A humanidade está predestinada à inevitabilidade da comunicação. Quem se esconder na penumbra da indiferença, na aparente tranquilidade do silêncio sistemático e inconfessável, ou no egoísmo dos interesses ilegítimos, terá, provavelmente, imensas dificuldades em cooperar com os seus semelhantes, com as instituições, com um mundo cada vez mais exigente, e com a própria natureza.
Gerir, equilibradamente, com lealdade, a comunicação
interpessoal é, cada vez mais, uma ciência superior, (também uma arte), nem
necessariamente uma ciência exata, nem absolutamente uma ciência social e
humana, porque numa ou noutra, sempre terá lugar alguma objetividade e,
simultaneamente, haverá espaço para uma certa margem de subjetividade, sem que
isso afete a veracidade da comunicação, a sua autenticidade e eficácia.
Gerir a comunicação, competentemente, é uma tarefa
de todos, nas suas relações interpessoais e intergrupais e, mais exigentemente,
naqueles que exercem atividades de alguma ascendência sobre todos os outros,
sejam subordinados e/ou dependentes, aqueles que têm a obrigação de comunicar
correta e educadamente. De uma gestão competente da comunicação, podem resultar
situações favoráveis para as pessoas abrangidas pelo ato comunicacional,
desenvolvido no seio de uma organização, qualquer que seja a sua natureza:
política, religiosa, social, empresarial, pública ou privada, nacional ou
internacional.
Gerir a comunicação é uma condição para o sucesso individual
e coletivo, na perspetiva da obtenção de resultados que, na circunstância,
equivale, também, a resolver problemas que afetam as pessoas, individualmente
consideradas, e as próprias comunidades, onde elas se inserem
O paradigma comunicacional pressupõe competência,
porque se trata de um processo permanentemente vivenciado pelas pessoas, na
medida em que estas ocupam parte significativa do seu tempo a comunicar, seja
qual for o tipo de linguagem utilizado: verbal e/ou não-verbal, o que contribui
para a ocorrência de situações problemáticas, ou solucionadoras de questões
diversas, quantas vezes resultantes da comunicação incompetente, porque
ambígua, porque agressiva, manipuladora ou passiva.
A comunicação é, apenas, uma das muitas dimensões
humanas, logo, a sua eficácia, seguramente, vai depender da competência com que
são exercidas as múltiplas dimensões da pessoa, todavia, mesmo na dimensão
espiritual, portanto, inefável, imaterial e subjetiva, é possível ser-se
competente, se forem atingidos resultados que proporcionem bem-estar individual
e coletivo, independentemente de serem ou não quantificáveis.
O princípio da comunicação esclarecedora, formativa,
pedagógica e inclusiva, dos pontos de vistas consensuais, dos diversos
interlocutores, constitui um bom método para a resolução de conflitos, para
solucionar problemas que, inicialmente, se apresentavam insolúveis, bem como
para obtenção de resultados que favorecem a compreensão e o respeito entre os
cidadãos, os quais têm que ser competentes, no relacionamento interpessoal,
através da comunicação verbal e não-verbal, para que o resultado final “ganha/ganha” seja alcançado.
Também a frontalidade de um diálogo leal, sem
rodeios, confiando na capacidade de compreensão, tolerância e interesses
comuns. Cada vez restam menos dúvidas de que só com a Lealdade nas relações
pessoais se consegue o entendimento para alcançar os melhores resultados. Não
tenhamos medo de ser leais para com quem se relaciona connosco de boa-fé.
Investir na comunicação torna-se um imperativo
estratégico, que revela bom-senso, objetivos altruístas e prevenção no que
respeita a garantir um futuro mais tranquilo para a humanidade, de melhor
qualidade e níveis de vida, mais próximos da verdadeira dignidade humana, esta
considerada como o expoente máximo de toda a criação.
A pessoa, genuinamente humana, não pode viver mais
num ambiente de crescente selvajaria, no sentido do “vale tudo”, do “quero, posso
e mando”, dos nacionalismos exacerbados, dos fundamentalismos violadores
dos direitos e deveres dos cidadãos, das aberrações discriminatórias pela
negativa.
A comunicação, como ciência, obviamente, representa
uma parcela da realidade que estuda, isto é, a dimensão comunicacional da
pessoa, esta, por sua vez, insere-se noutras realidades, que são explicadas
cientificamente, ou não, sempre através da comunicação verbal e/ou não-verbal.
Confirma-se, com preocupante notoriedade, a
crescente necessidade de formação, essencialmente no domínio da comunicação
humana, para todos os grupos: sociais, profissionais, culturais, políticos,
económicos e quaisquer outros, partindo da realidade existente. Neste como
noutros domínios, é imperativo consolidar-se um sistema de “Formação ao Longo
da Vida”.
A evidência do desentendimento é uma situação que se
coloca à sociedade, sem quaisquer dúvidas. As razões invocadas pelas partes
desavindas são imensas, tornar-se-ia exaustivo enumerá-las, até porque tal
elencagem ficaria inacabada. Importa, aqui, destacar apenas uma, que se prende
com a ineficácia da comunicação.
