Inclui-se aqui, como um dos baluartes da escola, a
todos os níveis de ensino, o processo de formação, de desempenho e de avaliação
dos professores/formadores, os quais devem ter condições para atingirem a
excelência, consideradas as suas idades, tempo de serviço e habilitações
técnicas, científicas e pedagógicas.
Se é verdade que a necessidade de professores/formadores
se justifica pela existência de alunos/formandos, igualmente é certo que
ter-se-ão tantos mais, e melhores alunos/formandos, quanto os professores/formadores
estiverem, eles próprios, suficientemente preparados, motivados e reconhecidos,
tornando-se indiscutível a sua manutenção em todos os domínios da educação e
formação do cidadão moderno.
Naturalmente que a avaliação dos professores/formadores
se considera, no contexto da sociedade em que eles desenvolvem a docência/formação,
e as suas práticas e formação profissional, como as implementa e testa, e não
na obrigação de prestação de provas dos seus conhecimentos científicos, porque
estes já foram sujeitos à avaliação pelos próprios estabelecimentos de ensino,
onde eles fizeram a sua formação académica, pedagógica e científica, a nível
superior, preparados para iniciarem a sua atividade.
Por mais sofisticados que os recursos técnicos e
tecnológicos se apresentem, a substituição do professor/formador por máquinas
de ensinar não se presume como sendo o melhor processo pedagógico, para um
ensino e formação de qualidade, nesta participando princípios, valores, afetos
e sentimentos.
A reconhecida indispensabilidade do professor/formador,
pessoa-humana e presencial, face aos seus alunos e formandos, é uma situação
que se deve não só destacar como enaltecer, preservar e apoiar, porque: «Ensinar e preparar para ensinar, são valores
orientados. Os professores/formadores, como todos os profissionais, aprenderam
que todo mundo necessita e busca significado e valores em suas vidas.»
(MARSHALL, 1977:12).
Sem se pretender empolar a importância do professor/formador,
no sistema educativo, a verdade é que a sua intervenção na formação do cidadão
é crucial e, em muitos casos, indelevelmente marcante para os alunos e
formandos, com extensão aos próprios encarregados de educação, os quais vêm no professor/formador
como que um complemento insubstituível da família. Além disso, pela sua
preparação, desempenho e dedicação, contribuem, decisivamente, para se
atingirem, melhor ou pior, é certo, os objetivos da escola e de todo um
sistema.
Defende-se a avaliação contínua dos professores/formadores,
mas prefere-se a melhor preparação académica, a maior experiência e a máxima maturidade.
Nesse sentido, considera-se fundamental uma certa flexibilidade para que: por
um lado, os professores/formadores tenham acesso ao maior número possível de
ações pedagógicas de atualização, facilidades para a investigação no sentido de
obtenção de graus académicos e da divulgação de resultados; por outro lado,
maior abertura para o professor/formador trabalhar para além da idade legal da
reforma, caso se encontre em condições físicas e intelectuais adequadas, e se
essa for a sua vontade.
A formação ao longo da vida que se vem
institucionalizando, e exigindo para certas profissões, deve ser uma
característica do professor/formador. Com efeito, a preparação teórica do
candidato a professor/formador é extremamente importante, torna-se altamente
benéfica, quando aplicada à prática, ao longo dos anos de docência e formação,
sempre modernizada e atualizada.
Simultaneamente, com a formação do professor/formador,
numa determinada área disciplinar do conhecimento, forma-se, também, o cidadão
que, cumulativamente, exerce com as funções de professor/formador. A apologia
vai no sentido da aplicação dos conhecimentos teóricos à realidade, com maioria
de razão para o futuro professor/formador porque: «a realidade do sistema educacional no contexto problemático actual
merece mais questionamentos e pesquisas que observem, descrevam, analisem e
proponham alternativas, acenando num horizonte em que o ideal e o real possam
se encontrar.» (OLIVEIRA, 1994:231).
Bibliografia
MARSHALL, John P., (1977). O Professor/formador/formador e sua
Filosofia, Tradução, Paulo Queiroz Marques, São Paulo: Summus.
OLIVEIRA, Ana Cristina
Baptistella, (1994). Qual a sua Formação Professor/formador/formador?
Campinas-SP: Papirus, (Colecção Magistério:Formação e Trabalho Pedagógico).
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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