Tenho
plena consciência que todos os dias são próprios para se invocarem princípios,
valores, sentimentos, situações, eventos, comemorações e quaisquer outras
intervenções: públicas ou privadas; nacionais ou internacionais, por isso,
considero que os “chavões” que defendem que todos os dias devem ser atribuídos,
por exemplo, à Mãe, o que: por um lado, na verdade, concordo, com essa atitude;
mas, por outro aldo, também aceito e admito que haja um dia no ano, no qual se
destaque uma celebração que é, em bom rigor, o culminar de todos os restantes
dias do ano, dedicado a uma figura, ou acontecimento, significativos.
O
dia mundial dedicado a todas as Mães, insere-se nesta lógica, que simboliza
todos os sentimentos, preocupações e dedicação que, a esmagadora maioria dos
filhos a ela lhe dedicam, não se duvidando que, salvo dolorosas e
extraordinárias exceções, os filhos amam as suas Mães e se estas são,
ilimitadamente, corajosas, generosas e abnegadas, ao ponto de darem a vida
pelos seus entes mais queridos, também estes têm idênticas virtualidades, de
resto, é assim mesmo que deve ser.
Mais
um ano se passou desde a última celebração do “Dia da Mãe” e, podem afirmar os
mais céticos, que nada mudou: que os maltratos para com os idosos, ou até mais
jovens progenitores, se têm mantido e, eventualmente, aumentado; todavia,
analisar a situação pelo lado positivo, sem ignorar tais realidades, parece ser
a melhor perspectiva.
Interpretar,
com profundo amor, os sentimentos e emoções das nossas Mães, em relação a nós,
seus filhos diletos, é uma atitude que só nos dignifica, independentemente, de
continuarmos a ter o privilégio da companhia física de nossas Mães, ou apenas a
presença espiritual, e a saudade que dela temos, porque ela será sempre, e em
quaisquer circunstâncias, a nossa Mãe, que devemos honrar, glorificar e
orgulharmo-nos dela.
Poder-se-ia
invocar, agora e aqui, um velho aforismo, segundo o qual: «Mãe há só uma; mulheres há muitas», isto para significar que
nenhuma mulher substitui, à partida, a nossa Mãe, tal como nenhum homem,
marido, irmão, namorado, amante, amigo, colega a pode permutar, respeitando-se,
todavia, as situações de autêntico amor de Mães e Pais adotivos, Madrastas e
Padrastos, que, felizmente, ainda há muitos.
É
possível que, entre o ser-se filho e mãe/Pai, exista alguma vacilação quanto a
um provável nível “hierárquico” de sentimentos, ou seja: a minha Mãe foi tudo
na minha vida; mas o meu filho, também é a minha maior alegria, o meu grande
tesouro. Então torna-se difícil posicionar-se entre o amor que sinto pela minha
Mãe e o amor que vivencio pelo meu filho.
Claro
que não existe qualquer dificuldade, porque são amores, fortíssimos, porém,
distintos. A Mãe, por qualquer um destes amores, “in extremis”, seria capaz de
dar a própria vida, para os salvar. O mesmo se pode aplicar em relação ao Pai
que, tal como a Mãe, tem, igualmente, sentimentos autênticos, indestrutíveis e
inquebrantáveis, para todo o sempre.
Mas
neste dia consagrado à Mãe, é dela e com ela que devemos conversar, conviver,
física e/ou espiritualmente. É verdade que todos os dias são adequados e mais
do que isso, dedicados à Mãe, todavia, isso não está em causa. O que aqui se
pretende é recordar, nomeadamente, às pessoas mais distraídas, que esta nobre
função, única no mundo, de ser Mãe, merece, realmente, um dia especial, de
apogeu, de consagração, mas também de meditação sobretudo, quanto de bom ou de
errado, fizemos ao longo do ano, em relação à nossa Mãe.
Numa
sociedade complexa, acelerada, um tanto ou quanto, materialmente egoísta, não é
fácil ser-se Mãe, não enquanto fêmea procriadora, mas outro sim, Mãe na
verdadeira aceção dos seus sentimentos e responsabilidades. Mãe em todas as
dimensões que ao ser humano competem.
