Regras, princípios, valores, sentimentos e comportamentos,
são alguns dos ingredientes para se tentar ultrapassar metas, conseguir
objetivos e traçar novos projetos. Àqueles se adicionam determinadas faculdades
pessoais como: criatividade, capacidades físicas, cognitivas, confiança,
determinação, fé e, por que não, alguma sorte. O sucesso na vida está sempre
ligado a tais ingredientes e faculdades, sem o que, não parece possível que
seja alcançado.
Desde já se considera importante uma atitude
interior e também exterior de confiança, na medida em que: «Confiar implica abrir mão das nossas defesas e controlos, colocar os
nossos recursos à disposição do outro e acreditar que ele não se utilizará
disso para levar vantagem sobre nós, nem nos prejudicar. Significa acreditar
nos discursos e promessas que nos fazem e isso é tudo o que não queremos (…). A
desconfiança isola as pessoas, impede que experimentem e arrisquem, restringe a
sua expansão (…). No âmbito individual, a confiança predispõe a sonhar com
objetivos mais elevados, ousar, enfrentar desafios, assumir riscos,
desenvolver-se, expandir-se.» (NAVARRO e GASALLA, 2007:15).
O êxito, qualquer que seja a dimensão humana, é um
bem que se adquire através da tomada de consciência de cada pessoa em
particular, no sentido de ela própria se saber autoavaliar. Para o efeito: «Devemos entender a consciência como um
processo de conhecimento, opção e ação que implica melhoramento e aprendizagem
contínuos (…). Hoje exige-se de todos nós uma maior consciência do que somos e
do que acreditamos.» (NAVARRO, 2000:114).
A responsabilidade da consciência bem-formada é,
portanto, fundamental para o sucesso da existência humana em geral, e de cada
pessoa em particular. Por exemplo: uma consciência cívica nacional,
relativamente ao exercício de deveres e direitos, no desempenho de cargos
públicos ou privados, estes, porém, ao serviço das comunidades e das pessoas, é
condição para um desenvolvimento sustentável que conduz à felicidade, na
perspectiva, e no conceito, de uma melhor qualidade de vida para a sociedade.
Neste “caldo”
de ingredientes para o sucesso, também se deverá incluir a dimensão ética do
ser humano, desde logo para um comportamento verdadeiramente digno da condição
da pessoa humana. Com efeito, torna-se necessário refletir e agir em
conformidade, nomeadamente: «Sei quem sou
…, respeito-me. Essa consciência de mim mesmo resulta, inevitavelmente, numa
maior consciência do outro e num comportamento definido pela ética.
Se
quero ser ouvido, consultado, aceite, reconhecido, preciso, antes de mais devo
ouvir, consultar, aceitar e reconhecer o outro. Essa é a base do diálogo e das
parcerias bem-sucedidas. Se estou efetivamente determinado a conseguir melhor
qualidade de vida para mim e para aqueles que amo, certamente terei um
comportamento ético, de respeito pelo mundo em que vivemos e pelos seus
habitantes. Nesse sentido a ética associa-se à cidadania.»
(ibid.:115).
Convém
não ignorar que o êxito é tanto mais reconhecido e aceite, quanto mais humilde
e grato for quem o alcança. Humildade e Gratidão andam sempre de “braço-dado”,
são duas virtudes, das maiores, que só dignificam quem as possui e, sem
complexos nem vergonhas, as exterioriza e aplica na sociedade.
É
pela humildade que melhor se compreendem certas situações. Esta magnífica
virtude, também conduz à solidariedade, à amizade e à lealdade, e que, em
“cúmulo axiológico” fortalecem as atitudes de gratidão, e proporcionam
ensinamentos de vida, que não se aprendem em nenhuma escola.
Na verdade, e a partir daqueles valores, constata-se
que: «Por trás das nossas perdas estão
ganhos e lições de valor incalculável, que as nossas deceções e frustrações
propiciam crescimento, que as pessoas que mais nos prejudicam são os nossos
melhores mestres e que diante de cada situação devemos sempre perguntar: o que
tenho de aprender com isto?» (Ibid.:116).
