O fenómeno da exclusão,
qualquer que seja a sua natureza e dimensão, manifesta-se no comportamento
individual dos cidadãos excluídos. Terá origem nas políticas aprovadas e postas
em vigor pelos governantes, decisores e ainda nas práticas discriminatórias de
uma diversidade de dirigentes e indivíduos anónimos. Eventualmente, também, apesar
de em menor número, por aqueles que se autoexcluem. As consequências da
exclusão serão, igualmente, diversas e podem incluir aspetos económicos,
profissionais, políticos, religiosos, culturais, entre outros.
A exclusão tácita,
sub-reptícia e ilegal, além de imoral e condenável, é imposta ao cidadão sem
que, na maioria das situações, ele se possa defender e lutar pelos seus
direitos, de plena inclusão na sociedade, e até no mundo em que vive.
A pessoa sente-se
excluída, afastada, ignorada e, quantas vezes, humilhada, sem saber o porquê de
tal situação, e quando procura investigar, informar-se e manifestar a sua
indignação, nem sempre é atendido com a urgência e eficácia que a situação
exige, nem oficial nem tecnicamente, por nenhum responsável que lhe possa
valer, contribuindo para a resolução da situação e ajudando-o a integrar-se na
sociedade.
A exclusão social, assim
genericamente considerada por muitos altos dignitários políticos, religiosos e
técnicos, das diversas áreas da sociedade organizada: abrange inúmeras pessoas
em todo o mundo, sendo difícil apontar taxas percentuais, porquanto faltam
critérios objetivos para definir exclusão, se se atender às suas múltiplas
naturezas; além de que, um cidadão pode considerar-se excluído de uma
determinada religião, mas integrado numa outra; excluído de um certo estatuto
sócio-profissional, mas incluído num outro estatuto socio-económico e assim sucessivamente.
Abordar, portanto, a
exclusão social no sentido de uma situação marginalizante, que prejudica a
dignidade da pessoa humana, desde logo no exercício dos seus direitos e no
cumprimento dos seus deveres, contrapondo-lhe, como solução e, tal como é
defendido pelos mais distintos representantes da comunidade, medidas de
inclusão, será o objetivo desta reflexão.
Atualmente, (2021) e
muito em concreto em Portugal, milhares de cidadãos com mais de 40/45 anos de
idade são, profissionalmente, excluídos da sua atividade principal, a partir do
momento em que, por razões alheias às suas vontades, passam a uma situação de
desemprego, exceto em alguns ramos de atividade: hotelaria, restauração,
construção civil, em que os empresários procuram mão-de-obra e não conseguem
obtê-la, considerando que são atividades muito desgastantes e quem está a
receber um subsídio de desemprego, não deseja trabalhar nestes ramos.
Igualmente, um cidadão na
situação de reformado, pode ficar impedido de trabalhar, por conta de outrem, ainda
que noutras funções, exceto se optar pela perda de dois terços da reforma ou do
novo salário, logo, nestas circunstâncias, passa ao universo dos excluídos, por
muita vontade que manifeste em continuar a trabalhar, inclusive, até já se
refere a proibição de voluntariado, no Estado, por reformados do mesmo Estado.
Não é assim que se mantém
ativa a população experiente da sociedade, cada vez mais maioritária. Não é
assim que se contribui para a qualidade de vida daqueles que, apesar de terem
cumprido as suas obrigações durante décadas, querem continuar válidos,
saudáveis, cooperando, até para a redução das despesas na saúde. Aqui está uma
forma deplorável de exclusão dos mais velhos, que são, despudoradamente,
descartáveis, como “objetos” sem utilidade.
Em algumas situações o ingresso
na iniciativa privada verifica-se em condições excecionalmente recompensadoras,
sob todos os aspetos, sendo exemplo disso mesmo o que nos últimos anos se tem
verificado com algumas pessoas, que tendo abandonado determinadas funções, com
reformas douradas, ingressam então na denominada sociedade civil empresarial.
Há, ainda, para alguns, a
possibilidade de serem nomeados para elevados cargos internacionais, de diversas
naturezas, com altas recompensas e prestígio, provavelmente, sem perda das
remunerações de aposentação que legalmente obtiveram nos países de origem.
Desempregados e aposentados são, na era dos
maiores avanços científicos e tecnológicos, como que duas novas categorias ou
classes sociais, porém, vistas pelo lado mais negativo e pessimista, porque:
nem uns nem outros têm grandes possibilidades de trabalhar, nas suas atividades
profissionais e em ocupações que lhes deem prazer, maior realização pessoal e
manutenção, e/ou aumento dos seus rendimentos, respetivamente.
Nesta sociedade, em rápida transformação, caberá
às políticas sociais, sob orientação estatal, mas também privada, no âmbito da
educação e formação, dotar os cidadãos para o prosseguimento de uma vida ativa,
para a qual se exige formação adequada, como estratégia para combater situações
verdadeiramente desumanas e que: «são a
consequência imediata da emergência de novos paradigmas sociais, económicos e
culturais: aprender sem idade (…); respostas formativas a cinco grandes
desafios da nova ordem internacional a saber: interdependência e concorrência global,
ritmo de difusão das novas tecnologias, nova organização do trabalho, cidadania
ativa, sociedades inclusivas.» (CARNEIRO, 2000: 257).
Uma sociedade universal inclusiva, seria o
objetivo final da humanidade, a partir das comunidades nacionais. Trata-se de
um desafio hercúleo, que urge enfrentar e vencer, que não é impossível, mas se
reconhece extremamente difícil, por motivo dos egoísmos individuais, grupais e
de comunidades mais alargadas.
Mas cada um, no exercício
de uma cidadania ativa, tem o dever de contribuir para aquele desígnio
universal: construção de uma sociedade inclusiva ou, mais eficazmente,
globalização da inclusão.
CARNEIRO, Maria Rosário, (2000). Família: Elemento
Basilar do Tecido Social, in: Nova Cidadania, S. João do Estoril:
Principia, Publicações Universitárias e Científicas, (5), julho/setembro, págs.
7-9.
CARNEIRO, Roberto, (Coord.). (2000). Aprender e Trabalhar no Século XXI. Tendências e Desafios. Lisboa: Ministério do Trabalho e da Solidariedade/Direcção-Geral do Emprego e Formação Profissional
«Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será «o único capital que deixaremos aos vindouros»
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música. https://www.youtube.com/watch?v=x7GxWmvGLFk
Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com
o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
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