A educação/formação,
atualmente, não se concebe apenas para as crianças e para os jovens, mas,
também, hoje e no futuro, todos estão obrigados ao ensino/instrução ao longo da
existência, se quiserem ter o maior sucesso nas suas atividades profissionais,
culturais, sociais e até na vida privada.
Não é por acaso que o
conceito da universidade sénior e os seus objetivos se vêm implementando, com o
funcionamento de tais estabelecimentos, cujos resultados sociais e culturais
apontam no caminho da excelência. Claro que a tais resultados não são alheios
os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, as experiências, a prudência e a
sabedoria dos seus participantes, que assim se consolidam.
Num aparte, que se julga oportuno,
aqui está um argumento poderosíssimo para que as instituições, públicas e
privadas, saibam aproveitar o trabalho dos mais idosos, porém, ainda muito ativos.
É por demais evidente que o desenvolvimento, o progresso, a prosperidade e até
a qualidade de vida, incluindo a sua longevidade, passam pela educação, pelo
estudo, pela formação, qualquer que esta seja, pelo trabalho, enfim, por uma
vida ativa.
A responsabilidade para a
educação é cada vez mais de todos, no sentido em que a determinadas instituições
compete criar as infraestruturas. O Estado de direito democrático, e nos termos
dos seus preceitos constitucionais, tem essa obrigação, mas também os cidadãos
devem ser responsabilizados pela educação/formação que desejam, ou não,
possuir.
É uma tarefa que a todos
envolve, ainda que em níveis e natureza distintos e, nesta perspectiva, se
podem incluir os agentes socializadores, a começar na família, escola, Igreja,
empresa, comunidade, na comunicação social, entre outros potenciais
dinamizadores.
Atualmente, o ser humano
cada vez tem menos estabilidade no seu emprego e, nestas circunstâncias, pode,
ao longo da sua vida produtiva, desempenhar várias atividades, ter diversos
empregos, mas há uma ocupação, tão ou mais importante do que a profissional,
que é a primeira que tem na vida e o deveria acompanhar até ao túmulo:
estudante.
Ser estudante implica
determinação, esforço, tempo, técnicas, produtividade, atualização e
competência. Então pode-se concordar que: «Ser
estudante é a primeira profissão exercida pelo homem. Implica em todos os
hábitos da futura vida profissional. Regularidade, lealdade, esforço,
eficiência; alegria no trabalho; irradiação de entusiasmo; solidariedade com o
grupo; coragem e honestidade nas atitudes. Por isso mesmo, dizemos que o estudo
é uma questão mais de carácter que de aptidões mentais. E o estudante ideal
será, em consequência, aquele que usa o estudo principalmente como meio para
desenvolver qualidade de personalidade.» (SCHMIDT, 1967:148).
Cidades, vilas e
localidades em geral, devem ser centros de congregação de sinergias, produção
de bens e serviços em quantidade e qualidade, conjugação de esforços para a
harmonia e boa qualidade de vida, concretização e posterior irradiação de saber
e cultura; locais com objetivos de segurança, trabalho, desenvolvimento,
progresso e prosperidade para os seus habitantes e para os que aí trabalham ou
as visitam.
Cidades, vilas e
localidades sem guetos, sem discriminações negativas, sem excluídos dos
valores, direitos, deveres e objetivos comunitários. Eliminar os fossos
existentes entre a centralidade confortável e uma periferia degradante e
desumana, pela educação, formação, empregabilidade, habitação, saúde e lazer
será o mínimo que qualquer responsável político, empresarial, religioso,
institucional e o próprio indivíduo, deve fazer; constitui não só um imperativo
ético-moral, mas também um objetivo universal que deveria ser perseguido e
alcançado em todas as cidades, vilas e localidades. À escala devida, também no
seio das famílias.
Decorre, assim, a
inevitabilidade de se investir fortemente na figura da cidade educadora,
porque, a médio prazo, a rentabilidade será evidente e altamente favorável.
Desenvolver, desde já, a cidade educadora, para a formação de cidadãos
esclarecidos e participativos, pode ser uma boa estratégia.
A questão de fundo
prende-se, então, com a fraca participação dos cidadãos, incluindo aqueles
titulares de uma educação/formação superior, que preferem a segurança e
rentabilidade do exercício profissional liberal, administrativo-burocrático, de
alta patente, sem ter que dar a cara ao povo, do que a intervenção
cívico-política: «Trata-se de
operacionalizar a educação para a cidadania, criando condições efectivas para a
sua concretização, procurando saber viver com as nossas diferenças, reforçando
a unidade onde é indispensável para defender o que nos é comum, mas encorajando
a diversidade quando ela favorece o diálogo e a criatividade.» (FIGUEIREDO,
2001: 81).
Bibliografia
FIGUEIREDO, Ilda, (2001). Educar para a Cidadania. 2ª Edição.
Porto: ASA Editores II, S.A.
SCHMIDT, Maria Junqueira, (1967). Educar para a Responsabilidade, 4ª edição, Rio de Janeiro RJ:
Livraria Agir Editora
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689
Imprensa Escrita Local:
Jornal: “Terra e Mar”
1 comentário:
Como sempre, um belo artigo. Parabéns.
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