Refletir e publicar pensamentos sobre temas, deste século, e também de outros tempos, embora se considerem oportunos, é uma tarefa difícil, que expõe os respetivos autores à crítica, justa ou injusta, fundamentada e construtiva ou simplesmente desmoralizadora e acintosa.
Qualquer que seja a temática e a intencionalidade
da crítica, o importante é alertar as consciências para as diversas situações
que se vão apresentando à sociedade, e que no uso dos inalienáveis deveres de
Cidadania, a responsabilidade de discutir os problemas, e apresentar soluções
possíveis para os resolver, ou atenuar, pertence a todos. Quem não participa
neste processo, certamente, terá dificuldade em reconhecer a sua própria
legitimidade para criticar quem os aborda de uma forma simples, mas convicta,
sem falsos moralismos.
Pode-se compreender, aceitando ou não, que no
exercício de uma atividade profissional, a ética e deontologia se imponham, e
os seus conceitos prevaleçam, todavia, fora desse contexto, outros
procedimentos e valores se adequam a uma situação diferente, seja de lazer,
seja de simples ocupação de tempos livres, com atividades diversas de natureza
amadora, à qual se devam aplicar outros comportamentos, valores e linguagem, isto
é: a célebre frase: “Olha para o que eu
digo, não olhes para o que eu faço”, terá o seu fundamento se proferida em
contextos de vida diferentes.
A Cidadania envolve um pensamento
ético-construtivo, que é contrário ao comodismo, ao estar de acordo com tudo e
com todos. No respeito pelas diferenças, e na humildade de escutar e
compreender os diversos pontos de vista, reside a nobreza de carácter do
cidadão, seja qual for o seu estatuto sócio-profissional. Trata-se de uma
Cidadania Reflexiva que, naturalmente, complementa a Cidadania das
boas-práticas.
Neste âmbito poder-se-á verificar que: «O acatamento acrítico dos padrões e valores
preestabelecidos é outro erro. Quase sempre há padrões preestabelecidos que
pautam o valor das coisas. Não é sensato menosprezá-los, mas tão pouco é
inteligente acatá-los como critérios indiscutíveis. Isto implica um mero
conformismo mole. (…). Nem sempre, é claro, se precisa ir tão longe. Basta uma
atitude crítica. » (ROMERO, 1998:319).
A participação dos cidadãos, na vida ativa da sua
comunidade é um dos deveres cívicos, e como tal, todos têm essa obrigação.
Criticar destrutivamente, quantas vezes com objetivos inconfessáveis, sem
apresentar alternativas, provavelmente, não corresponde a uma atitude ética
solidária.
Criticar, por exemplo, para destruir o bom-nome, a
honra e dignidade dos seus concidadãos é, igualmente, um comportamento
inaceitável e, tanto mais inqualificável, quanto seja certo que, ao longo da
vida nunca se desempenhou nenhum cargo idêntico, àquele a partir do qual se
pretende avaliar as pessoas, titulares desses mesmos cargos, anteriores e/ou
presentes. Não se pode avaliar aquilo que não se conhece: nem nas suas origens;
nem no seu desenvolvimento; nem nas suas consequências.
A dimensão da Cidadania envolve novas formas de
estar na vida, que têm de se ajustar a uma sociedade cada vez mais complexa e,
dir-se-ia, exigente. Não se compreende que, no presente, se possa criticar tão
destrutivamente o passado, quando aqueles que hoje criticam, já exerceram
idênticas funções ou, então, nunca nelas estiveram envolvidos.
Verifica-se, assim, a ausência de um outro valor
cívico que é a solidariedade/compreensão. A Cidadania é uma prerrogativa
exclusiva do Ser humano e, como tal, há, ainda, um longo caminho de reflexão e
boas-práticas que urge, desde já, iniciar, em vez de se optar pela crítica
desmotivadora e, quantas vezes, infundamentada e injusta.
Acredita-se que, no plano político, uma parte
significativa dos jovens se mantenha afastada da “coisa pública”, exceto, eventualmente, aqueles que já tenham o
caminho facilitado, em alguns casos muito estimulado, e os cargos
pré-atribuídos. Não se pode apelar à participação dos jovens na vida política,
quando não lhes são dadas condições para se interessarem pela participação na
vida comunitária. Os sistemas político-partidários tornam-se, em diversas
circunstâncias, pouco atraentes, devido à inclusão de uns contra a exclusão de
outros, eventualmente, porque os primeiros aceitam determinados “padrões”, sem os contestar,
designadamente uma atitude de “Sim Senhor”.
Por outro lado, a vida cívica deve proporcionar a
possibilidade de resolução de problemas da comunidade, desde logo os de
bem-estar social, o que nem sempre acontece, excetuando-se, em alguns períodos
cíclicos. Não se coloca, aqui, a legitimidade e legalidade de quem ocupa
cargos, que tornam concretizáveis os projetos da coletividade, nem tão pouco a
capacidade de muitos cidadãos, que ocupam as respetivas funções em tais cargos,
porém, o que é menos compreensível é que sejam, praticamente, sempre os mesmos
que, depois de instalados, permanecendo, por vezes, décadas nas respetivas
funções e em diversas situações, esqueçam os objetivos a que se propuseram,
inicialmente.
Nesta perspectiva é fundamental, portanto, refletir
sobre a Cidadania que se pretende construir. Uma Cidadania de progresso, de
bem-estar social, para todos, aqui nos seus vários domínios, porque: «O homem é um ser de necessidades complexas,
e por isso o bem-estar social possui um conteúdo amplo e não pode considerar-se
alcançado, enquanto cada pessoa não contar com a possibilidade de
desenvolver-se em todos os sentidos. (…). Ser liberado da miséria, encontrar
com mais segurança a subsistência, a saúde, um emprego estável, ter mais
participação nas responsabilidades, excluindo qualquer opressão e situações que
ofendam a sua dignidade de homem…» (GALACHE-GINER-ARANZADI, 1968:368-9).
Bibliografia
GALACHE – GINER – ARANZADI, (1969). Uma Escola Social. 17ª Edição. São
Paulo: Edições Loyola
ROMERO, Emílio, (1998). As Dimensões da Vida Humana: Existência e Experiência, São José dos Campos: Novos Horizontes Editora.
«Protejam-se. Vamos vencer o vírus. Cuidem de vós. Cuidem de todos». Cumpram, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado: “Planeta Terra”, de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será o único “CAPITAL” que deixaremos aos vindouros: “O PERDÃO”.
Alimentemos
o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
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Venade/Caminha – Portugal, 2022
Com o protesto da minha permanente
GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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