Com efeito, considera-se neste trabalho, cujo tema
central é a “Ética do Professor”, a
colaboração que ele poderá (e deverá) dar na preparação de um novo cidadão, que
seja capaz de contribuir para a resolução de questões de natureza algo inefável
e abstrata, mas que influenciam a vida concreta, material e objetiva do ser
humano. Ser capaz de avaliar todas as hipóteses possíveis: as tradicionais e as
que têm cobertura científica, mas também todas aquelas que podem constituir
alternativa e caminho para as soluções, que tardam em aparecer, para os
problemas sociais.
Será no âmbito da cooperação, entre os vários
níveis do conhecimento, que se regista o aparecimento de uma nova “pedagogia não cognitiva”, a qual
possibilita a análise de diferentes hipóteses de solução para os vários
problemas que obstaculizam o objetivo pelo qual o homem vem lutando: viver numa
sociedade mais feliz, humanista, solidária, justa e segura.
Num contexto ecuménico tão complexo, o professor,
qualquer que seja o nível de ensino/aprendizagem, certamente tem dificuldades
em posicionar-se cultural, científica e tecnicamente, face aos seus alunos, a
problematização da sua posição é mais evidente, quando é confrontado com
decisões que envolvem o domínio ético, porque: entre a competência
profissional; a observação das normas jurídicas aplicáveis; os legítimos
interesses dos alunos e respetivos encarregados de educação; a imagem da
Instituição em que está integrado e as normas deontológicas, provocam-lhe
dificuldades acrescidas na consolidação de princípios, valores, interesses e
sentimentos envolvidos em todo o processo.
Num mundo de situações, é suscetível vislumbrar-se,
como é verdadeiramente pertinente, dir-se-ia, eticamente exigível, que todos
estejam preparados para a vida real que, tanto dentro como fora das escolas,
existe e, nesse sentido, se acolhe bem a estratégia segundo a qual: «A orientação prática prepara de forma mais
concreta para a futura vida profissional, sugerindo pistas acerca do modo de
relacionar e aplicar conhecimentos e, também, formas de agir e de resolver
situações profissionais.» (REGO, 2003:52).
Resulta que, um posicionamento ético-deontológico
do professor, pressupõe a sua total abertura para acolher, dos seus alunos e
encarregados de educação, as sugestões que sejam do interesse destes
intervenientes, no que se relaciona com o estudo e prática de matérias que eles
consideram como as mais necessárias para as suas futuras atividades
profissionais, respeitando, obviamente, um curriculum mínimo nacional, fixado
pelas entidades competentes.
Com igual posicionamento, ético-profissional, o
professor deve, em princípio, e havendo acordo entre os alunos, negociar com
estes, no início de cada ano escolar, os instrumentos e ponderações para as
avaliações, naturalmente no respeito por critérios de justiça, e num quadro de
absoluta legalidade, buscando, por esta forma, uma avaliação do aluno, o mais
justa e abrangente possíveis: «Para
realizar uma avaliação integral do aluno, isto é, para avaliar as várias
dimensões do seu comportamento, é necessário o uso combinado de várias técnicas
e instrumentos de avaliação, que devem ser relacionados tendo em vista os objetivos
propostos.» (HAYDT, 1997:313).
E se para o aluno, a avaliação deve constituir-se
como estímulo, informação, orientação e prémio, e em circunstância alguma
entendida como castigo ou rotulagem de incompetência, ou atraso mental; para o
professor, trata-se de uma função complexa que lhe proporciona oportunidades
únicas para aperfeiçoar seus procedimentos de ensino/orientação/tutoria, com um
sentido orientador, em suma, sendo uma função complexa, ela é nobre, porque lhe
proporciona a realização da sua própria introspeção: «…a auto-avaliação efectuada pelo professor é o seu momento de reflexão
mais intensa, de encontro com as suas verdades, o seu conhecimento e a
realidade caracterizada então pela sua prática com um determinado grupo de
alunos.» (KENSKI, in: HAYDT, 1997:319, citada por VEIGA, 1988:131-43).
A responsabilidade de quem avalia é inquestionável,
porque de uma avaliação, justa ou injusta, pode depender o futuro de um jovem,
de um profissional na sua carreira, da evolução individual e/ou coletiva de um
grupo. Avaliar é julgar, e quem julga deve munir-se de todos os meios ao seu
alcance, legais, irrefutáveis, verdadeiros e justos, com os quais formará,
conscientemente, a convicção de que está a ser correto e equitativo.
A Deontologia Profissional do professor é
fundamental no julgamento que vai fazendo dos seus alunos e, tal como o juiz,
em processo judicial, que julga a partir dos factos, inequivocamente provados,
e da convicção que forma em sua consciência, sobre o caso concreto em
apreciação, podendo resultar danos incalculáveis, injustiças e consequências
irreparáveis ao condenar um inocente, também o professor será responsabilizado
pelo futuro de uma pessoa, de um grupo profissional e até de uma sociedade
inteira.
Uma ética da justiça no sistema educativo,
centralizada no aluno e no processo de avaliação, é essencial para a formação
de cidadãos íntegros, competentes e justos. Na formação dos cidadãos do futuro,
não há caminho que não tenha que passar pela trilogia:
Educação-Aluno-Professor.
São estes os elementos fundamentais, entre outros,
igualmente importantes, para uma nova sociedade. A responsabilidade é pesada
para todos: sistema educativo nos seus organismos competentes; alunos quanto ao
seu empenhamento; professores éticos-pedagogicamente competentes; encarregados
de educação vigilantes e cooperantes; sociedade esclarecida e atuante. Bolonha
e o Ensino Superior não devem ser ignorados, todavia, prudentemente aplicados e
desenvolvidos, respetivamente.
Bibliografia.
REGO, Arménio, (2003).
Comportamentos de Cidadania Docente: na Senda da Qualidade no Ensino superior,
Coimbra: Quarteto Editora
HAYDT, Regina Célia
Cazaux, (1997). Curso de Didática Geral, 4ª ed. S. Paulo: Editora Ática
VEIGA, Ilma Passos A.,
(Coord.), (1988). Repensando a Didática. Campinas SP: Papirus
«Proteja-se.
Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as
instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo
barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos,
de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque
será «o único capital que deixaremos aos vindouros»
Alimentemos
o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música. https://www.youtube.com/watch?v=x7GxWmvGLFk
Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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