A interação entre: pessoas que se respeitam, e querem bem; entre povos soberanos que não interferem nas decisões uns dos outros; e entre nações que não recorrem à ingerência interna, umas das outras, das opções que tomam, é, provavelmente, um dos caminhos a seguir, para se alcançar a paz, porque é inadmissível qualquer tipo de intervenção que prejudique uma população inteira.
No passado, tal como ainda hoje; «O colonialismo, novo ou velho, que reduz os países pobres a meros fornecedores
de matérias primas e mão de obra barata, gera violência, miséria, emigrações
forçadas e todos os males que vêm juntos … precisamente porque ao pôr a
periferia em função do centro, nega-lhes o direito a um desenvolvimento
integral. (…) Digamos não às velhas e novas formas de colonialismo. Digamos sim
ao encontro entre povos e culturas. Bem-aventurados os que trabalham pela paz.»
(PAPA FRANCISCO, 2016:113-114).
Sempre que existe uma predisposição para a interação, tendo
por objetivo valores superiores que dignificam a pessoa humana, e lhes
proporciona melhores condições de vida, então, nestas condições, poder-se-á
afirmar que as pessoas, os povos, as nações estão a trabalhar para o bem comum,
considerando este como: «O conjunto das
condições de vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro,
alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição.» (Gaudium et Spes, 26, in: Ibid.:119).
A pessoa humana passa, rapidamente, por este mundo terreno.
Se não tiver o bom-senso e a clarividência para compreender esta sua frágil, e
efêmera condição, e pensar, que jamais desaparecerá da face da Terra, portanto,
poder envolver-se em todos os planos maléficos e diabólicos, contra os seus
pares, mais tarde ou mais cedo, aperceber-se-á que se equivocou e, quanto tal
acontecer, será demasiado tarde para arrepiar caminho, e enveredar pelas
práticas do Bem.
O Bem-estar geral não se constrói no
conflito, na guerra, na perseguição e, muito menos, isoladamente, porque: «Uma nação que procura o bem comum, não pode
fichar-se em si mesma; as redes de relações abonam a sociedade. Assim no-lo
demonstra o problema da emigração dos nossos dias. Hoje é indispensável o
desenvolvimento da diplomacia com os países vizinhos, que evite os conflitos
entre povos irmãos e contribua para um diálogo franco e aberto dos problemas.»
(Ibid.:121-122).
Pensa-se que: «O bem-estar que faz referência apenas à abundância material tende a
ser egoísta, tende a defender interesses parciais, a não pensar nos outros e a
deixar-se levar pela tentação do consumismo. Assim entendido, o bem-estar, em
vez de ajudar, incuba possíveis conflitos e desintegração social; instalando-se
como perspetiva dominante, gera o mal da corrupção que faz desamimar
imensamente e causa tanto dano.» (Ibid.:120).
Acontece, em todo o caso, que a vida é,
ao que tudo indica, experienciada uma só vez, pelo menos na sua dimensão
física. Todas as iniciativas que possam conduzir a que cada pessoa alcance uma
vida melhor, em todos os seus principais aspetos, serão sempre bem-vindas,
apoiadas e coparticipadas, dá-se a importância em congregar o máximo de
sinergias, e desenvolver as melhores estratégias para termos condições e
motivos para glorificarmos a vida humana, em primeiro lugar, e depois a vida de
todos os seres que connosco coabitam neste Planeta.
Um dos objetivos, entre muito outros, para que a vida humana
seja um bem supremo a vivenciar com alegria, paz, felicidade, solidariedade e
humildade é pela aplicação dos direitos (naturalmente, também, os deveres),
porque: «Promover a dignidade da pessoa
significa reconhecer que ela possui direitos inalienáveis, de que não pode ser
privada por arbítrios de ninguém e, muito menos, para benefício de interesses
económicos.» (Ibid.:128).
A vida será tanto mais confortável e digna quanto a
soubermos vivenciar, a cada instante, em cada dia, semana, mês e ano, por isso,
é necessário que não se invoquem sempre, e quase que exclusivamente, direitos,
porque estes implicam deveres e vice-versa, até porque de outra forma, talvez
nem conseguiríamos uma sublime vivificação, apenas própria do Ser Humano.
É essencial termos presente que, infelizmente: «Ao conceito de direito já não se associa o
conceito igualmente essencial e complementar de dever, acabando por afirmar-se
os direitos do indivíduo sem ter em conta que cada ser humano está unido a um
contexto social, onde os seus direitos e deveres estão ligados ao de outros e
ao bem comum da própria sociedade.» (Ibid.:128-129).
Enaltecer a vida humana, com todas as dimensões, facetas e
aspetos positivos e negativos que ela comporta, deve ser um comportamento
permanente de cada pessoa, e da sociedade. Todos temos o dever de preservar a
vida, pelo menos enquanto considerarmos que temos condições para a usufruir com
qualidade, com respeito e dignidade, uns para com os outros.
O melhor hino de enaltecimento à vida pode-se fazer, desde logo, a partir de
um clima de Paz, de observação de direitos, porque de contrário: «Não pode haver verdadeira paz se cada um é
a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e só os direitos
próprios, sem se importar ao mesmo tempo com o bem dos outros, com o bem de
todos, a começar na natureza comum a todos os seres humanos nesta terra.»
(Ibid.:124).
A vida e o mundo podem, e devem ser períodos e espaços
maravilhosos, assim a sociedade, os seus dirigentes, em geral; cada pessoa, em
particular o desejem e façam por isso. É necessário intensificar a educação, a
formação para os princípios, valores e sentimentos característicos da superior
condição humana, inerentes a uma vida digna, boa, acima de qualquer outra
espécie.
A vida humana merece, é fundamental que com ela nos
preocupemos, porque não haverá nada melhor neste mundo do que cada pessoa ter
condições para viver com: saúde, trabalho, amizade, solidariedade, lealdade,
segurança, felicidade, paz e na Graça de Divina, qualquer que seja e crença
e/ou a Entidade em que se acredita e À Qual se recorre em situações-limite, de
grandes dificuldades. Cantemos à Vida; e louvemo-la com entusiasmo e verdade.
Bibliografia.
PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a
Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria
Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e
Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.
“NÃO, à violência das
armas; SIM, ao diálogo criativo. A Regra é simples, para se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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