Ao longo da História do planeta Terra, e de tudo quanto a seu respeito
se sabe, tem-se a certeza de que, o ser humano é o que mais tem evoluído, e contribuído
para uma permanente alteração das suas condições de vida, criando,
transformando, alterando e conquistando situações, saberes e técnicas para
adaptar o mundo às suas próprias necessidades, cada vez mais exigentes e
sofisticadas, tendo vencido em muitos domínios, continuando porém,
incessantemente, na busca de novas soluções, para problemas que ainda estão por
resolver, designadamente, a sua própria morte física, o controlo dos fenómenos
naturais, a paz no mundo, a sua própria felicidade, entre outros.
A dimensão físico-material da pessoa, e os conhecimentos necessários à
melhoria das condições de vida, têm beneficiado de grandes avanços, ao nível da
saúde, da longevidade, da erradicação de graves e mortíferas doenças, que
durante séculos dizimavam populações inteiras, ao conforto habitacional, aos
transportes, ao estudo do universo, enfim, ao bem-estar geral para muitas
pessoas, povos e nações.
Haverá, todavia, uma outra dimensão que oferece mais dificuldades ao seu
estudo, bem como o consequente conhecimento de realidades que transcendem o
mundo físico, que envolve a humanidade. Há como que um mistério acerca da
pessoa, relativamente ao ser mais profundo que ela comporta, que não é, materialmente,
visível, mas que se manifesta por determinado tipo de emoções, sentimentos e visionamentos,
que se poderiam considerar inefáveis, cientificamente inexplicáveis.
Meritoriamente, as ciências com as tecnologias, buscam explicações para
determinados fenómenos humanos, reações, consequências, controlo e tratamento,
quando necessário, contudo, em muitos casos, não se consegue chegar a uma
solução, a uma explicação, a uma fórmula, que a ciência valide, para se
resolver no futuro, com a angústia de que, em certas situações-limite, se
procuram outros meios, outros “tratamentos”, outras soluções, sendo,
aparentemente verdade que, algumas vezes, com sucesso, muitas outras, não.
É aqui que entra, para quem é crente, uma outra dimensão, uma outra
componente da constituição da pessoa: o espírito, a alma, a consciência, o sobrenatural,
afinal, outros elementos, de acordo com as diversas culturas, religiões,
crenças, valores, emoções e sentimentos.
Pode-se aceitar essa outra componente, para além da composição
físico-material da pessoa, porque ela não envolve nenhum conflito prejudicial à
humanidade, apenas discussão científica, ideológico-religiosa, incentivo à
investigação, o que até é positivo, desde que no respeito pelas diversas
correntes de opinião, e também pela crença e pela fé que muitos têm e defendem,
respetivamente, quanto à posição no mundo material em que se encontra a pessoa
humana.
Em todo o caso, também se defende que: «Quando o homem perde o seu fundamento divino, a sua vida e toda a sua
existência começa a desmoronar-se, a diluir-se, a tornar-se “intranscendente”.
Cai por terra aquilo que o torna único e imprescindível. Tudo o que torna a sua
dignidade inviolável perde o seu fundamento.» (BERGOGLIO, 2013:125).
É claro que se desconhece se haverá, ou não, neste planeta, ou até
noutros, seres tão completos quanto o ser humano e, não havendo tal
conhecimento, então uma grande ideia fica patente: a pessoa humana é um ser
maravilhoso, misterioso, dotado de capacidades ilimitadas, mas também um ser
angustiado porque sabe que ainda não conhece tudo a seu respeito e, recordando
Sócrates, o filósofo nascido há quase 2.500 anos, até se pode concordar com
ele: “Eu só sei que nada sei”,
verdade que permanece como tal, desde há cerca de dois mil e quinhentos anos.
Esta assertiva, de facto, preocupa-nos imenso porque revela a nossa
limitação, em certos domínios, a nossa insignificância, porém, seremos humildes
quando aceitarmos este pensamento de Sócrates: «A sabedoria está em não acreditares que sabes o que não sabes»
(SÓCRATES, in: KARDEC, 2010:51).
Admite-se, para efeitos de estímulo à reflexão, que
é através do pensamento organizado, da consciência, esta enquanto: «Identidade Psíquica e Moral: que permanece
de forma intacta, inteiramente completa apesar do turbilhão de matéria que
passa em nós; ou seja: Eu sou sempre Eu mesmo, conquanto possa até melhorar,
aperfeiçoar, evoluir; mas Eu permaneço como Consciência estável, regular,
atuante, porém insensível às mudanças da matéria orgânica que se permuta, que
se troca, em sua eterna inconstância e variabilidade» (PATROCÍNIO, in: http://fernandorpatrocinio.blogspot.com.br/, 10.01.2013).
A partir daqui, são muitos e diversos os sentimentos,
os mais diferentes e díspares possíveis, concluindo-se, muitas vezes, que a
própria pessoa nem sequer saber porque reagiu de uma determinada maneira, mas
ficando triste, ou alegre, pelos resultados obtidos. Os paradoxos são imensos,
o aglomerado de ideias, reações e consequências, multiplicam-se e, no final, a mesma
pessoa está pronta para novas situações, emoções, sentimentos e experiências.
Algo escapará às explicações científica e
tecnológica, e até de outras áreas, na circunstância, do conhecimento
esotérico. É esta angústia maravilhosa que nos faz mover, alimentar a crença, a
fé num outro ser que, provavelmente, transcende o ser humano físico-material.
A problemática existencial do ser humano constitui,
efetivamente, o grande dilema, a preocupação maior que ao longo da vida terrena
se depara, a quem realmente se considera diferente, superior e maravilhoso,
comparativamente com os restantes seres animados conhecidos.
