Páscoa Portuguesa que ainda é vivida no meio de
tanta desgraça, de tanta injustiça, de tanto desemprego, embora este tenha
vindo a diminuir, miséria, fome, doença e suicídio, os Portugueses, solidariamente,
continuam a exigir, mesmo que desarmados, à mercê de um adversário, quantas
vezes: por um lado: insensível, desumano; por outro lado, poderoso e violador
de direitos adquiridos, apesar de alguns benefícios, estarem a ser repostos,
recentemente.
Por isso, acreditam, até agora, numa “ressurreição”
da sua dignidade, pelo menos enquanto pessoas humanas, de deveres e direitos, e
acreditam que, mais tarde ou mais cedo, o seu próprio “Domingo de Aleluia”
há-de chegar, que os responsáveis por esta morte lenta, terão de prestar
contas, e vão ser sancionados, cívica e democraticamente, dando, ainda e
generosamente, mais uma oportunidade de arrependimento de quem está envolvido e
tem culpas naquela que foi uma calamidade nacional. Esse dia, o da Redenção,
chegará se Deus e as pessoas assim o conseguirem e, certamente, a vitória dos
oprimidos será o resultado final.
Parece inadmissível que filhos de um mesmo povo se
coloquem contra os seus progenitores, contra os seus concidadãos, que por eles
tudo deram, para os elevar aos estatutos que hoje possuem. Como foi possível
que se decretassem tão injustas e desumanas medidas contra avós, pais, irmãos,
parentes, amigos e cidadãos em geral, por obstinação, por teimosia, por avidez
de demonstração de um poder que, generosamente, foi entregue, confiando em
promessas que pareciam sinceras, agora se confrontem com a deslealdade?
Páscoa, tempo de Ressurreição, de alegria, de
libertação de uma morte lenta que, durante alguns anos, conduziu ao túmulo da
brutal austeridade. Tempo para uma nova esperança, para se acreditar nas
potencialidades de cada pessoa humana, digna, verdadeiramente humilde, honesta
e trabalhadora.
Confie-se, portanto, nas capacidades morais,
éticas, intelectuais e físicas de cada Português, de cada família, das empresas
e das instituições de solidariedade social. Acredite-se que o dia da libertação
poderá estar próximo, que será possível a reconciliação, porque é isso o que
mais importa.
O mundo e a vida vão continuar, sem dúvida. Apesar
do muito mal que alguns têm vindo a fazer a um povo obediente, democrático,
respeitador da legalidade, pacífico, esse mesmo povo, saberá perdoar
generosamente, sem, contudo, abdicar das sanções que democraticamente devem ser
aplicadas a quem, intencional e persistentemente, prevaricou contra esse mesmo
povo humilde, não com qualquer intenção vingativa, nem sob nenhum sentimento de
ódio, apenas como exemplo para situações futuras a evitar.
É fundamental continuar a resistir, até ao último
“cêntimo”, até ao último sopro de vida, porque é decisivo acreditar em melhores
dias, em muitas e alegres Páscoas que, seguramente, vão continuar a existir,
porque é um direito de toda a pessoa humana, ser feliz, digna, respeitada e ter
uma vida confortável, protegida por um Estado Social verdadeiramente justo e
humano, também moderno e sustentado nos princípios e valores da democracia, do
direito e da religião.
A Páscoa alegre e feliz avizinha-se, certamente
apoiada por milhares de jovens que transportam nos seus corações a bondade, a
determinação de proporcionar às gerações mais idosas o conforto, a
tranquilidade, a segurança a que legal e legitimamente têm direito, porque a
classe etária sénior já não tem força, poder e meios para lutar contra tantas
arbitrariedades, injustiças: para a maioria; exceções para algumas minorias. O
capital humano mais valioso será utilizado, brevemente, ao “terceiro dia”.
Por isso, as gerações que se aproximam do fim das
suas vidas, apostam na educação/formação, no emprego, na preparação
cívico-democrática dos seus filhos e netos, porque: é nestes que se acredita; é
nestes que reside uma nova Páscoa, alegre, feliz, igual para todos, onde muitos
dos princípios, valores e sentimentos, serão também ressuscitados, em novos e
mais justos conceitos. Espera-se uma Páscoa Redentora, a curto prazo, porque
para isso as gerações mais antigas têm vindo a investir tudo o que possuem e os
frutos vão surgir, com intenso esplendor.
A esta
promissora geração pede-se sensibilidade, carinho, respeito e medidas que
protejam, justamente, os velhos avós, os já bem maduros pais e todas aquelas
gerações que contribuíram para uma sociedade melhor. A esta nobel geração
pede-se que aproveite a sabedoria, a prudência, a humildade e a gratidão dos
seus progenitores, dos seus antepassados, até à enésima geração.
É na reconciliação de gerações, na
solidariedade entre elas, enfim, no respeito e no amor que são devidos àqueles
que, à sua maneira e com os recursos que possuíam, conduziram as novas gerações
a um novo poder democrático, justo e solidário. Ressuscite-se, rapidamente, a
dignidade da pessoa humana. Viva-se uma nova Páscoa da Libertação Redentora.
Páscoa
que se pretende para todas as pessoas, como um dia, pelo menos um dia no ano,
de reflexão, de recuperação de valores humanistas universais, um dia para
festejar e recomeçar com novas: Precaução, Moderação, Robustez, Justiça, Fé, Confiança, Caridade,
Comiseração e Generosidade. Uma nova Esperança Redentora, entre a família, os
verdadeiros e incondicionais amigos. A todas as pessoas: Páscoa Muito Alegre e
Feliz.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo de Letras e Artes de Portugal
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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