O valor educação/formação é indissociável daquela
qualidade de vida que todo o cidadão tem o direito de aceder, e todo o
responsável político tem o dever indeclinável de promover globalmente, sem
discriminações, sem elitismos, sem influências, obviamente, a partir da
educação, porque: «A qualidade de vida
está directamente relacionada às condições em que essa vida se desenvolve:
medicina, psicologia, teologia, filosofia, engenharia, agricultura indústrias,
desenvolvem actualmente um esforço ingente para atender ao clamor geral por
melhores condições de vida.» (FINKLER, 1994:8, in: PASCOAL, 2004:38).
Nenhum povo, nenhum país, nenhuma cultura, nenhuma
civilização poderão desenvolver-se e enobrecer-se, respetivamente, sem este
outro notável paradigma, tantas vezes e por tantos responsáveis esquecido ou,
no mínimo, desvalorizado ao longo dos tempos: Educação/Formação para a
convivencialidade societária, no respeito, na tolerância, na solidariedade e
cooperação entre pessoas, povos e nações, porque: «Educação é formação de todos, em todas as oportunidades e espaços do
quotidiano, ao longo da vida. (…) a educação torna-se efectivamente permanente:
educação para uma vida cultural e socialmente multi-ativa em qualquer fase do percurso
da vida dos indivíduos.» (PINTO, 2004:151).
Podem-se construir, implementar e estabilizar: os
paradigmas da objetividade, da quantificação, da reversibilidade, da
previsibilidade, da universalização das leis científicas, enfim, com todas as
características das denominadas Ciências Exatas, porém, o Mundo não terá paz
enquanto os paradigmas das Ciências Humanas e Sociais, da Religião, da
Filosofia, e das transcendências (sem dogmas, nem fundamentalismos) não forem
assertiva e publicamente reconhecidos e integrantes da humanidade.
Com polémicas ou sem elas, goste-se ou não, afirme-se
ou negue-se, o homem não terá, apenas, uma composição física, mensurável,
determinada, concreta e objetiva, nem só sentidos, porque para além destas
características e faculdades, respetivamente, outras imateriais existem: «Pensamentos e raciocínios são sentidos,
porém mais sofisticados que os da visão, audição, olfacto, tacto, gosto, uma
vez que são os atributos e determinantes maiores e essenciais da própria vida
humana.» (COLETA, 2005:14).
O insondável continua a existir no homem e incomoda
técnicos, cientistas, materialistas, laicos, intelectuais e outras elites,
obviamente, salvo honrosas exceções, entre eles. O contrário é, igualmente,
verdade, a dimensão físico-imaterial existe, é reconhecida universalmente,
inclusive por muitos daqueles que valorizam mais a dimensão imaterial, o
psíquico, o sentimento, a crença convicta numa outra existência e
transcendência, o tal insondável, o mistério que continua a ser o homem, dotado
de alma e corpo, que continua angustiado, porque, em parte, ainda não sabe para
onde vai.
Mas estes: conhecimentos, ou sensações, ou emoções,
ou sentimentos, ou ainda, convicções profundas, também se ensinam (?),
concretamente no sentido em que: «Ensinar
é a atividade pela qual o professor, através de métodos adequados, orientará a
aprendizagem dos alunos.» (HAYDT, 1997:12), melhor ainda, também se
aprendem (?). Se a resposta for afirmativa, quais os conteúdos, que
estratégias, que metodologias, que pedagogias/andragogias, como avaliar a
interiorização de tais competências, e a sua prática na vida concreta,
objetiva, material e terrena?
E que professores são necessários, em termos da sua
preparação, praxis e ética ou deontologia profissionais, se lhes deve exigir?
Pode-se parar por aqui, porque de contrário os problemas avolumam-se e
agravam-se, ao ponto de se ter que rejeitar toda e qualquer abordagem. E se o
mundo material, natural e/ou artificialmente construído pelo homem, já é
complexo, pese embora a mentalidade positivista ter pretensões de os resolver,
outro tanto, seguramente, não se verifica com o mundo sobrenatural.
Estes dois mundos existem: o material e o
imaterial; o físico e o espiritual; o fenoménico e o numénico, o que se
quantifica e o que se qualifica; o que se objetiva e o que se subjetiva.
Aceitando, sem preconceitos, sem superioridades, estas duas realidades,
focalize-se a reflexão no mundo dos ideais, dos valores, da superior condição
humana, assente na trilogia: Dignidade – Dever – Divindade.
São três aspetos que melhor podem caracterizar o
homem, concretamente o homem que se considera titular de duas dimensões: em que
uma, para o crente, é constituída à imagem e semelhança do seu Criador, isto é,
da Divindade esta, por sua vez, causa primeira e última da existência daquele
ser, ainda misterioso, insondável e fascinante, que é o Ser Humano.
Com a dignidade que lhe é própria, no sentido da
respeitabilidade, da coerência e da tolerância e, usando do privilégio que é a
sua transcendência, para a qual envia esta comensuração, também única, a da
espiritualidade, no sentido do encontro com a perfeição da Divindade,
aborde-se, então, a partir da dimensão educacional do homem, o papel de
professor, o que significa, de facto, este ideal do Dever, precisamente no
contexto de um sistema educativo globalizado, integral, aceitando, como
inevitável, o ponto de partida em que a humanidade se encontra: ideologicamente
materializada.
A dimensão educacional do homem implica, afinal:
uma atitude facilitadora e recetiva para novas técnicas educativas; novas
pedagogias/andragogia; novas didáticas; novas metodologias, enfim, novos
objetivos. A predisposição e abertura ao ainda não científico, e ao não
cognitivo, são um contributo importante para novas estratégias, novos compromissos.
A tolerância do cidadão-cientista deve ser
correlativa com a sua humildade intelectual e, nesse sentido, pode aceitar, sem
o preconceito positivista, outras abordagens, não tradicionais, mas,
eventualmente, interessantes e até proveitosas na perspetiva educativa.
Bibliografia.
COLETA, António Carlos
Dela, (2005). Primeira Cartilha de Neurofisiologia Cerebral e Endócrina,
Especialmente para Professores e Pais de Alunos de Escolas do Ensino
Fundamental e Médio, Rio Claro, SP – Brasil: Graff Set, Gráfica e Editora
HAYDT, Regina Célia Cazaux, (1997). Curso de Didática Geral.
4ª Edição. São Paulo: Editora Ática
PASCOAL, Miriam, (2004).
Qualidade de Vida e Educação, in: Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas
SP: PUC, Pontifícia Universidade Católica, N. 17, pp. 37-45
PINTO, Fernando Cabral, (2004). Cidadania Sistema Educativo e Cidade
Educadora. Lisboa: Piaget
«Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos».
Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos
de passagem, e no mesmo barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde
ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos
perdoarmos uns aos outros, porque será «o único capital que deixaremos aos
vindouros» Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música. https://youtu.be/_73aKzuBlDc
Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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