É por isso que tal diferença e superioridade devem
ser direcionadas para o bem, para os valores mais altruístas como: a
solidariedade, a amizade, a lealdade, a saúde, a família, o trabalho, a paz, a
felicidade e a graça de Deus, porque só assim esta vida tem sentido e este ser
humano se tornará maravilhoso.
O princípio, segundo o qual: “tudo o que nasce morre”, aplica-se, inexoravelmente, à pessoa
humana, e tendo por base de vida esta certeza, então é do mais elementar
bom-senso que a existência humana seja desenvolvida com um espírito
filantrópico, de amor ao próximo.
Este
sentimento, talvez o mais nobre e sublime que o ser humano consegue vivenciar e
revelar, passa por imensas atitudes, desde logo, pelo perdão, no sentido da
tolerância, da solidariedade, da ajuda, porque: «A forma mais profunda de perdão é um processo de compreensão que exige
esforço e mudança. (…) Quanto mais tomamos consciência de nossos sentimentos e
os entendemos, mais podemos mudar de ideias e mais profundamente somos capazes
de perdoar. (…) A vida de inúmeras pessoas foi transformada no decorrer da
história humana por sentirem-se aceites e perdoadas. (…) O perdão remove os
ressentimentos que nos impedem de desenvolver nossa espiritualidade. (…) Aquele
a quem pouco se perdoa, pouco ama. Existem ocasiões em que perdoar a nós mesmo
é o mais árduo ato de amor.» (BAKER, 2005:83).
As diversas dimensões da pessoa humana, que no domínio material, por
exemplo, do saber-fazer, possibilitam produzir objetos, construir monumentos,
transportes, pontes, estradas, artefactos para diferentes fins, resolução de
problemas de saúde, fabrico de medicamentos, que curam doenças complexas, já é
uma inequívoca superioridade, em relação a todos os outros seres conhecidos,
mas a dimensão que resulta das suas faculdades psicológicas, intelectuais e
espirituais, completa, sem dúvida, a grandiosidade deste ser maravilhoso que é
a pessoa verdadeiramente humana. O pensamento humano leva a pessoa para onde
esta ambicionar, mas, desejavelmente, para o bem, assim se pretenderia que
fosse.
É essencial, porém, compreender-se que a pessoa humana não é um ser
perfeito embora, superior a todos os outros seres conhecidos. Com efeito há,
ainda, muito por fazer no domínio do aperfeiçoamento das atitudes, dos projetos
altruístas, do bem-comum. Há um longo caminho do Bem para percorrer.
Parece um paradoxo que, simultaneamente às práticas malignas, que
conduzem à miséria e à morte prematura, também se verifiquem atos de grande
nobreza, de inequívoca solidariedade, de amor extremoso e de outros valores,
apenas existentes, conscientemente, nos seres humanos.
Esta bipolarização: do bem e do mal, do amor e do ódio, da paz e da
guerra, entre outras dicotomias, é uma batalha que urge vencer, no sentido da
consolidação dos primeiros termos dos binómios acima identificados, ou seja,
que o bem, o amor, a paz, a saúde, a
família estável, o trabalho, a solidariedade, a amizade, a lealdade, a
felicidade e a Graça Divina, sejam os elementos fundantes da dignidade humana.
A pessoa humana é, realmente, um ser maravilhoso,
com virtudes e defeitos, cometendo atos de inquestionável e excecional
grandeza, quanto outros de desprezível crueldade e mesquinhez, todavia, possui
o sentimento mais elevado, notabilíssimo e profundo que algum ser conhecido
demonstra ter: o Amor.
Em bom rigor: «O amor é uma
energia, a energia mais pura e mais elevada. Nas suas vibrações mais altas, o
amor possui sabedoria e consciência. É a energia que une todos os seres. O amor
é absoluto e não tem fim. (…) A energia curadora é uma componente da energia
espiritual. (…) Quando os médicos referem a ligação entre a mente e o corpo,
acredito que o Amor é a energia que estabelece essa ligação» (BRIAN,
2005:132). Parece, portanto, não restarem muitas dúvidas de que a pessoa humana
é um ser maravilhoso, proteja-se e engrandeça-se este SER fantástico.
Bibliografia
BAKER, Mark W., (2005). Jesus o Maior Psicólogo que já Existiu.
Tradução, Cláudia Gerpe Duarte. Rio de Janeiro: Sextante.
BERGOGLIO, Jorge, Papa Francisco, (2013). O
Verdadeiro Poder é Servir. Por uma Igreja mais humilde. Um novo compromisso de
fé e de renovação social. Tradução, Maria João Vieira /Coord.), Ângelo Santana,
Margarida Mata Pereira. Braga: Publito.
BRIAN L. Weiss, M.D. (2000). A Divina Sabedoria dos Mestres.
Um Guia para a Felicidade, alegria e Paz Interior. Tradução, António Reca de
Sousa. Cascais: Pergaminho.
KARDEC, Allan, (2010). O Evangelho Segundo o Espiritismo: contendo a
explicação das máximas morais do Cristo, sua concordância com o Espiritismo e
sua aplicação nas diversas situações da vida. Tradução, Albertina Escudeiro
Sêco. 4ª Edição. Algés/Portugal: Verdade e Luz – Editora e Distribuidora
Espírita.
PATROCÍNIO, Fernando Rosemberg, (2012). Evidências do Espírito na Matéria, in:
http://fernandorpatrocinio.blogspot.com.br/
«Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos».
Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos
de passagem, e no mesmo barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde
ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos
perdoarmos uns aos outros, porque será «o único capital que deixaremos aos
vindouros» Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música. https://youtu.be/_73aKzuBlDc
Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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