Pode dizer-se que no tempo dos antigos, a obrigação é antes vivida como um dado da experiência ético-religiosa, que cientificamente desenvolvida. Ela fica, em geral, sob o plano da expressão popular, ou da interpretação mítica, e não intervém muito na sistematização racional da moral. Esta ideia, ao contrário, tem um grande lugar nas teorias elaboradas sobre a influência, direta ou não, do cristianismo e, em particular, na Ética Kantiana, donde é a noção-chave.
Estas
duas conceções da moral não se excluem nem anulam. À priori, nada impede que
uma vida conforme o ideal do homem seja, também, para ele, o caminho e o único
caminho da felicidade, e de fato nos mostremos – reencontrando nesta afirmação
espontânea a consciência comum – que isso é bem, assim de forma que um dos dois
aspetos da Ética, não pode ser adequadamente do outro.
Verificaríamos,
comodamente, isso considerando as grandes doutrinas morais. A dos escolásticos,
por exemplo, e nomeadamente a de S. Tomás que se apresenta de ordinariamente
como uma Ética da beatitude, mas ela inclui uma Ética de obrigação. E, por seu
lado, a Ética Kantiana acaba por reintroduzir, como elemento de soberano bem, a
ideia de felicidade.
Vemos
que a definição de Ética, por pouco que ela queira sair das generalidades
vagas, depende, parcialmente, menos da maneira como são abordados e resolvidos
os problemas morais. Isto é dizer que a nossa própria definição não se
justificará, plenamente, se não no desenvolvimento do nosso tratado.
De saída
ela está de qualquer maneira postulada. Admitamos, então, que a Ética é uma
ciência normativa das ações, e para lá da existência humana – normativa no
segundo sentido, não do modo de uma arte de viver feliz, mas contanto que ela
comporte uma regra válida para si, um dever propriamente dito, uma obrigação
absoluta ou categórica (sem pretender, todavia, que esta obrigação seja
elemento essencial da moralidade).
A Ética
é a ciência: do que o homem deve fazer para viver como ele deve viver; para ser
o que ele deve vir a ser; para que ele atinja o seu valor supremo; para que ele
realize, na sua natureza, o que se apresenta como a justificação da sua
existência – O para quê e porquê ele existe. Em duas palavras – a Ética é uma
ciência categoricamente normativa.
Numa
Ética assim entendida, a matéria é mais determinada, mais restrita do que se
procedesse simplesmente de uma descrição dos costumes, ou de uma técnica da
vida feliz, segundo a nossa definição. Com efeito a ação é considerada sob um
aspeto mais subjetivo, ou melhor, pessoal. Como procedendo da vontade livre.
Este
caráter não teria tanta importância, no caso, por exemplo, duma arte de viver
feliz, porque ele não está excluído dum ato posto sem advertência, sem decisão
livre, colhido pelo seu conteúdo material, favorecer a felicidade e colocar
obstáculos. Um sonâmbulo pode mordiscar-se, como pode também, por uma sugestão
oportuna, executar uma ginástica salutar, para a qual a coragem lhe faltou no
estado de velho, ou se desfez de um hábito nocivo à sua saúde.
Uma
Ética da felicidade parece, então, à primeira vista, menos conciliável com a
negação da liberdade, a história nos diz que este acordo verificou-se muitas
vezes. Pela mesma razão uma Ética da felicidade se mostrará, por vezes, pouco suscetível,
sob o respeito da autonomia pessoal.
Ela
crera entregar aos homens um bom ofício, determinando-lhes o lugar nos caminhos
da felicidade, e neles impelirem a força se eles são bastante tolos para, de
modo algum, se comprometerem eles mesmos. Lá, ao contrário, onde colocamos a
obrigação, é preciso pousar, também, a liberdade, sem a qual aquela não tem
sentido.
Por
outras palavras, a Ética, tal como nós a entendemos, não considera os atos
postos pelos homens, no entanto eles procedem deles, lhes pertencem, que eles
são sentidos dum modo qualquer, mas, todavia, que são postos por eles, segundo
o modo de agir, próprio ao homem e que o distingue de todos os outros seres da
nossa experiência, isto é, o mesmo que dizer, com advertência e liberdade, como
vamos ver, no entanto eles são, no pleno sentido da palavra, atos humanos.
A nossa
definição da filosofia moral, para ser completa, requere uma última precisão.
Na maior parte dos homens as prescrições morais revestem, também, um caráter
religioso. Elas são consideradas como intimações da divindade. O seu
conhecimento é, muitas vezes, atribuído a uma revelação divina.
No que
respeita a filósofos, nós admitimos, sem hesitar, que uma tal comunicação é
possível, muito mais, que ela é altamente desejável. No que respeita aos
cristãos, nós sabemos e cremos que ela se realizou.
Portanto,
a Ética Filosófica, precisamente no que respeita à Filosofia, não considera a
realidade moral tal que a revelação nos fá-la conhecer, mas tal que ela se
apresente pela razão, usando a sua luz natural, tal que a razão pode
escrevê-la, interpretá-la, reconhecer, e em justificar as exigências. Isso
cria, algures, um problema do qual nos vamos ocupar, entretanto.
Nós
diremos, então, para ser completos, que a Ética é a ciência categoricamente
normativa dos atos humanos, segundo a luz natural da razão. O caráter racional
da Ética não significa, de modo nenhum, que ela deve proceder de um modo
racional e laico, ignorando, sistematicamente, o fato religioso e nada mais,
que ela seja sem interesse para a formação do espírito cristão.
Pelo
contrário, a Ética como as outras disciplinas filosóficas, é assumida na
síntese da fé, contanto que ela estude estruturas, e exigências essenciais ao
homem que, porque fundamentais, moram na ordem cristã, e funda a possibilidade
de um reencontro e um diálogo com os de fora. A Filosofia entregará tanto mais
serviços à fé que ela seria mais autêntica, racional, mais recíproca, todas as
coisas iguais algures, a filosofia perceberá tanto melhor as exigências profundas
da razão que ela será mais cristã.
«Protejam-se. Vamos vencer o vírus. Cuidem de vós. Cuidem de
todos». Cumpram, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes.
Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado: “Planeta Terra”, de onde
todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a
HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será o único “CAPITAL” que
deixaremos aos vindouros: “O PERDÃO”.
Alimentemos o nosso
espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/RY2HDpAMqEoo https://youtu.be/-EjzaaNM0iw https://youtu.be/PRFkpwcuS90 https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://www.youtube.com/watch?v=RCDk-Bqxfdc https://www.youtube.com/watch?v=ispB4WbcRhg
Venade/Caminha – Portugal, 2022
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
NALAP.ORG
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http://diamantinobartolo.blogspot.com
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