Muitas são as virtudes, os valores e até os
sentimentos que podem contribuir para o sucesso, porque o ser humano
constrói-se ao longo da vida das pessoas, dos povos e das nações. O sucesso é
transversal a toda a sociedade, e quanto maior ele for, em todas as dimensões
da pessoa humana, tanto melhor se viverá num mundo tão complexo, quanto
difícil. O sucesso mundial passa pelos êxitos individuais e, neste sentido,
cada pessoa terá de saber exercer, com rigor, com honestidade e com
determinação as respetivas funções, desde logo, no quadro do relacionamento
interpessoal.
Na relação pessoal entre pessoas, que se respeitam,
se consideram e se estimam, é necessária uma atitude de cada uma delas saber
colocar-se no lugar da outra, para assim melhor compreendê-la e ajudá-la. Com
efeito: «Desde o princípio dos tempos,
todos os grandes mestres da humanidade pregaram o amor e a compreensão nas
nossas relações e nas nossas comunidades. Não desperdiçaram o seu tempo a
instruir-nos sobre o modo de acumularmos um excesso de bens materiais; não nos
ensinaram a sermos maldosos, egoístas, rudes e arrogantes.» (BRIAN,
2000:139).
As manifestações e boas práticas de sentimentos nobres,
como o amor, a compaixão, a caridade, entre outros, só dignifica quem os possui
e, indiscutivelmente, ajuda quem deles precisa, o que vai contribuir para o
sucesso das partes assim envolvidas, porque quando se fala em êxito, em ganhar,
em vencer, pode-se considerar que neste resultado final, também entram
elementos de natureza imaterial, como os princípios, os valores, os sentimentos
e as relações interpessoais, que à voltam deles giram.
Na caminhada para o sucesso, que toda a pessoa
deseja fazer e atingir bons resultados, um requisito é fundamental: ser-se honestamente
competente. É necessário que tudo o que tiver de ser perfeito, para se alcançar
o sucesso, deve pressupor exigência, rigor, afinal, competência: seja na
execução de funções práticas, concretas, mensuráveis; seja na aplicação
assertiva, íntegra e firme de valores e sentimentos, considerando que estes se
enquadram em contexto abstrato, próprios de cada pessoa, ou seja: os valores e
os sentimentos não são mensuráveis, nem iguais em duas pessoas, mas são
determinantes para o êxito.
Como nota final, talvez meditar um pouco sobre a
influência de determinadas atitudes no alcance, ou não, do sucesso: «O Dinheiro, faz homens ricos; o
Conhecimento, homens sábios; e a Humildade, faz grandes homens. Existem pessoas
que não tem absolutamente nada, mas porque ocupam um determinado cargo em
alguma grande, média ou pequena empresa, acham-se no direito de se sentirem
superiores aos demais.
Em bom rigor
são pequenos e só conseguem sentir-se grandes, humilhando, pisando,
ridicularizando o seu semelhante, isso está sendo plantado em muitas empresas e
o que colhem são pessoas amargas, doentes e determinadas a vencer a qualquer
preço. Na verdade, se tornam pessoas infelizes e incapazes de realizações
simples. "Não é riqueza ou o dinheiro que nos trazem felicidade, e sim a
interpretação da vida.» (Autor Desconhecido, 2012).
Bibliografia.
BAKER, Mark W., (2005). Jesus o Maior Psicólogo que já Existiu. Tradução,
Cláudia Gerpe Duarte. Rio de Janeiro: Sextante.
BRIAN L. Weiss, M.D. (2000). A Divina Sabedoria dos Mestres. Um
Guia para a Felicidade, alegria e Paz Interior. Tradução, António Reca de
Sousa. Cascais: Pergaminho.
NAVARRO,
Leila e GASALLA, José Maria, (2007). Confiança. A Chave para o Sucesso Pessoal
e Empresarial. Adaptação do Texto por Marisa Antunes. s.l., Tipografia
Lousanense
NAVARRO, Leila, (2000). Talento para Ser Feliz. 10ª Edição. S. Paulo:
Editora Gente. Direitos Cedidos para Edição portuguesa à Editora Pergaminho,
Ldª., 1ª Edição. Cascais, 2002
Venade/Caminha –
Portugal, 2020
Com o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
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