domingo, 20 de março de 2022

Democracia Direta no Seio do Povo

O ordenamento territorial e administrativo português, contempla o espaço geográfico denominado por freguesia (Subprefeitura, no Brasil) e/ou aldeia, respetivamente nas áreas urbanas e rurais, embora a designação oficial seja freguesia, inclusivamente, assim mesmo está estabelecido constitucionalmente, podendo-se, então, considerar três níveis de classificação: cidades, vilas e freguesias que, por sua vez, se integram nos concelhos, distritos e estes, ainda, nas províncias, a que se acrescentam as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

É provável que, em devido tempo, venham a ser instituídas as regiões administrativas, quando e se for aprovado o processo de regionalização do país, caso este processo volte a ser sujeito a referendo uma segunda vez, porque da primeira, foi rejeitado, ou seja, a maioria da população não quis a regionalização.

As freguesias e aldeias portuguesas são consideradas como o primeiro nível da divisão político-administrativa e territorial do país, sabendo-se que há freguesias com aglomerado populacional superior a muitos concelhos, e que as superfícies de cada localidade, independentemente da sua classificação, também variam imenso e não estabelecem nenhuma relação com a demografia, isto é, a densidade populacional também é muito variada: grandes áreas territoriais com poucos habitantes, e vice-versa. Por outro lado, a esta situação demográfica tão distinta entre os grandes espaços geográficos ainda se pode analisar o desenvolvimento nacional a partir dos conceitos: Norte-Sul; Interior-litoral.

Acrescenta-se, por razões várias, um acentuar das desigualdades em termos de densidade populacional, em que o interior sofre de uma grande desertificação, enquanto o litoral, e os grandes centros urbanos, uma pressão, cada vez maior, principalmente porque as oportunidades de trabalho, educação, formação profissional, assistência médica, o próprio custo de vida que, devido à concorrência das grandes superfícies comerciais, tende a ser mais barato.

Poder-se-ia pensar que as populações do litoral, e dos centros urbanos, têm mais hipóteses de um futuro de melhores perspectivas económicas, excluindo-se, eventualmente, o problema dos transportes e os altos níveis de poluição nos espaços urbanos.

Analisada, ainda que empiricamente, a situação geral do país, importa, agora, dirigir a atenção para o espaço geográfico mais simples, humilde e tipicamente português – as aldeias rurais –, que constituem uma parte significativa do ordenamento territorial, e um valiosíssimo património natural.

Nestas áreas geográficas, normalmente de escassíssimos recursos, como de resto se verifica com o país, onde a organização do Poder está diluída por diversas instituições, atendendo aos diferentes poderes: religioso, associativo, empresarial, nas pequenas e microempresas unipessoais, nos Conselhos Diretivos dos Baldios, comissões de moradores e, em parceria desejável, com todas elas, a Junta de Freguesia, com a respetiva Assembleia de Freguesia, que significam e exercem, de facto, de direito e legitimamente, o Poder Executivo e o Poder Legislativo locais, respetivamente.

O Poder Local Democrático em Portugal, ao nível das Juntas de Freguesia e no contexto das pequenas aldeias portuguesas, constitui-se como um poder genuinamente simples, democrático, representativo, comunitário e eficaz, uma autêntica democracia direta.

Aqui existem condições para: o exercício de uma cidadania plena e responsável; um poder com rosto humano, ao qual os cidadãos podem (e normalmente o fazem) dirigir-se em qualquer dia da semana e, praticamente, sem o rigor dos horários burocrático-administrativos, seja nas próprias instalações das instituições ou, inclusivamente, em casa de qualquer dos membros que integram os respetivos órgãos do poder local.

Aqui podem criar-se as condições para verdadeiras competências de cidadania a qual, entre outros conceitos, se pode definir como: Cidadania é um estado de espírito e uma postura permanente que levam pessoas a agirem, individualmente ou em grupo, com objetivos de defesa de direitos e de cumprimento de deveres civis, sociais e profissionais. Cidadania é para ser praticada todos os dias, em todos os lugares, em diferentes situações, com variadas finalidades. Não se pode confundir cidadania com atos isolados e eventuais de protestos e reivindicações, muitas vezes justas, porém, efémeras.» (RESENDE, 2000:200).  

A abordagem do Poder Local Democrático, no espaço geográfico das freguesias portuguesas, em geral e, ainda mais especificamente, no contexto de uma aldeia rural, reveste-se de especial atenção, porquanto o exercício de funções políticas, executivas, em muitos domínios do conhecimento teórico, da tecnologia e da experiência, supõe uma imensa generosidade, inabalável determinação e uma dedicação quase missionária, dos respetivos autarcas.

Com efeito, os membros das Juntas de Freguesia, na sua maioria, são pessoas humildes, honestas, trabalhadoras e “Filhas da Terra”, por isso, sentem os verdadeiros problemas da sua população, onde se incluem os próprios familiares, em todos os graus de parentesco e, quantas vezes, vivem o drama da impossibilidade de resolver pequenas ou grandes situações, por falta de recursos e, pior do que isto, também, por falta de compreensão e apoio de outros poderes dos quais a Junta, funcional e economicamente, depende, nomeadamente: para certas situações, do Governo Central e seus departamentos.

 

Bibliografia

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Autoajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark

 

«Protejam-se. Vamos vencer o vírus. Cuidem de vós. Cuidem de todos». Cumpram, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado: “Planeta Terra”, de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será o único “CAPITAL” que deixaremos aos vindouros: “O PERDÃO”. 

 

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

https://www.facebook.com/100005661551752/videos/1257179961147377/

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc

https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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