A Hermenêutica aparece, historicamente, ligada à exegese dos textos e à compreensão dos mesmos. Surgiu o problema porque sempre existiu a possibilidade de mal entendimento (interpretação). A compreensão tornou-se um processo de análise e explicitação do texto. Nascida como exegese, a Hermenêutica apresenta-se, hoje, como exigência de interpretação universal.
A compreensão, além de
ser uma apropriação do sentido de um texto é, também, compreensão realizada por
alguém, inserido no seu próprio contexto histórico e cultural, que lê e
interpreta com os seus pré-conceitos. É neste aspeto que a atividade de
interpretar envolve algo de ontológico.
A compreensão envolve,
constantemente, a linguagem, a confrontação com um outro horizonte humano, um
ato de penetração histórica, por isso, a Hermenêutica abarca uma teoria da
compreensão linguística e histórica, tal como funciona na interpretação do
texto. Compreender é uma operação essencialmente referencial; compreende-se
algo quando se compara com algo que já se conhece.
Toda a tentativa de
compreender implica, necessariamente, a dialética pergunta/resposta, e entender
significa ajustar constantemente a pergunta, isto é, pôr em jogo os
pressupostos próprios, para melhor formular a pergunta; provoca este jogo
dialético entre leitor e texto, que faz parte da experiência mais originária do
homem, cujo modo de ser é compreender.
Como
interpretação primeira da realidade e do homem, a linguagem ultrapassa uma mera
razão histórica (fundista de horizontes), e torna-se numa razão hermenêutica
(razão crítica), auscultadora da verdade da linguagem, como apalavramento da
realidade. Perante a tendência esteticista de GADAMER, segundo a qual há que
trazer tudo à linguagem, para proceder à sua revelação, há que opor uma
tendência complementar, segundo a qual há que desenvolver criticamente a linguagem
ao todo da realidade.
O
homem vive numa permanente dependência duma interpretação do passado, e assim
se ousa designar o homem de “animal
hermenêutico”, que se compreende a si mesmo, em termos de interpretação de
uma herança que está constantemente presente, ativante em todas as suas ações e
decisões.
Interpreta e está sempre interpretado em relação ao mundo que constrói e em que vive, por isso, a sua existência como interpretante imerge no pré-conceito (experiência), porque o homem esteve, está e estará sempre carregado desta experiência tradicional, que pavimenta e sustenta a sua possibilidade de compreender.
Por favor aceite: https://www.facebook.com/100005661551752/videos/1257179961147377/
Venade/Caminha – Portugal, 2020
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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