A arte de comunicar envolve o conhecimento de
fatores que, em determinadas circunstâncias, constituem barreiras à
comunicação, entre outros: fatores pessoais, sociais, fisiológicos,
psicológicos, personalidade; linguagem. Fatores que o agente da comunicação
sabe utilizar e/ou evitar.
Este saber construir a comunicação, numa perspetiva
estética, à escala do belo, certamente que é próprio do artista, por isso se
pode aceitar a comunicação como arte, eventualmente, uma arte muito difícil de
aprender (se é que a arte se aprende!), porque envolve interações entre
pessoas, frequentemente, face-a-face, sujeitas a influências, pressões,
valores, interesses e muitas outras variáveis, imprevisíveis e não
controláveis.
Pela comunicação se constituem contactos, se negoceiam
condições, se encontram soluções, novos conhecimentos foram adquiridos, outras
relações se estabeleceram. A comunicação sempre esteve presente nas relações
que, ao longo dos projetos e da vida, foram necessárias e desenvolvidas,
implícita ou explicitamente, com objetivos pré-estabelecidos ou alterados e
fixados no decurso da comunicação. Sempre, e uma vez mais, a comunicação a
conduzir os destinos da humanidade em geral, e do indivíduo em particular.
Um dos segredos para o sucesso comunicacional, poderá
residir na aplicação de uma ética do diálogo, aqui considerada como uma
deontologia, isto é, um conjunto de deveres que os interlocutores devem
assumir, como se se tratasse de uma situação profissional. O diálogo
profissional, entendido como um conjunto de capacidades e competências, no
respeito por deveres recíprocos, na perspetiva assertiva.
Uma das possíveis chaves para o sucesso pode, então,
passar por uma atividade comunicacional do tipo relações públicas, com ética,
com assertividade, com total comunhão de princípios, regras, valores, deveres e
direitos, ou, na impossibilidade de tal convergência, no respeito pelas
diferenças. Exige-se que a comunicação seja de nível profissional, com técnicas
adequadas e verdadeiras, como se impõe em qualquer atividade, entre pessoas
civilizadas.
Sejam quais forem as circunstâncias, as estratégias,
os recursos e os objetivos, a comunicação deve revestir as caraterísticas de:
clareza, objetividade, assertividade, escuta ativa, sem preconceitos; sem
formulação de juízos de valor; deve utilizar uma linguagem correta, do ponto de
vista das regras e simplicidade, para uma boa compreensão, indiscutivelmente,
deve conter o valor da lealdade.
A formação no domínio da comunicação verbal e
não-verbal, deve ser considerada uma prioridade mundial, um investimento
altamente rentável, a médio prazo, para o êxito de todas as atividades humanas,
inclusive para a obtenção do sucesso de cada um em particular, mas também de
quase todos, e da paz universal, no sentido em que aqui lhe é dado.
O relacionamento humano, verdadeiramente vivido,
assente em princípios, valores, sentimentos e emoções, é tanto mais profícuo,
quanto melhor se desenvolver o contacto com quem se deseja conviver,
precisamente, a partir de atitudes de respeito, amabilidade, generosidade e
atenção máxima, prestada à pessoa que pretendemos para o nosso convívio, de
acordo com o contexto em que a relação se desenvolve, sendo certo que a escuta
ativa, interessada e reciprocamente partilhada, será sempre um bom começo de
conversa e relacionamento duradouro.
É verdade que a consideração e a estima por alguém,
com quem se ambiciona iniciar, desenvolver e consolidar uma relação leal, ou
manter uma já existente, revelam respeito e também carinho, o que facilita o
aprofundamento de uma saudável cumplicidade que, balizada naqueles e noutros
valores, manter-se-á, praticamente, indestrutível.
Saber escutar é, portanto, um exercício difícil,
talvez uma das virtudes mais complexas de se compreender e aplicar na vida
prática, mas o certo é que, normalmente, um bom relacionamento, entre duas ou
mais pessoas, tem sempre subjacente um comportamento de escuta humilde,
interessada, carinhosa e estimulante para quem tem a necessidade de ser
escutado. Consiste na predisposição de ajudar, porque só escutando, com
magnanimidade e compreensão, é que se pode interiorizar e entender o que nos
está a ser relatado.
Aceita-se, sem quaisquer complexos, que se confia
muito mais rápida, e duradouramente, numa pessoa que revela por nós
consideração e estima, que escuta atentamente as nossas conversas, do que uma
outra pessoa, extremamente prolixa que, como se costuma dizer: “fala pelos cotovelos”, que fala por ela
e pelos outros, porém, quase sempre, utilizando o autoelogios, a incessante e
enfadonha busca da notoriedade,
protagonismo, porque o seu ego, a sua vaidade, não têm limites.
«Proteja-se. Vamos vencer o vírus.
Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das
autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado
“Planeta Terra” de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos
vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será «o
único capital que deixaremos aos vindouros» Alimentemos o nosso espírito com a
ORAÇÃO e a bela música. https://youtu.be/_73aKzuBlDc
Venade/Caminha –
Portugal, 2021
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
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