domingo, 15 de outubro de 2023

DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS.

               O progresso da humanidade tem estado dependente do maior ou menor avanço de algumas áreas do conhecimento e da técnica, conjugadas com dimensões ético-morais, que integram a matriz humana. Muitos, e significativos, têm sido os contributos fornecidos ao mundo humano, pelas ciências em geral: medicina, biologia, genética, engenharia, arquitetura, filosofia, direito, ciências sociais e humanas; como também pelas tecnologias, hoje, algumas delas, denominadas de ponta.

Os dois extremos – o do bem e o do mal – têm sido alcançados, todavia, o esforço das organizações políticas, empresariais, científicas, filosóficas, religiosas, tecnológicas e de solidariedade, entre outras, igualmente envolvidas, tenta aproximar-se do maior bem possível, e afastar-se do mal, ainda que do menor mal.

O mundo vive neste equilíbrio, que até já houve quem o considerasse como o “equilíbrio do terror”, ou seja, se um grupo, ou nação, desenvolve, por exemplo, uma determinada arma de destruição, logo o outro grupo ou país, se envolve na construção de uma outra arma, ainda mais poderosa e eficaz do que aquela e, nesta competição horrorosa e sequencial, todos se respeitarão uns aos outros, na circunstância, pelo medo, pelo terror, proporcionando assim um equilíbrio precário, mas que se vai mantendo, embora, e infelizmente, com algumas exceções.

Uma das grandes ameaças que paira sobre o mundo habitado, que é a Terra, conecta-se com o crescente agravamento da escassez de certos recursos naturais – água potável, petróleo, floresta, sementes, espécies animais, entre outros –, bem como à deterioração do meio ambiente atmosférico, terrestre e hídrico.

A proteção do ambiente, e a racionalização do consumo dos recursos naturais, são medidas que qualquer responsável político, e/ou empresarial, seja qual for o seu nível de intervenção, deverá tomar de ora em diante, sob pena de, em poucas décadas, haver um colapso, para o qual ele contribuiu, ainda que involuntariamente, e com uma quota-parte insignificante.

Naturalmente que o decisor político, ao nível da legislação, terá as maiores e principais responsabilidades, porque no quadro das competências políticas executivas, apenas duas opções se lhe oferecem: cumpre ou não cumpre a lei, porém, esta tem de existir validamente.

A preservação do melhor ambiente ecológico é, cada vez mais, uma medida estratégica, de grande alcance social, político e humano, na medida em que: «O ambiente continua a degradar-se, exigindo-nos uma resposta radical e uma mudança fundamental em termos de vontade política. O ambiente não é uma consideração secundária à margem da realidade económica: o ambiente afecta de forma directa a saúde, a qualidade de vida e o futuro de cada cidadão (…). Abundam as informações científicas que comprovam a destruição infligida no ambiente. O desafio diz-nos respeito a todos: responsáveis políticos, bancos, empresas e particulares. Os sectores públicos e privado têm de cooperar. Fazer das questões do ambiente um elemento central da nossa política económica é tão importante como qualquer outra acção política da comunidade.» (Cf. PALEOKRASSAS, 1993).

O ser humano pode, na sua vida quotidiana normal, e garantindo a melhor qualidade, dispensar muitos produtos, evitar, ou mesmo reduzir, os efeitos de certas situações que causam impacto negativo na natureza; todavia, não pode viver sem alguns recursos naturais como: o oxigénio contido no ar que a todos envolve; a água para consumo humano, obviamente, de boa qualidade; e, face às exigências da vida moderna, outros bens e serviços, direta, ou indiretamente, dependentes dos recursos naturais, como a energia elétrica, os combustíveis, os alimentos extraídos da terra e do mar.

Naturalmente que há pessoas que desejam e podem: utilizar uma roupa de determinada marca, ou sem qualquer referência; calçar uns sapatos confecionados com produtos naturais, provenientes do abate selvagem de animais; viajar numa viatura topo de gama, ou numa outra mais modesta e económica; viver num palácio ou numa casa com o conforto suficiente; poderão ser aspetos que, num contexto de agravamento da situação mundial do ambiente, todos terão a obrigação de sobre eles refletir e encontrar soluções para, não abdicando totalmente de certos objetos e situações, pelo menos sejam minimizados os efeitos da sua suspensão ou eliminação.

Acredita-se que neste domínio, também a educação terá um papel decisivo: numa primeira fase, como instrumento privilegiado para transmitir conhecimentos sobre o ambiente; depois, encetar um processo de sensibilização para estas questões. A educação ambiental, a par de outras disciplinas, módulos e ações de formação, será a iniciativa por excelência para, a muito curto prazo, todos estarem preparados para o combate à poluição, qualquer que ela seja.

Atualmente existem muitas preocupações, a diversos níveis, sobre a vida humana: como o combate à exclusão social, à fuga aos impostos, ao fortalecimento das economias, aos avanços científicos e os tão apregoados choques tecnológicos, fiscais e muitos outros rótulos impactantes.

Paradoxalmente, pouco se fala na melhoria das condições de vida das pessoas, também a partir da melhoria do ambiente natural. O combate contra a poluição começa, portanto, em cada cidadão, todavia, os exemplos maiores, com impacto e eficácia, devem partir das grandes potências industriais mundiais, dos políticos que legislam, executam, fiscalizam e sancionam.

Nessa direção nos apontam os estudiosos: «É necessário que se alterem hábitos adquiridos e que sejam despertadas outras atitudes de respeito e preocupação, com o ambiente. O planeta não é nosso; foi-nos entregue e cabe-nos devolvê-lo em bom estado aos nossos filhos. Nesse sentido assume uma importância fundamental a Educação Ambiental a qual está intimamente ligada à promoção de elevados níveis de qualidade de vida no futuro. Ela é, pois, uma prioridade de qualquer sociedade.» (GIRÃO & GRÁCIO, 1995:109, Vol. II).

 

Bibliografia

 

GIRÃO, José Manuel dos Santos; GRÁCIO, Rui Alexandre, (1996) Área de Integração, Vol. III, Ensino Profissional, Nível 3, Porto: Texto Editora, Ltda.

PALEOKRASSAS, Yannis, (1993). “Passar das Palavras aos Actos”, in: folheto “Em Defesa do Ambiente”, Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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