Tal como em qualquer ciência, também a Filosofia da Linguagem se encontra estruturada, de forma a que os intervenientes do uso da língua: emissor-recetor; remetente-destinatário, possam comunicar-se num código de significações, por ambos conhecido, corretamente interpretado, para que a mensagem seja percebida e o seu conteúdo executado, de acordo com a vontade dos indivíduos.
Seja qual for a linguagem
utilizada: verbal, gráfica, mímica, pictórica, etc., ela deve possuir uma
estrutura que, sendo normalmente rudimentar no seu início, vai-se
aperfeiçoando, de tal forma que, o seu uso adequado fica cada vez mais limitado,
ao conhecimento profundo da sua estrutura e simbolismo, facto que vem
introduzir no sistema graves distorções, precisamente por incorreta aplicação
dos seus termos significantes, isto porque os sons, ou signos gráficos
produzidos, na execução de um ato ilocucional, têm uma significação.
Nesse sentido, pela
enunciação daqueles sons, ou signos gráficos, se ambiciona dizer alguma coisa,
porque na verdade, quando se fala, pretende-se dizer algo, deseja-se significar
um pensamento, uma ação a realizar, um desejo a concretizar, uma vontade a
materializar, uma presença a chamar a atenção do outro nosso igual.
O homem, ao longo da suta
história, tem sentido grande necessidade de usar os signos, nos mais variados
campos da sua vida existencial: seja na religião; seja na ciência; seja na técnica,
o signo é fundamental para que ele use a faculdade mais importante em qualquer
ser vivo, que é o ato de falta, a capacidade de se comunicar, de se expressar.
Seja qual for a
linguagem, o signo estará sempre na sua raiz primordial, porque entender uma
frase, é conhecer a sua significação, porque a frase proporciona uma maneira
convencional, de concretizar a intenção de produzir um certo efeito ilocucional
no ouvinte, naturalmente que no ouvinte humano, único, de resto, que utiliza as
linguagens verbal e gráfica, como instrumentos principais para se comunicar e
fazer-se compreender, o que implica que o ouvinte deve entender a frase, a sua
significação e as regras que governam os seus elementos.
A importância da
linguagem é de extrema acuidade, de uma pertinência jamais verificada,
precisamente quando em Portugal, os problemas da educação e do insucesso escolar,
ainda levantam questões que: penetram o foro íntimo das consciências dos
educadores, dos educandos, dos docentes e dos discentes, porque o objetivo da
educação é, afinal, a integração numa sociedade e essa adequação passa, em
primeiro lugar, pela aprendizagem dos meios de comunicação, da apreensão da
linguagem e sua perfeita dominação.
O domínio corrente da
linguagem, como capacidade de expressão oral e de audição compreensiva, deve,
também, completar-se com a capacidade de expressão escrita e leitura assimilativa
dos temas.
A integração harmónica na sociedade implica, enfim,
uma visão do mundo, a qual está condicionada pela linguagem, porque capacita o
espírito para entender a relação inseparável que existe entre o conceito e o mundo,
porque a linguagem, formada socialmente, influi sobre a perceção da realidade,
ela é o guia, por ela vamos ouvindo, realizamos as nossas experiências, com
dependência dos hábitos linguísticos da nossa sociedade, do mesmo modo que
classificamos a natureza, a organizamos em conceitos e lhe atribuímos
significados que, numa mesma civilização, todos compreendemos.
Pode-se afirmar que a linguagem possui um
extraordinário poder revelador, do que é o Ser profundo do homem, ela põe em
evidência a superioridade inteletual do homem, o qual cria símbolos pelo facto
de ser espiritual e corporal ao mesmo tempo, porque os homens para se
apropriarem das ideias que vão formando, graças ao poder de abstração, eles
necessitam de materializar os seus pensamentos, através de símbolos, orais ou
visuais, e assim poderem transmitir através do idioma as suas ideias, que
veiculam pela linguagem simbólica, isto é, apoiada no símbolo, com tudo o que
ele implica de signo, com tudo o que ele envolve de significação estrutural.
6. Bibliografia
BARTHES, Rolando, (1983). O Prazer do Texto. Tradução,
Maria Margarida Barahona. Lisboa: Edições 70.
CHOMSKY, Noam, (1977). Reflexões Sobre a Linguagem.
Lisboa: Edições 70
DELEUZE, Gilles, (1977). Como Reconhecer o Estruturalismo, in:
História da Filosofia, Vol. 8, direção de F. Châtelet. Lisboa: D. Quixote
DERRIDA. Jaques, (1985). Assinatura, Acontecimento
Contexto. Margens da Filosofia. Tradução, J. T. Costa e A. M. Magalhães. Porto:
Res.
FAGES, J.B., (s.d.). Para Entender o Estruturalismo.
Tradução, M. C. Henriques. Lisboa: Moraes Editores
FLUSSER, V., (1963). Linguagem e Realidade. S.
Paulo-Brasil: Herder
HEIDEGGER, Martin, (1976). Acheminement Vers la
Parole. Paris: Galimard
KRISTIEVA, J., (1980). História de Linguagem. Tradução,
Vários. Lisboa: Almedina.
SEARLE, John Rogers, (1981). Os Actos de Fala. Um
Ensaio de Filosofia da Linguagem. Tradução, Carlos Vogt, Ana Cecília Maleronka,
Balthazar Barbosa Filho, Maria Stela Gonçalves e Adail Ubirajara Sobral.
Coimbra: Livraria Almedina
SUMARES, Manuel, (1977). Hermeneutique et
Gramatologie, in: Jean Greisch, Paris: Editons du C.N.R.S., in: Texto e
Contexto, Braga, 1982.
Venade/Caminha
– Portugal, 2021
Com
o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
«Proteja-se. Vamos vencer o vírus.
Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das
autoridades competentes. As “benditas” vacinas começaram a chegar. CALMA. Já se
vê a luz ao fundo do túnel. “Desta
vez ninguém fica para trás”
Acreditemos nos investigadores, na
Ciência, na tecnologia e instrumentos complementares. Agradeçamos, a quem, de
alguma forma, está a colaborar na luta contra a pandemia.
Estamos
todos de passagem, e no mesmo barco. Aclamemos a VIDA com Esperança, Fé, Amor e
Felicidade. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros. Bom fim de semana.
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