domingo, 3 de julho de 2011

Alguns Valores para um Casamento Feliz



O matrimónio, enquanto modo de vida familiar, entendido na sua versão clássica – um homem, uma mulher –, tem vindo a atravessar diversas dificuldades que, numa percentagem significativa, mais de cinquenta por cento, em Portugal, encontra um desfecho, nem sempre pacífico, ao nível da respectiva dissolução.
O fenómeno, se assim se pode considerar, constitui um problema cujos reflexos, na vida das famílias nucleares tradicionais, são bem nítidos e complexos, principalmente, quando existem filhos para criar, educar e preparar para a vida.
 Pretende-se, entretanto e desde já, deixar bem claro que não se deseja defender um falso puritanismo, nem tão pouco uma convivência a dois sob o estigma da violência, da incompreensão, dos egoísmos individuais, enfim, sob a capa do “verniz” de uma aparente normalidade para o exterior e, internamente, no espaço privado e mais íntimo do casal, se cometerem as maiores atrocidades.
O respeito, por si só, já incorpora um fundo de amor, na perspectiva da amizade profunda, independentemente das divergências. Quando um jovem casal heterossexual se sente atraído, ou duas pessoas adultas, em qualquer idade, nutrem algum tipo de sentimento, a aproximação e o contacto vão propiciando oportunidades para um melhor e recíproco conhecimento.
Preparar o casamento para constituir uma família, com amor e respeito recíprocos dos dois membros do casal, pressupõe um percurso prévio, a dois – homem-mulher –, durante o qual vão analisar e desenvolver as capacidades que devem melhorar, até ao limite da perfeição possível.
Iniciar, desenvolver, manter e consolidar uma vida matrimonial, entre um homem e uma mulher que, supostamente e à partida, se amam, constitui, nos tempos modernos, uma tarefa verdadeiramente sábia, para a qual as pessoas parecem, cada vez menos preparadas.
Muitas são as alegadas causas para a dissolução do matrimónio, apresentadas por qualquer um dos cônjuges, cada um com suas razões, comprovadas ou não.
Acredita-se que também os esforços e tentativas de manutenção, e até de consolidação, se verifiquem, em quantidade e qualidade. Igualmente se compreende que determinadas atitudes e comportamentos conduzem a situações problemáticas, cuja solução drástica passa pela separação do casal.
Constata-se, com relativa facilidade, uma grande impreparação de, pelo menos, uma das partes, para: por um lado assumir todas as responsabilidades de uma vida a dois, com tudo o que ela comporta – alegrias/tristezas, riqueza/pobreza, saúde/doença, facilidades/dificuldades – e, por outro lado, não haver a força de vontade suficiente para abdicar de certos hábitos, partilhar a dois o que até então era usufruído por um, sacrificar certos prazeres, gostos e projectos, em favor da harmonia a dois, ou mais, quando há filhos.
O matrimónio, aqui também no conceito de casamento, constituição de família nuclear clássica ou tradicional – um homem, uma mulher, filhos –, revela-se como um percurso de vida a dois, depois a mais elementos, quando o casal procria, o que implica mais maturidade, prudência, sabedoria, sentimentos e valores genuinamente sinceros e solidamente interiorizados.
O matrimónio, fundado em situações meramente casuísticas, de conveniência, materiais e outros motivos supérfluos, é como construir um edifício em cima do lodo, sem alicerces assentes na firmeza do terreno sólido e bem estruturado.
Impõe-se a todas as pessoas que tencionam constituir-se em matrimónio, uma formação prévia, longamente preparada nos comportamentos, capacidades e valores essenciais, que consolidam a coesão do casamento: maturidade, prudência, amor, sabedoria, partilha, respeito, solidariedade, tolerância, confiança, compreensão, trabalho, economia, saúde, educação, religião, companheirismo, possivelmente, entre outros tão relevantes quanto os que se acabam de mencionar, segundo o ponto de vista de cada um.
Pelo menos estes valores deveriam estar bem presentes em cada um dos cônjuges, sem prejuízo de outros que, igualmente, cada casal considere importantes para a sua situação específica, tendo por objectivo final a felicidade da família no seu todo: pais e filhos.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

2 comentários:

Alexis Sá disse...

Antes de tudo, MUITOS PARABÉNS pelo seu aniversário. Desejo-lhe muita saúde para que continue por muitos anos a fazer o que mais gosta, na companhia daqueles que mais ama.

Quanto ao artigo, gostava de lançar "achas para a fogueira" para saber qual é a sua opinião em relação aos casamentos homosexuais, visto que o artigo está inteiramente direccionado para o conceito de família heterosexual. Será que o que escreveu também se aplica aos casamentos homosexuais? E quanto ao tema da adopção dos filhos por parte dos casais homosexuais? Penso que é uma parte do tema que não podemos deixar de falar, pois cada vez vemos mais manifestações de organizações como "Orgulho Gay" que defendem os direitos dos homosexuais. Cada vez há mais governos a aprovarem leis permitindo o casamento gay (Portugal incluído).

Bem Haja

Alexis Sá

Cecília disse...

Bem caro colega tem um desafio em mãos: opinar sobre os casamentos homosexuais... boa reflexão! Sei que não vai ser problema algum para si, parabéns por nos brindar mais com este artigo perto da sua data de aniversário, que tive oportunidade de lhe desejar pessoalmente.