«Pedro da Fonseca - (Cortiçada, 1528 — Lisboa, 4 de Novembro de 1599) nascido em Proença-a-Nova, foi um filósofo e teólogo jesuíta português, era conhecido na sua época como o "Aristóteles Português". Era um mestre em grego e árabe cuja erudição lhe facultava do fulgor uma linha de ideias próprias em relação a temas desenvolvidos por Tomás de Aquino e Aristóteles. As suas obras principais foram nas áreas da lógica e da metafísica. Instituições dialéticas (1564) e Comentários à metafísica de Aristóteles (1589)» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_da_Fonseca_(fil%C3%B3sofo
No quadro estrutural do
Renascimento vai destacar-se, com renovado fulgor, não só a tradição cristã
como também o ensino da escolástica, na maior parte das Universidades, nos Centros
de Estudos Superiores de Ordens Religiosas.
A escolástica conhece uma
nova etapa de florescimento, porque ela é renovada em moldes modernos, numa
nova forma de linguagem e de estilo, inspirada pelos humanistas, uma nova
sensibilidade para o substancial dos problemas.
O despertar do sentido
histórico, coadjuvado por uma exegese mais profunda, leva os filósofos a
procurar o sentido mais genuíno do aristotelismo e dos problemas
filosófico-sociais. Esta escolástica, do século XVI, condensou o património positivo
da escolástica medieval, e o ter transmitido à filosofia moderna.
Procurou-se o permanente
no pensamento ocidental, que se encontra na filosofia platónico-aristotélica, e
no património doutrinal cristão. A Filosofia e a Teologia são renovadas, no
sentido de aprofundar mais o aspeto antropológico do homem, dar resposta
objetiva às interiorizações do mesmo homem.
D. João III continua a
tarefa de D. Manuel, envia estudantes ao estrangeiro e chama os Gouveias para
ensinarem no Colégio das Artes, no qual vai ocupar lugar de destaque Pedro da
Fonseca, que tendo entrado para a companhia de Jesus, foi encarregado de
elaborar uma síntese das obras aristotélicas e seus comentadores, devendo
lê-las e comentá-las. Igualmente foi ordenado pelo vigário geral da Companhia
de Jesus, que esta deveria elaborar um livro do Curso de Filosofia.
Pedro Fonseca deixou uma obra importante,
intitulada: “As Instituições Dialéticas” que versava várias disciplinas entre
elas a “Lógica”, em moldes pragmáticos, dialéticos e utilitários para o Direito
e a Moral, uma lógica típica das ciências dos lugares dialéticos, os quais
consistem em duas operações fundamentais para a argumentação: o “Inventio” que
fornece os materiais da argumentação, conjunto de fórmulas; e o “Indicium” que
ordena aqueles materiais num discurso que convença.
As questões são apresentadas sob uma forma
alternativa, numa atitude não dogmática, e a verdade é investigada até se
chegar a uma conclusão. O seu método de ensino vai dos conhecimentos gerais
para os particulares, ou vice-versa: método da divisão e método de coleção. O
momento fundamental do seu método será o da inferência, é um método flexível.
O pensamento de Pedro da Fonseca carateriza-se pelo
aprofundamento do aristotelismo e, sobretudo, por um certo ecletismo. Para
conciliar a liberdade humana com a liberdade divina propõe a “Ciência Média”,
cuja teoria está ligada à interpretação psicologista do ato livre.
O concurso divino é simultâneo e de “per si”. Esta
ciência de futuros contingentes condicionados, refere-se aos futuríveis que
“não são, “não foram” e “nunca serão se
não forem”. Esta “ciência média”, não é natural nem livre, é um
conhecimento intermédio do que seria em determinadas circunstâncias.
Bibliografia
ARRIAGA,
José de, (1980). “A Filosofia Portuguesa 1720-
PRAÇA,
J. J. Lopes, (1988). História da Filosofia Em Portugal. 3ª Edição. Lisboa:
Guimarães Editores.
Venade/Caminha – Portugal, 2020
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
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