domingo, 11 de fevereiro de 2024

Viver a vida com simplicidade, ajuda à harmonia.

 A simplicidade comportamental implica uma grande complexidade nos relacionamentos, na medida em que pressupõe a recusa de princípios, valores, sentimentos e emoções inverdadeiros. Sabe-se que a autenticidade das nossas palavras, atos e atitudes têm de garantir previsibilidade, confiança e seriedade.

Talvez devido a uma tal dificuldade, é que muitas pessoas se revelam extremamente flexíveis que: tanto afirmam estar do lado de uma pessoa e situação; como, quase em simultâneo, demonstram, exatamente o contrário. Nestas circunstâncias é muito difícil confiar em tais pessoas, e só uma grande amizade pode atenuar a incerteza futura, como igualmente é muito problemático deixarmo-nos apossar por valores e sentimentos que, mais tarde, nos fazem sofrer, apanhar desgostos, eventualmente, para o resto da vida.

Haverá pessoas que pela sua simplicidade, humildade, generosidade, sinceridade, respeito e vergonha, que são verdadeiramente amigas, manifestam sempre, através de “pequenas-grandes” coisas, que são genuinamente confiáveis, em quem podemos acreditar, ter a certeza que nunca nos vão enganar, que não nos vão magoar, defraudar, no limite, desprezar.

São estas pessoas simples, a tocar as fronteiras da ingenuidade, da pureza e da virtude que nos garantem estabilidade relacional, nos entusiasmam, nos incentivam e nos defendem em todas as situações. São elas que nos respeitam, a nós, aos nossos familiares e amigos. São estas pessoas que nunca se aproveitam das nossas fragilidades, desorientação e infortúnios da vida. São estas pessoas que tudo fazem pelo nosso sucesso e felicidade: familiar, profissional e social. São estas pessoas as nossas verdadeiras amigas.

Pessoas humanas simples, descomplexadas nos seus princípios, valores, sentimentos e emoções, profundamente preocupadas com o nosso bem-estar, que se revelam, diariamente, possuidoras de um espírito virtuoso, sempre disponíveis para nos escutar, aconselhar, orientar.

A pessoa simples e de carácter facilmente se torna amiga, porque nela, praticamente, tudo é puro, não há intenções inconfessáveis, porque ela sabe e deseja partilhar as suas ansiedades, desejos, projetos, sucessos e fracassos. Ela quer estar inequivocamente do nosso lado.

São estas pessoas simples, que por vezes se tornam nossas verdadeiras amigas, e que até podem ser ignorantes, na perspetiva das pessoas complexas, difíceis, calculistas e intelectualmente desonestas. Claro que: «Existem pessoas que não sabem ficar sozinhas, que precisam de alguém com quem interagir. Basta um ouvidor: elas mesmas perguntam e respondem, têm revelações sem que o outro explicitamente tome parte – a propósito, essa é a função do amigo.» (NAVARRO, 2002:81).

A sociedade portuguesa e, eventualmente, outras, viveu dias conturbados, num passado ainda recente (2013-2014-2015). As relações interpessoais, familiares, institucionais e sociais nem sempre decorrem com: harmonia, respeito e dignidade. Em vez de se simplificarem as atitudes e os comportamentos, parece que até há uma preocupação, e um grande prazer em se dificultar a vida às pessoas, eventualmente, com objetivos de notoriedade, a qualquer título, e daqui resultar alguma influência, em proveito próprio.

Os comportamentos “sofisticados” “afetados” ou demasiado “liberais”, aqui no sentido da aparente boa convivência com “gregos e troianos”, sabendo-se que se forem autenticamente imparciais, justos e assertivos, não existem condições para uma tal “polivalência relacional”.

De resto, as pessoas envolvidas em certas atividades, conseguem um tal “equilíbrio” que não corresponde à solidariedade, à amizade lealdade, enfim, à sinceridade e honestidade, revelando assim um carácter do qual teremos de nos dissociar, sob pena de perdermos a nossa credibilidade, dignidade e respeito por nós mesmos.

Quando se abordam a simplicidade, humildade e lealdade das pessoas, tal não significa que nos estejamos a referir a um qualquer estatuto, mais ou menos importante e influente. Não estamos a privilegiar a: sabedoria e/ou a ignorância; riqueza e/ou pobreza; letrado e/ou inculto, aqui na perspetiva elitista, porque, antropologicamente, todos temos uma cultura, e nela somos cultos.

É, facilmente demonstrável que existem pessoas simples, modestas, humildes e leais em todos os: estratos da sociedade, classes socioprofissionais, escalões etários, gerações, dimensões político-económicas, ético-morais e religiosas. Por isso não se pode estigmatizar as pessoas, porque são difíceis, complexas e calculistas, por causa de um qualquer estatuto, conhecimento, experiências, na medida em que o contrário também será possível.

O que aqui importa é enfatizar a atitude simples, a palavra, o gesto, o comportamento habitual, que assentam, essencialmente, nos valores característicos da naturalidade, como: a humildade, a modéstia, a sinceridade, a assertividade e também em intervenções que, normalmente, revelam timidez, uma respeitável vergonha na exposição, no exibicionismo, ou seja: pessoas que são, por natureza, recatadas, algo austeras e disciplinadas.

Viver a vida com simplicidade, ajuda à harmonia, à alegria, ao entusiasmo, à generosidade. Simplificar o discurso oral e escrito, a intervenção social, política, profissional, religiosa e empresarial, é um caminho possível para se: melhorar as relações interpessoais; exercerem, eficazmente, os mais nobres e positivos valores, numa cultura universal para a: paz, bem-comum e felicidade dos povos e das nações.

Simplicidade combina com humildade. Daqui pode-se inferir que: «A humildade favorece a força de carácter: o humilde toma as suas decisões consoante o que achar ser justo e assim se mantém. Sem se inquietar com a sua imagem ou a opinião de outrem. (…). Exteriormente é meigo.» (RICARD, 2005:169).

 

Bibliografia

 

NAVARRO, Leila, (2000). Talento para Ser Feliz. 10ª Edição. S. Paulo: Editora Gente. Direitos Cedidos para Edição portuguesa à Editora Pergaminho, Ld.ª., 1ª Edição. Cascais, 2002

RICARD, Matthieu, (2005). Em Defesa da Felicidade. Tradução, Ana Moura. Cascais: Editora Pergaminho, Ldª.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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