirmar-se que o bom
jornalista da rádio, normalmente, escrevia mal, pelo facto de a linguagem
falada ser muito diferente da escrita.
c) Televisão – Como tem vindo a ser
referido, os Meios de Comunicação Social, desempenham um papel importantíssimo na
sociedade, quaisquer que eles sejam, porque na verdade, ao longo do dia,
inúmeras pessoas ouvem rádio, mesmo durante os seus percursos de automóvel;
quantos leitores, apesar da “crise” ainda compram jornais, revistas e livros;
quantos cidadãos acompanham, pela televisão, tudo o que de mais diversificado
se possa imaginar, programas informativos, culturais, políticos, recreativos,
debates, jogos, tornando-se popular entre nós o fenómeno das telenovelas, em
que por vezes tudo para, as ruas esvaziam-se, nos cafés os ruídos diminuem.
De facto, a televisão vem desempenhando uma tarefa
complexa e, simultaneamente, também aumenta o número de telespectadores, porque
este meio de comunicação entra pelas casas e vai até à mais recôndita
intimidade que é o quarto conjugal, naturalmente, que telecomandado, mas, ainda
assim, nem sempre a vontade é mais forte do que o programa que está a passar.
Historicamente, não é fácil apontar-se, com rigor,
uma data a que corresponda a invenção da televisão, muito embora a sua utilidade
prática tenha estado desde sempre dependente da assimilação de várias novidades
técnicas e de numerosas tentativas parciais e limitadas.
O primeiro aparelho de recção de imagens teria sido
construído em França, em 1929 (por sinal no ano da grande crise económica
mundial), com base em experiências que remontam ao século XIX. Em novembro de
1936, efetuou-se a primeira emissão televisiva pública em Inglaterra,
verificando-se, a partir de então, uma vertiginosa expansão, apenas travada
pela segunda guerra mundial, recomeçando depois, cada vez mais aperfeiçoada,
técnica e esteticamente analisada.
Em Portugal as emissões regulares da radiotelevisão
iniciaram-se a sete de março de mil novecentos e cinquenta e sete, com fraca
cobertura a nível nacional. Apesar disso as maravilhas operadas, por este meio
de comunicação, depressa o tornou popular e desejado em todos os lares.
Com todas as vantagens e, seguramente, algumas
desvantagens, o certo é que a televisão tem vindo a expandir-se de forma
constante, envolvendo tecnologias de ponta e pessoal altamente especializado. O
seu contributo na formação da opinião pública dos cidadãos é muito forte e,
quantas vezes, irrefutável. A atualidade da informação ocorre, frequentemente,
em simultâneo com o acontecimento.
Obviamente, cabe aos técnicos a explicação
pormenorizada do funcionamento de uma estação de televisão, todavia, e numa
base simplificada, poder-se-ia dizer que a emissão televisiva é uma combinação
de luz, som e movimento, numa associação da rádio e do cinema, introduzindo em
casa de cada um o espetáculo completo.
Assim, em televisão, uma reportagem do exterior
envolve uma grande quantidade de pessoas e material, indiscutivelmente muito
superior a uma reportagem de imprensa falada ou escrita. Esta exigência em pessoal
e equipamentos, talvez explique, em parte, a dificuldade que os responsáveis
pelos diversos serviços oficiais, e privados, sentem quando pretende levar ao
conhecimento público acontecimentos de interesse social, por exemplo.
Não obstante as diversas dificuldades, os
progressos técnicos, neste campo, têm vindo a facilitar um pouco as coisas,
porque ainda não há muitos anos que para assegurar a transmissão de um
determinado facto, por exemplo, um noticiário, era necessário que este fosse
transmitido em direto.
Com a técnica avançada que, atualmente, se dispõe,
já não é necessário que os filmes sejam submetidos ao tratamento laboratorial,
podem ser preparados no trajeto entre o local da gravação e o estúdio, porque
as bandas magnéticas já estão tratadas para a imediata transmissão, e isto
graças ao recurso a aparelhagem altamente sofisticada.
Entretanto, as estações de televisão estão perante
um desafio importantíssimo que consiste: por um lado, dotarem-se dos melhores
profissionais; por outro, equiparem-se com a aparelhagem eletrónica cada vez
mais complexa, a caminho da infalibilidade, quer na produção, quer na gravação,
quer ainda no seu manuseamento.
A tudo isto acresce, também, a necessidade de
salvaguardar importantes interesses ao nível das experiências associativas
entre estações de televisão, relativamente aos respetivos filiados e público em
geral. A televisão suscita, portanto, uma grande apetência pelo seu controlo e
domínio por parte de alguns poderes instituídos e também a partir de grandes grupos
económicos, políticos e ideológicos, na medida em que ela interfere,
profundamente, na vida quotidiana de cada pessoa.
d) Internet
Trata-se de um poderoso meio de comunicação social
neste século XXI. Através desta tecnologia da informação e da comunicação, é
possível a quem domine razoavelmente este meio, comunicar com todo o mundo, em
direto, participar em quaisquer debates, frequentar cursos praticamente a todos
os níveis, assistir a eventos de diversa natureza, publicar artigos, enfim,
saber o que se passa em qualquer parte do mundo e, investigar um assunto
técnico, científico, religioso, cultural, biografias de grandes vultos. Hoje,
tudo está na internet.
Pela internet a vida dos cidadãos fica cada vez
mais simplificada, porque não é necessário sair de casa para que se tenha
acesso a múltiplos serviços, desde fazer compras, pagar contas, reservar
viagens, hotéis, visitar quaisquer partes do mundo, viajar para onde se
desejar, conhecendo-se, virtualmente, o que na realidade nem sempre se tem
possibilidades financeiras para o fazer no âmbito real.
Claro que este moderno e poderoso meio de
comunicação, tal como qualquer outro, não oferece apenas vantagens e,
certamente, existem também, muitas desvantagens que é necessário ter em
atenção, quer em relação aos utentes adultos, quer no que respeita, e muito em
especial, às crianças, adolescentes e jovens.
«O acesso a um grande número de informações disponível às pessoas, com
ideias e culturas diferentes, pode influenciar o desenvolvimento moral e social
das pessoas. A criação dessa rede beneficia em muito a globalização,
mas também cria a interferência de informações entre culturas distintas,
mudando assim a forma de pensar das pessoas. Isso pode acarretar tanto uma
melhoria quanto um declínio dos conceitos da sociedade, tudo dependendo das
informações existentes na Internet.
Essa praticidade em disseminar informações na Internet contribui para
que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e diferentes
pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na Internet podem ser
verídicas. Existe uma grande força no termo "liberdade de expressão"
quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer indivíduo publicar
informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando, assim, a consistência
dos dados disponíveis na rede.
Um outro facto relevante sobre a Internet é o plágio,
já que é muito comum as pessoas copiarem o material disponível. "O
plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O
plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica;
ao contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já
existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual. Ao fazer
uma cópia de um material da Internet, deve-se ter em vista um possível
melhoramento do material, e, melhor, fazer citações sobre o verdadeiro autor,
tentando-se, assim, ao máximo, transformar a Internet num meio seguro de
informações.
Nesse consenso, o usuário da Internet deve ter um mínimo de ética, e tentar, sempre que possível, colaborar
para o desenvolvimento da mesma. O usuário pode colaborar, tanto publicando
informações úteis ou melhorando informações já existentes, quanto preservando a
integridade desse conjunto. Ele deve ter em mente que algum dia precisará de
informações e será lesado se essas informações forem ilusórias.» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet#.C3.89tica_na_Internet
Venade/Caminha – Portugal, 2020
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
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