Atualmente,
primeiro quarto do século XXI, é impossível ignorar e não valorizar o papel da
mulher, que, nas suas múltiplas funções de: filha, esposa, Mãe, avó,
trabalhadora em vários domínios - numa profissão fora do lar; nas lides de casa
-, colega, dirigente de uma qualquer organização, empresária, investida em
funções sociais, políticas, judiciais, religiosas, académicas, entre muitas
outras, de tudo dando boa conta, com inexcedível competência.
Enaltecer
o papel da “Mulher-Mãe”: constitui um ato de justiça da sociedade no seu todo;
mas também o reconhecimento da sua importância, num mundo extremamente difícil,
repleto de problemas, da mais diferente e imprevisível natureza; conceder às
Mães, a todas as Mães do mundo, as condições éticas, morais e materiais para
que elas possam exercer, plenamente, esta notável e sublime missão, é uma
obrigação de todos os Governos, das empresas, da família.
É
a partir da intervenção sensata, amorosa e benevolente da Mãe, no seio da
família, que se fomenta a educação e formação das mulheres e dos homens do
futuro, naturalmente, em consonância com o Pai, porque ambos são os principais
pilares que, inicialmente, nos protegem das vicissitudes da vida, que nos
orientam para objetivos verdadeiramente humanistas, também materiais e
espirituais.
Mãe,
palavra morfologicamente tão pequenina, contudo, simbolicamente grandiosa. Ela,
a palavra Mãe, comporta, em cada letra, um significado profundo que muito
dificilmente, algum outro animal consegue igualar: “M” de maternidade, uma
dimensão maravilhosa, que a maioria das mulheres espera e deseja realizar; “A”
de amor, sentimento que, tanto quanto se julga saber, não existe em nenhum
outro ser vivo, tão intensa quanto conscientemente, embora se aceite que poderá
haver noutros animais, que serão, eventualmente de proteção das suas crias, ou
algo do género; “E” de energia vital, inata, para enfrentar todos os obstáculos
da vida e vencê-los em benefício dos seus filhos.
Curiosa
é a posição da letra “A” que, tanto na palavra Mãe como na de Pai, ambas,
igualmente com três letras, mas em que o “A” de amor, fica sempre no meio,
porque não devemos ter dúvidas, até prova em contrário, que tanto a Mãe como o
Pai, são fontes de amor genuíno, não interessando agora as infelizes exceções
de algumas mães e muitos pais.
Certamente
que em vista das leis positivas, há deveres e direitos das Mães e Pais para com
os filhos, como, igualmente, destes para com os seus progenitores, mas no que
respeita, aos sentimentos mais profundos de uma Mãe, pelos seus filhos, nenhuma
lei humana estipula quais os limites, a sua natureza, a intensidade e a dádiva
com que eles são vivenciados, porque a Mãe tem a noção de quanto representam, e
o que significam os seus filhos, quase sempre fruto do amor que a levou a
entregar-se ao homem amado, Pai dos seus filhos.
A
Mãe, também na sua dimensão de esposa, tem o direito de ser amada,
incondicionalmente, pelo seu companheiro, Pai dos seus filhos que ela gerou no
mais íntimo do seu corpo: durante longos, por vezes dolorosos, meses; outras
vezes com inefável amor, prazer e alegria, porque se trata de uma nova vida,
inocente, indefesa, porém, amada, desde o momento da conceção. É indiscutível
que: «As mães são o antídoto mais forte
para a propagação do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer que não se
pode dividir”. S mães, em vez disso, “dividem-se” quando hospedam um filho para
dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer.» (Catequese, 2015, in FRANCISCO, 2016:99)
Neste
“Dia da Mãe”, todos nós, mulheres e homens, temos a obrigação de louvar a nossa
Mãe, a nossa esposa e/ou marido, porque é nesta bidimensionalidade e conjugação
física, espiritual e sentimental de atos íntimos que o ser humano, desejável e
conscientemente, produz: o milagre da vida; o rejuvenescimento da humanidade; e
a educação de crianças e jovens para um mundo bem melhor. A Mãe, tal como o
Pai, estão no centro deste milagre da vida. Um beijo à minha Mãe, com saudade
eterna.
Bibliografia.
PAPA FRANCISCO (2016). Todos os Dias com
Francisco. Prefácio, Padre Vitor Melícias. Selecção e Organização, Helder
Guégués. Lisboa: Guerra & Paz, Clube do Livro.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689
Imprensa Escrita Local:
Jornal: “Terra e Mar”
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal:
http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
Sem comentários:
Enviar um comentário