Construir a cidade
educadora para a prosperidade, entenda-se o desenvolvimento no sentido da
melhoria de vida, nos seus múltiplos aspetos, de uma determinada população.
Prosperidade: axiológica, económica, material, relacional, ambiental, laboral,
entre outras componentes para uma vida boa.
Trata-se de definir muito
bem quais os problemas existentes, como formular as respetivas questões e, só
depois, conceber hipóteses de soluções. Se a comunidade, nas pessoas dos
titulares dos cargos técnico-políticos e financeiros, tem dificuldades, ou não
sabe descrever, localizar e circunscrever, com todo o rigor e objetividade, um
qualquer problema, escusado será elaborar e aplicar uma muito bem construída
teoria, precisamente se o problema estiver mal, ou inadequadamente, definido,
especialmente no que se refere às situações humanas.
A perspetiva filosófica é
aqui de grande relevância, no sentido em que obriga os responsáveis decisores a
uma reflexão analítica profunda, rigorosa e exigente, porque em boa verdade: «Se os homens dessem mais atenção à
colocação dos problemas em termos reais e objectivos, do que costumam dar às
teorias, haveria menos desentendimento e um maior esforço de colaboração, de
compreensão e de paz. O esforço no sentido de colocar problemas em termos reais
e objectivos exige honestidade de propósitos, sinceridade, espírito de
dedicação, compromisso com a verdade antes de tudo, em lugar da luta cega pelos
interesses imediatos.» (MENDONÇA, 1996: 74-5).
A cidade educadora para a
prosperidade da sua comunidade beneficiará, substancialmente, sempre que do seu
elenco governativo participarem cidadãos sensibilizados, preparados e
disponíveis para saber incluir nos seus programas eleitorais, e depois no exercício
das respetivas funções, os valores, as práticas, os recursos e as verificações,
para que um tal projeto produza os melhores resultados, sem prejuízo de
preocupações com grandes investimentos em obras físicas públicas que, sem
dúvida, também contribuem para o florescimento da comunidade.
Os responsáveis locais, e
não só, têm o dever de tudo fazer para a produção da informação, do
conhecimento, do esclarecimento e da participação da população na vida pública
da cidade, vila, aldeia, localidade e bairro.
Uma comunidade que tenha
acesso à educação, seja pelos sistemas público ou privado, tem possibilidade de
contribuir, decisivamente, para a prosperidade local, por isso se considera
indispensável a existência de bons projetos educativos e formativos, cujo exemplo
maior, sem dúvida, deverá partir dos órgãos do Estado Democrático e, na
circunstância, das autarquias locais, na medida em que: «A educação é essencial à afirmação da plena dignidade humana: é pela
educação que o ser humano acede à plenitude das suas faculdades e
potencialidades, e forma a capacitá-lo a uma maior liberdade de escolha e,
portanto, assumir cabalmente o seu destino; a educação eleva o homem e dá
sentido à sua realização como ser humano e como cidadão. A educação é, pois um
direito fundamental que cumpre ao Estado garantir, o que implica, por aplicação
do nosso princípio operativo, a garantia de liberdade de escolha na educação.»
(SOUSA, 2007:14).
Conceber, desenvolver,
aplicar e validar uma filosofia para educação e para a formação, para a
institucionalização da cidade, vila ou localidade educadora, é um imperativo e
um desafio: um imperativo, considerada a situação de impreparação,
insensibilidade e indisponibilidade para elevado número de pessoas se
envolverem na sua própria educação e formação. É urgente inverter esta
tendência tão absentista, designadamente na participação política, cívica e
institucional na vida ativa da respetiva comunidade.
Um desafio, desde logo
para os mais diretos responsáveis pela condução dos destinos de uma determinada
população local, porquanto têm o dever de proporcionar todas as condições para
os respetivos cidadãos se prepararem, conveniente e atempadamente, para o
exercício das atividades que possibilitem melhorias significativas na qualidade
de vida de toda a comunidade.
Não basta anunciar
grandes obras (algumas até serão supérfluas), ditas infraestruturantes, mas que
não têm, num país e/ou numa dada localidade e circunstância, qualquer
viabilidade; não é suficiente um apoio quase incondicional a uma massificação,
alegadamente cultural, contudo, sem qualquer qualidade verdadeiramente
cultural, humanística e formativa. É preciso ir mais longe. (TA-215)
Bibliografia
MENDONÇA, Eduardo Prado de, (1996). O Mundo Precisa de Filosofia, 11ª
edição, Rio de Janeiro RJ: Agir
SOUSA, Francisco Vieira de, (2007). “Estado, Liberdade e
Educação”, in Nova Cidadania, Liberdade e Responsabilidade Pessoal.
Lisboa: Fundação Oliveira Martins, Publicações Universitárias e Científicas,
Ano VIII, (32), Abril/Junho, pp. 13-19
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351
936 400 689
Imprensa Escrita
Local:
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
Diversos: https://goo.gl/photos/rf2Vy3ceLvguZx2C9
1 comentário:
Certamente a educação é fundamental, um povo esclarecido resulta num país iluminado, no entanto o milagre pode ser feito em pequenos atos começando em nossa comunidade podemos contribuir com nossa crença no ser humano, como afirmara Paulo Freire Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
NO proximo encontro literario em vosso país conto com sua presença.Informarei os detalhes em breve.
Cumprimento-vos
NILZANGELA lIMA
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